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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-07-2016

    SECÇÃO: Saúde


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    Desidratação no Idoso - Neste verão tenha sempre um copo de água à mão

    Em qualquer que seja a idade, a ingestão de água é um ato essencial ao bem-estar do nosso corpo. Nos idosos o consumo adequado de água está associado a diversos benefícios tais como o menor risco de quedas e melhor funcionamento do trânsito intestinal (menos episódios de prisão de ventre).

    Durante envelhecimento, o organismo vai sofrer alterações no seu funcionamento, sendo elas a diminuição da quantidade de água corporal, da capacidade de funcionamento dos rins e da perceção da sede. Todos estes fatores predispõem ao aparecimento de desidratação no idoso.

    Idosos não têm sede?

    Mito, má vontade

    ou realidade?

    Realidade. Com o avançar da idade a sensação de sede vai desaparecendo. Nota-se a escassa ingestão de líquidos por parte do idoso em casos de demência, de mobilidade reduzida ou condicionada e até mesmo por receio, designadamente em situações de incontinência urinária. A ingestão reduzida de líquidos contribui para queixas muito comuns dos idosos, como a obstipação (prisão de ventre), problemas urinários (excreção reduzida de urina, alteração da sua cor e cheiro) e em casos mais graves pode levar à desidratação.

    Risco de

    Desidratação

    e outras

    complicações

    A desidratação passa por uma perda significativa de água corporal. Os idosos são muito vulneráveis a possível desidratação.

    No verão devido à elevação da temperatura ambiente o risco de desidratação torna-se mais perigoso. Esta situação torna-se ainda mais preocupante nos dias de maior calor, contudo tem de se prestar atenção a outras possíveis causas de desidratação, como as consequentes a episódios de vómitos, diarreia, febre ou mesmo uma insolação. Não deixa também de ser comum a desidratação consequente à toma de determinados fármacos (como é o exemplo dos diuréticos ou laxantes), que por vezes são necessários em determinadas condições patológicas, porém podem desencadear grandes perdas de água por parte do organismo e levar a desidratação.

    No tempo quente, o calor tem efeito sobre o nosso corpo, predispondo a vasodilatação (as artérias, veias e capilares dilatam) e isso faz com que a pressão que o sangue exerce dentro das artérias seja menor e com que ocorra descida da pressão arterial (hipotensão). Acrescido a este facto a desidratação por si só também pode motivar episódios de hipotensão. Em determinadas circunstâncias pode ser mesmo necessário uma redução ou ajuste de dose de fármacos como os anti-hipertensores, diuréticos ou outros.

    Sinais de alarme

    A desidratação é uma condição potencialmente grave no caso do idoso, que pode culminar numa ida à urgência ou até mesmo em hospitalização. Por isso é muito importante ter especial atenção ao possível aparecimento de determinados sinais considerados de alarme. O idoso desidratado pode apresentar-se confuso, com sensação de cansaço ou sonolência, com dores de cabeça, olhos encovados, com a boca seca, aumento da frequência dos batimentos cardíacos, pressão arterial baixa e aumento do risco de quedas.

    Recomendações

    A água corporal detém uma grande percentagem do peso total do nosso corpo porém no caso do idoso essa percentagem é mais reduzida do que no adulto. De forma a evitar a desidratação e outras possíveis complicações acima descritas, deve-se aconselhar o idoso a aumentar significativamente a quantidade e frequência ao longo do dia da ingestão de líquidos, seja sob a forma de água (deve ser a opção de eleição), chás ou sumos naturais sem açúcar, assim como alimentos com alto conteúdo de água (como a fruta, vegetais, sopas e iogurtes). O que está aconselhado é a ingestão de 1,5 a 2 litros de líquidos por dia que corresponderá 6 a 8 copos de água. Uma dica prática é aproveitar a altura da toma da medicação para beber mais um pouco de água e existir fácil acesso ao consumo de água ou outros líquidos.

    Por: Daniela Medeiros Coelho*

    *Médica Interna de Medicina Geral e Familiar.

    Pós-graduada em Geriatria Clínica

     

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