Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 27-09-2013

    SECÇÃO: Saúde


    Dor crónica afeta mais de 30 por cento da população ativa portuguesa

    A dor crónica é uma situação de dor persistente, que envolve uma componente sensorial e emocional, associada a uma lesão de tecidos concreta ou potencial (pode ocorrer sem lesão aparente). Esta dor que existe há pelo menos três meses ou quando persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem é suscetível de provocar e perpetuar modificações fisiopatológicas que se traduzem por alterações de natureza orgânica ou psicológica, com reflexos importantes na qualidade de vida dos doentes com repercussões de natureza social, familiar e laboral, podendo conduzir a uma incapacidade.

    A dor crónica pode provocar insónias, ansiedade e depressão. As causas mais frequentes de dor crónica são a dor musculoesquelética como a osteoartrose – a doença degenerativa que atinge a articulação; a lombalgia crónica – dores lombares; e artrite reumatoide – doença inflamatória que envolve preferencialmente as articulações.

    Em Portugal, a dor crónica afeta atualmente mais de 30 por cento da população adulta, com implicações diretas na produtividade, na incapacidade laboral e na qualidade de vida. Em Portugal foi avaliado o custo anual (direto e indireto) da dor crónica, como sendo superior a três mil milhões de euros.

    Em tempos de austeridade e de grave crise económica, a produtividade da população trabalhadora é constantemente questionada e os custos socioeconómicos associados à dor crónica para a sociedade são demasiado elevados. Os doentes com dor crónica recorrem com mais frequência aos centros de saúde, às urgências hospitalares e apresentam muitas vezes dificuldade ou impossibilidade em executar as suas tarefas diárias. Por consequência, a dor crónica é responsável por um maior absentismo, “presencismo”, diminuição da capacidade produtiva, inaptidão, incapacidade total para o trabalho, baixas médicas ou reformas antecipadas.

    São necessárias, por isso, medidas mais eficazes para assegurar que as pessoas afetadas pela dor crónica possam manter os empregos ou regressar o mais rapidamente possível ao trabalho, melhorando as suas capacidades laborais. Tal só é possível, existindo uma maior acessibilidade, em tempo útil, aos tratamentos adequados para o controlo da dor. O não tratamento da dor implica custos muito mais elevados para o erário público e por toda a sociedade, com reflexos socioeconómicos muito importantes, do que o seu correto tratamento realizado atempadamente. Os doentes não tratados ou indevidamente medicados recorrem com maior frequência a consultas médicas nos centros de saúde e hospitais, aos serviços de urgência, apresentam dificuldade ou impossibilidade para a execução das tarefas da vida diária com necessidade de múltiplos e indispensáveis apoios sociais, um maior absentismo, inaptidão ou incapacidade laboral, “baixas médicas” frequentes ou necessitam de reforma antecipada.

    Devido à sua complexidade, a dor crónica requer abordagens diferenciadas e multidisciplinares, como tratamento físico e psicológico e terapêutica farmacológica.

    Por: Duarte Correia (*)

    (*) Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED)

    Mais informações em www.aped-dor.com

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].