DOENÇAS NÃO DIAGNOSTICADAS DA TIROIDE SÃO RESPONSÁVEIS POR PROBLEMAS NA GRAVIDEZ E NA FERTILIDADE
Semana Internacional da Tiroide realizou-se de 20 a 26 de maio
As doenças da tiroide, apesar de muito frequentes, são ainda pouco conhecidas e valorizadas. Na Semana Internacional da Tiroide chamou-se a atenção para as doenças da tiroide e a influência que o seu funcionamento pode ter na gravidez e na fertilidade de homens e mulheres.
A Semana Internacional da Tiroide decorreu de 20 a 26 de maio. Em 2013, as ações que decorreram neste dia (em Lisboa, Évora e Porto) tinham como objetivo alertar para uma doença que afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo e que em Portugal já atinge mais de um milhão de pessoas.
As doenças da tiroide, apesar de muito frequentes, são ainda pouco conhecidas e valorizadas. Atingem maioritariamente as mulheres (oito vezes mais mulheres do que homens), grávidas e crianças. Nas crianças, os problemas da tiroide afetam o seu desenvolvimento físico e mental, provocando dificuldades da aprendizagem e mau desempenho escolar.
Estudos recentes revelam que cerca de dois terços das mulheres europeias não conhecem os efeitos que as doenças da tiroide têm durante a gravidez. Para alertar para esta realidade, um dos temas deste ano da Semana Internacional da Tiroide é a Tiroide é a Gravidez.
Outro dos temas em foco será a influência que as hormonas da tiroide desempenham no funcionamento do sistema reprodutor dos homens e das mulheres e a sua relação com a infertilidade.
Tendo em conta que muitos dos sintomas associados às disfunções da tiroide passam despercebidos, há casais que poderão sofrer de problemas de infertilidade devido a um mau funcionamento da tiroide, uma vez que as hormonas produzidas por esta glândula, localizada no pescoço, interagem continuamente com outras hormonas, principalmente hormonas sexuais.
«Uma tiroide saudável é necessária para a preservação do funcionamento normal dos testículos, nos homens, e dos ovários, nas mulheres. Uma tiroide que não funciona normalmente produz quantidades demasiado elevadas (tiroide hiperativa) ou demasiado reduzidas (tiroide hipoativa) de hormonas tiroideias, o que poderá afetar a fertilidade, tanto masculina como feminina», explica Maria João Oliveira, coordenadora do Grupo de Estudo da Tiroide (GET).
A frequência da infertilidade masculina é superior à crença comum. A infertilidade masculina é responsável por 30% dos casos em que um casal é incapaz de engravidar (35% dos casos encontram-se relacionados com a infertilidade feminina, 20% dos casos resultam de fatores relacionados com ambos os elementos do casal e 15% são atribuídos a causas desconhecidas).
Quando não prevenidas ou tratadas, as doenças da tiroide podem ter consequências graves para a saúde da mulher grávida, da mãe e do bebé. «A realização de análises à tiroide e um consequente tratamento adequado, no caso de existirem problemas, não só é benéfico para os pais como é essencial para a saúde do bebé», defende Maria João Oliveira.
A ocorrência de nados-mortos e nascimentos prematuros, malformações e pré-eclampsia, problemas de aprendizagem e desenvolvimento para o bebé são alguns dos riscos que podem surgir no seguimento de disfunções da tiroide não detetadas e subsequentemente não tratadas.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), um dos principais fatores de risco para o aparecimento de alterações da função da tiroide é o deficit de iodo.
Por tudo isto, na Semana Internacional da Tiroide, decorreram várias ações de sensibilização e informação em todo o país.
Rastreios Gratuitos à Tiroide em vários pontos do país, nos quais se avaliaram os níveis de TSH. No âmbito da Semana Internacional da Tiroide, os profissionais de saúde presentes transmitiram mensagens-chave sobre a doença e a importância de vigiar a tiroide.
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