NOITE ALUCINANTE NO CENTRO CULTURAL DE CAMPO
“Ne me quittes pas!...”
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Foto URSULA ZANGGER |
Inesperadamente, no final da teatro-conferência, Laura Ferreira anunciou que os alunos das ações de formação em Teatro tinham qualquer coisa para dizer, pedindo ao público presente para não se ir embora.
E explicaria depois que uma coisa unia a todos: reconhecimento e amizade por uma pessoa que os tinha contaminado com o amor pelo Teatro.
Seguiram-se a oferta de «uma manta de retalhos para agasalhar» o mestre, tomada de empréstimo de uma qualquer peça anterior, por exemplo o testemunho de uma miúda com uma longa caminhada no teatro, desde os 13 anos, aqui trazida pela mão de Júnior Sampaio.
«Dás vida com a mesma ferocidade com que entregas o teu sangue em palco!», reconheceram.
«Ofereço-me [a ti]. Faz de mim uma mulher melhor!», suplicaram-lhe.
«Nós somos o que tu quiseres!».
Paulo Kanuko, por exemplo [ele que até faz anos hoje, no dia em que escrevemos], cantou, no espírito do mestre: «Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter uma velha opinião formada sobre tudo!».
E ainda sobre canções, ficou explícita a mensagem dolorosa de Brel: «Ne me quittes pas!».
Cantou-se, pois, e chorou--se e representou-se e foi dito o que muitos tinham para dizer, no temor da partida de Júnior Sampaio.
A ele reconheciam a paixão, mas também o trabalho, o rigor, a exigência.
O mundo, para eles, cresceu. Tomado de empréstimo, apoderaram-se dele e não querem agora desfazer--se do muito que ainda está por fazer.
Entre o humor e o lamento tomaram-se os ensinamentos da fábula e concluiu-se [ouves, Júnior?]: «Até um poeta campestre pode melhorar o mestre».
Intervalo!
Por:
LC
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