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    Arquivo: Edição de 29-02-2012

    SECÇÃO: Desporto


    ENTREVISTA COM O PRESIDENTE E O TREINADOR DE HÓQUEI SUBAQUÁTICO DO CLUBE ZUPPER

    Zuppers querem voar bem alto nos céus do desporto nacional

    O curto tempo de vida está longe de ser um facto suficientemente forte para impedir que a jovem família “zupper” sonhe em calcarrear, num futuro muito próximo, os patamares mais altos do desporto nacional. Nesse trajeto vislumbram-se algumas dificuldades – ou não fôssemos todos nós vítimas desta crise que teima em deixar--nos em paz e sossego – que no entanto não se afiguram mais do que meros obstáculos capazes de serem superados pela desmedida paixão pelo desporto ostentada por estes homens e por estas mulheres, na realidade a mesma paixão que esteve na origem do nascimento do Clube Zupper. Um emblema que o nosso jornal ficou a conhecer este mês bem de perto, na sequência de uma conversa com Nuno Ribeiro e António Silva, os dois sonhadores de um projeto que, ao fim de apenas um ano e meio de vida, já se tornou num caso sério no universo do hóquei subaquático nacional.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    Em comum têm ambos a enorme paixão pelo desporto em geral. Confessam-se mesmo viciados no fenómeno desportivo, na verdade a razão prinicipal para que em setembro de 2010 tivessem dado vida ao sonho de fundar um clube onde pudessem simplesmente colocar em prática o sentimento que ambos carregavam. Nuno Ribeiro e António Silva, o nome dos dois homens que idealizaram e colocaram em prática o projeto batizado de Clube Zupper, que com escasso tempo de vida é já um veículo destacado na tarefa de levar pelos quatro cantos do país o nome de Ermesinde e do próprio Concelho de Valongo.

    Mas não só os nomes da cidade e do concelho que lhes serviu de berço têm sido elevados pelos “zupers”, já que a própria modalidade na qual se deram a conhecer ao Mundo, o hóquei subaquático, muito lhes tem ficado a dever. Hóquei que aliado à referida paixão pelo desporto foi o pretexto, digamos assim, para a fundação do Clube Zupper. Nuno Ribeiro, que agrega em si as funções de presidente da Direção e intérprete desta modalidade, faz uma curta viagem no tempo para recordar o momento em que o seu amigo e ex-professor de natação António Silva o desafiou para experimentar o recém-chegado a Portugal hóquei subaquático. Deslocaram-se então ao Fluvial Portuense, onde travaram conhecimento com a modalidade e desde logo se pode dizer que foi amor à primeira vista. Entusiasmados com a experiência, não demorou muito tempo a que pusessem em prática o sonho comum que ambos transportavam: fundar um clube. «Tínhamos os dois clubes fictícios, isto é, grupos de amigos com quem praticavámos desporto, pelo que decidimos juntar-nos e criar um clube a sério», relembram.

    Fundado o Clube Zupper, foi de imediato colocado em prática o projeto de desenvolver o hóquei subaquático na nossa cidade, contribuindo e muito para alcançar essa meta os conhecimentos e a experiência de António Silva, um homem fascinado pela água e por todas as atividades desportivas que nela se desenvolvem, como o próprio faz questão de deixar bem claro. Monitor de natação há 16 anos e atualmente coordenador da Piscina Municipal de Valongo, António Silva desde logo tentou cativar alguns ex-alunos seus da natação para experimentarem uma modalidade que “aterrou” em Portugal há apenas meia dúzia de anos. Ex-alunos que acederam de pronto ao convite do “mestre”, experimentaram, gostaram e integraram posteriormente a primeira equipa de hóquei subaquático do recém-nascido Clube Zupper. Com algum orgulho António Silva, que desde logo ficou com o cargo de treinador da equipa, refere que grande parte dos primeiros hoquistas zuppers foram seus alunos de natação quando tinham idades a rondar os 4 ou 5 anos, como é o exemplo do próprio Nuno Ribeiro.

    O INÍCIO

    OFICIAL

    DA AVENTURA

    NUNO RIBEIRO
    NUNO RIBEIRO
    2011 marca pois o início oficial da aventura zupper no hóquei subaquático, com a participação no Campeonato Nacional. Uma presença que valeu acima de tudo pelos ensinamentos adquiridos pela “convivência” com as grandes equipas da modalidade em Portugal, o mesmo é dizer o Clube de Natação da Amadora e os Aquacarca (de Carcavelos). Nem mesmo o último lugar obtido pelos zuppers no final da competição parece ter arrefecido o entusiasmo de fazer mais e melhor numa modalidade onde a curto prazo querem ser grandes. Aliás, bem se poderá classificar o ano de estreia do Clube Zupper na alta roda do hóquei subaquático nacional como muito positivo, pois o interesse e curiosidade pela modalidade cresceu a olhos vistos em Ermesinde. «A modalidade está a crescer imenso no seio de clube. Em apenas um ano conseguimos fazer algo inacreditável, que foi captar míudos e graúdos para a modalidade, de maneira que atualmente temos já cerca de 30 atletas federados com idades compreendidas entre os 16 e os 40 anos. As pessoas vieram ter connosco para experimentar a modalidade, gostaram e ficaram».

