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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 14-10-2013

    SECÇÃO: Saúde


    Litíase: consumo de água e alterações na dieta são fundamentais para a prevenção

    A litíase urinária, também designada por urolitíase, é uma doença crónica e estima-se que afete uma em cada 100 pessoas, em especial os indivíduos do sexo masculino. Surge, sobretudo, ligada à formação de cálculos renais, vulgarmente designados pedras nos rins. Cerca de 80% dos indivíduos elimina a pedra espontaneamente, juntamente com a urina, mas 20% necessita de alguma forma de tratamento.

    A formação dos cálculos urinários é uma disfunção metabólica crónica, ou seja, uma vez formado um primeiro cálculo é frequente a formação de novos cálculos, mesmo depois de removido o primeiro. Estima-se que cerca de 50% dos doentes não tratados, a quem foi diagnosticado um cálculo urinário, irá desenvolver um novo cálculo 5 a 10 anos depois.

    A permanência de cálculos no aparelho urinário pode não causar qualquer sintoma, se estes forem inferiores a 2mm ou, pelo contrário, cálculos com diâmetro superior a 3mm podem desencadear sintomas muito intensos, como cólicas renais e complicações clínicas graves, que podem culminar em insuficiência renal crónica.

    As complicações tardias mais frequentes da litíase urinária são a pielonefrite, uma infeção da árvore pielocalicial e dos tecidos renais, e a hidronefrose, uma acumulação tão significativa de urina nas vias urinárias que acaba por impedir a atividade renal. Ambas as complicações, caso não sejam tratadas em tempo útil, conduzem a uma deterioração dos rins e, consequentemente, a insuficiência renal crónica. Beber água em abundância - pelo menos 2 litros por dia - controlar o consumo de leite e derivados, de farinha, sardinhas e frutos secos são algumas das formas de prevenção. Deve moderar-se igualmente o consumo de carnes vermelhas, alimentos em conserva, marisco, grão, café, chocolate e bebidas alcoólicas.

    O diagnóstico de litíase urinária é feito pelo médico urologista, que determina o tipo de tratamento mais adequado. Em 80% dos casos, o reforço hídrico e as alterações na dieta permitem evitar ou reduzir significativamente a formação de novos cálculos. Só nos casos mais graves se torna necessário recorrer à extração dos cálculos através de cirurgia, de ultra-sons ou de raios laser.

    A litíase exige um “compromisso vitalício” na realização dos tratamentos prescritos, dado que a prevenção deve ser feita continuamente desde que a doença é detetada até ao resto da vida.

    A litíase é um dos temas que vai estar em debate no Congresso da Associação Portuguesa de Urologia, entre os dias 10 e 13 de outubro, no Centro de Congressos do Algarve, em Vilamoura. Para mais informações consulte: www.apurologia.pt

    Por: Tomé Lopes (*)

    (*) Presidente da Associação Portuguesa de Urologia

     

     

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