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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 24-10-2012

    SECÇÃO: Destaque


    Em Valongo Jerónimo de Sousa classificou Orçamento de Estado para 2013 como um «roubo aos trabalhadores»

    O secretário- geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, esteve no final da tarde do passado dia 20 de outubro em Valongo, onde diante de centenas de militantes e apoiantes que lotaram por completo o auditório António Macedo – no Fórum Vallis Longus – teceu, uma vez mais, duras críticas ao Orçamento de Estado (OE) para 2013 recentemente apresentado pelo Governo, um orçamento que, na voz do líder comunista, não é mais do que um «roubo a todos os trabalhadores e às classes mais baixas».

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    O auditório António Macedo foi pequeno demais para acolher o comício – intitulado de “Pôr Fim ao Desastre, Rejeitar o Pacto de Agressão” – de Jerónimo de Sousa na sede do nosso concelho. Centenas de militantes e apoiantes do PCP lotaram por completo o recinto valonguense, facto que levou a que dezenas de outros militantes tivessem ficado à porta a ouvir as palavras do líder comunista. Cenário este que levou a que no início da sua aguardada intervenção, Jerónimo de Sousa tivesse referido que esta forte adesão era um sinal de que em Valongo continua a haver o sentimento de combatividade e convicção que ultrapassa as fronteiras do medo, das dificuldades, e que se centra na luta pela democracia e por um futuro melhor. No seguimento das suas palavras o secretário-geral do PCP lançou duras críticas ao desempenho do Governo PSD/CDS-PP ao longo dos 15 meses que este leva de mandato, e muito em particular ao OE para 2013 recentemente apresentado. Um documento que para Jerónimo de Sousa não é mais do que um «roubo a todos os trabalhadores e às classes mais baixas. É um autêntico saque fiscal que penaliza a classe operária», rotulando o aumento do IRS como brutal e um verdadeiro atentado fiscal, nas suas palavras o mais violento na história da democracia nacional.

    E por falar em violência o comunista recordou uma recente reação do primeiro-ministro às palavras do PCP, onde este partido classificava o OE do próximo ano precisamente como um roubo, ao que Passos Coelho terá respondido que tal palavra era um incentivo à violência. «Violenta é a política que tem levado milhares de famílias à falência, e ao aumento do desemprego», respondeu Jerónimo, que sublinharia ainda que a política desempenhada pelo atual Governo nega por completo um futuro à juventude, nega-lhe o direito de ficar na sua terra, ao lado das suas famílias, forçando-a a emigrar na procura de um melhor futuro.

    Classificou os 15 meses de governação da coligação PSD/CDS-PP como o período em que o país mais regrediu – em diversos níveis – ao longo da sua história democrática. Aludiu à «farsa desigual» na repartição de sacrifícios, ao referir que o aumento do IRC não chega sequer aos 4% – em comparação com o elevado aumento do IRS –, «numa prova clara de que os grandes grupos económicos vão ser poupados».

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    Nem só os recém-anunciados aumentos de impostos (IRS e IMI à cabeça) mereceram o repúdio do líder comunista. Os cortes anunciados para Educação e a Saúde foram igualmente classificados como um claro ataque às classes mais baixas. Faria ainda uma alusão ao concelho de Valongo, em seu entender um concelho que espelha bem a imagem atual do país, sublinhando neste ponto o fator desemprego, que no nosso concelho era, em agosto último, de 18,3 %, mais 24% do que em agosto de 2011!

    Paulo Portas e o CDS-PP não escaparam à mira de Jerónimo de Sousa, que lembrou os populares como o outrora partido dos pobrezinhos, dos agricultores, mas que agora não passa de um partido morto que sacode a água do capote perante o pacto de agressão levado a cabo pelo parceiro de coligação. «É preciso travar este pacto de agressão, o País não tem futuro com esta política, com este Governo, é preciso pois uma política de esquerda. Portugal é um país com potencialidades, no mar, na agricultura, e como tal não venham dizer que não há saída para esta crise», defende Jerónimo, para quem é necessário defender as pequenas e médias empresas, valorizar os salários no sentido de que quanto mais as pessoas ganharem maior será o seu poder de compra e desta forma será dado um impulso à economia nacional.

    No final do seu discurso apelou a uma forte adesão à greve geral agendada pela CGTP para o próximo dia 14 de novembro, «no sentido de colocar um ponto final no terrorismo social a que assistimos».

    AS QUEIXAS DO PCP LOCAL

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    Antes de Jerónimo de Sousa usar da palavra elementos do PCP local aproveitaram a ocasião para também eles lançarem alguns ataques a algumas medidas elencadas pelo Governo. Pela voz de Joaquim Delgado, membro do Secretariado da Comissão Concelhia de Valongo do PCP, um dos muitos rostos comunistas locais presentes – entre outros vislumbraram-se o líder concelhio do partido, Adelino Soares, ou o representante da CDU na Assembleia Municipal de Valongo, Adriano Ribeiro – foi recordado o anúncio do encerramento das urgências noturnas do Hospital de Valongo, uma medida que na altura originou uma forte indignação da população, e que como consequência adiou – por enquanto – o fecho do referido serviço. O Governo propunha-se a encerrar o serviço de urgências de um hospital que é utilizado por 60 000 pessoas por ano, números que para o PCP mostram como as urgências do Hospital de Valongo são um serviço muito procurado pela população do concelho, e que a «confirmar-se este fecho o único serviço de urgência a funcionar 24 horas por dia seria apenas o Hospital Privado de Alfena, o que acarretaria mais despesas para os utentes e para a própria Segurança Social do Estado, que subsidia largamente os hospitais privados». Ainda na área da Saúde o PCP local criticou a recente fusão dos Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACES) de Valongo e da Maia, fusão essa que para os comunistas irá provocar uma acentuada quebra na qualidade dos serviços prestados às populações, provocando mais problemas de gestão e mais dificuldades técnicas e funcionais, a comprometer a qualidade do serviço prestado a essa mesma população. A privatização de algumas linhas da STCP que passam pelo concelho, o facto de a freguesia de Sobrado continuar sem qualquer serviço de uma empresa pública de transportes, e o não cumprimento do compromisso – lavrado pelo anterior Governo – para a urgente requalificação da Escola Secundária de Ermesinde mereceram igualmente vozes de protesto dos comunistas locais.

    Por: Miguel Barros

     

     

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