SECÇÃO: Local

ALUNOS DAS SAIBREIRAS SEM AULAS POR MÁS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

Carta de um munícipe ao presidente da Câmara de Valongo

... A educação só pode ser vista como um investimento com retorno garantido e contamos com o empenho de todos e todas para percorrer o caminho que conduza as nossas crianças de hoje a serem amanhã melhores pessoas e profissionais».

http://www.cm-valongo.pt/pelouros/educacao/»

Bom dia!

Chamo-me Paulo Oliveira e resido em Ermesinde, como tal cidadão do munícipe de Valongo. Tenho 3 filhas, 2 das quais a frequentar a Escola Básica das Saibreiras, uma no 1º Ciclo e outra no Pré-Escolar.

Quis iniciar este email com uma transcrição da página do pelouro da Educação que a C.M. de Valongo apresenta no sítio da mesma para que o Sr. possa reflectir um pouco sobre o que ali está escrito, se é que eventualmente terá conhecimento do seu conteúdo.

Há 2 dias que a minha filha do 1º Ciclo não tem aulas...pois as condições da sala são deploráveis. Há baldes para aparar a água que pinga dos tectos das salas e dos corredores de acesso, o que torna o piso extremamente escorregadio e perigoso para qualquer pessoa que ali circule. O ar é irrespirável pelo cheiro a mofo que emana das paredes, pelas quais escorre, literalmente, água. A tinta descascada vai caindo aos poucos em alvos imprevistos...um livro, uma mesa, uma criança. Para espanto meu há instalações eléctricas - quadros eléctricos, interruptores, fios eléctricos - onde assisti presencialmente a gotas de água a pingar dos mesmos. Há tufos de bolor negro que agora decoram as 4 paredes da sala onde a minha filha e outras 25 crianças deviam de estar a aprender a ler e a escrever. Mais uma vez transcrevo as próprias palavras do pelouro em causa: É também nossa preocupação melhorar as respostas de apoio à família, no sentido de facilitar a exigente tarefa, nos nossos dias, de conciliação da vida familiar e profissional. Nesta lógica também os serviços de Educação do Município alargaram o seu horário de funcionamento para o período das 8:30 às 18:00 ininterruptamente." Estas 26 crianças vieram para casa sem que a escola tivesse capacidade de resposta à situação. E, por favor, não ponha as culpas nas condições climáticas adversas, senão todos os Invernos estaremos a falar das mesmas situações pontuais.

Exº Sr., quero-lhe lembrar que lhe pago 48% do meu ordenado (23% de IVA, 25% de IRS + Segurança Social), pago IUC por um carro que é meu como se tivesse que lhe pagar o aluguer das estradas por onde circulo, mas ainda assim também tenho que pagar portagens porque o imposto por si só não chega...pago o IMI por uma casa que é minha como se tivesse que lhe pagar o aluguer do terreno onde a minha casa está situada, pois o que paguei e pago por ela não é suficiente...pago para poder ter TV em casa mas ainda assim preciso de pagar uma taxa audio-visual...pago...pago...pago e continuo a pagar. Como tal, não lhe peço, EXIGO! que esta situação seja regularizada com a maior brevidade possível, porque quando a segurança dos nossos filhos está em causa o caso "muda de figura".

PS: Se em setembro de 2013 o Sr. e os seus colegas na vez do dinheiro que gastaram em canetas, porta-chaves e papelinhos, com o descaramento de os andar a distribuir à porta da escola, a tivessem reabilitado e consertado talvez a 29 desse mês eu teria pensado em sair de casa para votar.

Cumprimentos

Paulo Oliveira