Manifesto da “Coragem de Mudar”
Há quatro anos, um grupo de cidadãos livres, que não se revia no pior de algumas práticas dos partidos políticos, entendeu romper com essas práticas e abraçar o projecto de uma candidatura independente à Câmara de Valongo. O entusiasmo então gerado fez crescer, de tal forma, esse grupo, que permitiu que viesse a protagonizar, também, candidaturas a todas as freguesias. Candidaturas apresentadas por cerca de seis mil cidadãos, que as propuseram sob o nome de Coragem de Mudar.
Partiu-se, então, do nada, e conseguiu-se um resultado que, não tendo sido de vitória, não pode deixar de nos orgulhar – 29.400 votos expressos, retirando a maioria ao PSD, e reduzindo o número de eleitos do PS.
Com os resultados obtidos, foram assumidos os lugares para que haviam sido eleitos, e os eleitos lá permanecem, na sua esmagadora maioria, respeitando, assim, o que foi o compromisso assumido com os seus eleitores.
São estes eleitos, na Câmara, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia, que honram e prestigiam o nome Coragem de Mudar, e o projecto, de mulheres e homens livres e independentes, que lhe está subjacente.
Alguns desses cidadãos, sete, fundaram uma associação cívica a que deram o nome de Coragem de Mudar, a que vieram a aderir outros cidadãos, quer entre os eleitos, quer entre os que os propuseram. Esta associação foi um projecto cívico, emanado de cidadãos livres e independentes dos partidos, com o intuito de continuarem a intervir activamente na comunidade.
A Associação que criaram e a que se associaram, tem-se vindo a desviar, de forma ostensiva, do espírito que presidiu à sua instituição, e hoje entrou no jogo e prática das negociatas dos lugares nas listas, independentemente de quais sejam as propostas políticas a apresentar aos eleitores, ou mesmo sem as haver.
Para amanhã, sábado, está convocada uma Assembleia Geral, supostamente para se decidir se a Associação faz ou não um acordo de incidência eleitoral com um partido. Para além da impossibilidade legal de tal acordo, hoje ainda não se conhecem, os termos desse acordo. O que foi tornado público é que esse partido oferece lugares em posição elegível, em troca desse apoio. Como, quer esse partido, quer a actual direcção, já se apoiam publicamente, o que se pretende é que a Assembleia Geral venha a ratificar uma decisão há muito tomada. Essa Assembleia Geral, é, pois, uma fraude.
O que se pretende, também, é dar corpo e substância a um negócio que vale, se tanto, o voto dos que o fizeram. Os órgãos sociais representam-se, no momento, a si próprios, porque a Associação foi, por eles próprios, esvaziada. Mas porque o nome Coragem de Mudar pode suscitar natural confusão, vimos dizer, claramente, NÃO a essa atitude. É este o momento de dizer que é inaceitável que a Associação Coragem de Mudar se deixe canibalizar, manifestando o seu apoio a um candidato de um partido, qualquer que ele seja.
É hora, pois, de afirmar, mais uma vez, que a esmagadora maioria daqueles que foram eleitos em listas propostas por cidadãos eleitores, sob a denominação “Coragem de Mudar”, mantêm-se, como há quatro anos, livres e independentes, e assim querem continuar.
Maria José Azevedo
Pedro Panzina
Fernanda Pereira
José Carvalho
Jorge Videira
Luís Azevedo
Manuel Dias
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