    Aumento de atletas que obrigou a que o Clube Zupper tivesse inscrito na edição de 2012 do Campeonato Nacional não uma mas duas equipas! «Esse foi o nosso principal objetivo para esta nova época, ter duas equipas a competir ao mais alto nível numa modalidade que, tal como nós, está a crescer em Portugal. Aliás, quero dar os parabéns aos novos jogadores que, apenas com 2 ou 3 meses de atividade estiveram num bom plano na 1ª etapa do Campeonato Nacional de 2012 [ver desenvolvimentos sobre esta prova na página ao lado]. Se compararmos a prestação da nossa equipa B com o desempenho da estreia da equipa A na época passada constatamos que os B estiveram bem melhor, mesmo não tendo ido além do último lugar da etapa. Isso demonstra claramente que estamos a evoluir e que temos potencial (atletas) para chegar longe na modalidade», refere António Silva.

    Ambos os interlocutores não têm dúvidas que o futuro dos zuppers está assegurado com a entrada de novos e promissores atletas que poderão vir a dar muitas alegrias a este jovem clube, isto é, títulos nacionais, pese embora a filosofia zupper passe sobretudo por que todos os seus atletas se continuem a divertir praticando desporto no seio de uma grande família, a designação pela qual tanto Nuno Ribeiro como António Silva definem o Clube Zupper.

    O que é certo é que meio a brincar meio a sério esta família cada vez mais numerosa está aos poucos a enraizar a modalidade em Ermesinde, e prova disso foi o sucesso da 1ª edição do Torneio de Natal que o Clube Zupper realizou em dezembro passado nas piscinas do CPN. «Aquilo o que inicialmente havíamos pensado como um simples torneio quadrangulgar amigável tornou-se num verdadeiro sucesso. Foi um grande momento de hóquei, dito por todos os que aqui estiveram, de tal maneira que vamos querer repeti-lo no próximo ano ainda com mais força, e quem sabe esta não seja a rampa de lançamento para num futuro próximo termos aqui uma etapa do Campeonato Nacional. Seria espetacular», diz Nuno Ribeiro.

    OUTRAS

    MODALIDADES

    NA FORJA

    ANTÓNIO SILVA
    ANTÓNIO SILVA
    Mas nem só de hóquei subaquático vivem os zuppers. Como confessos viciados pelo desporto que são, têm em mente elencar no clube novas modalidades. O paintball é uma delas, uma modalidade radical, por assim dizer, que aliás já faz parte do “ADN” zupper, sendo que de 15 em 15 dias os hoquistas subaquáticos juntam-se no “campo de batalha” para dar uns tiros. «Nos nossos horizontes está claro levar o nome Zupper bem longe também no paintball em provas oficiais, mas para já está tudo muito cru». O atletismo, o surf, o bobyboard, o BTT, o triatlo ou futsal são modalidades que foram igualmente equacionadas para o planeta zupper, sendo que alguns dos atuais membros do clube vão a espaços praticando algumas delas, ainda que por brincadeira, «mas o que pretendemos é cativar atletas que gostem dessas modalidades e que as queiram desenvolver no seio do nosso clube, e que possam até mesmo ficar no futuro responsáveis por essas mesmas secções. Ermesinde é uma cidade enorme, com muita gente que gosta de desporto e que neste momento está parada em casa, e o que nós queremos é trazê-los para aqui para desenvolver essas e outras modalidades que possam surgir.

    Para já podemos dizer que o futsal está muito próximo de ser a próxima modalidade (oficial) do clube, uma vez que espaços para a colocar em prática até não faltam em Ermesinde, como é o caso do rinque do Complexo Desportivo dos Montes da Costa que, ao que parece, se encontra inutilizado, o que é uma pena. Aliás, já falámos com a Câmara de Valongo para vir a poder utilizar aquele espaço e eles mostraram alguma abertura para isso poder vir a acontecer. A ver vamos», sublinha Nuno Ribeiro.

    Estes são alguns dos sonhos que por agora vão sendo idealizados pelos zuppers, que passo a passo vão levando a água ao seu moinho, sendo o hóquei subaquático um bom exemplo disso. Sonhos esses que vão sendo projetados e concretizados sem apoios, conforme sublinham, ou não estivéssemos nós a atravessar uma crise que parece não ter fim. O clube vive apenas da carolice dos seus integrantes, carolice essa que vai chegando para pagar o aluguer da piscina do CPN – local onde os zuppers treinam semanalmente às 2ªs e 4ªs feiras – e as inscrições dos jogadores no Campeonato Nacional de hóquei subaquático. «É complicado angariar apoios nos dias de hoje, pois o mais certo era darmos com o nariz na porta (risos). E como iríamos ter tantas respostas negativas isso iria acabar por desmotivar o grupo. Por isso grão a grão vamos pagando as despesas que temos, através das verbas arrecadadas das mensalidades pagas pelos atletas (25 euros para atletas trabalhadores e 20 para estudantes)». Claro que carolice é uma palavra que no futuro os zuppers vão querer apagar do seu dicionário, «queremos ser um clube a sério».

    Ideias e determinação não lhes falta para atingir esse patamar, e não têm dúvidas de que o nome Zupper ainda vai dar muito que falar.

    «Este nome vai concerteza ficar na cabeça de muita gente, e vamos tentar ser uma marca no concelho. Sem apoios mas com a dedicação e amor ao desporto vamos tentar que o nome de Ermesinde seja falado no país», projetam.

    Conforme fazem questão de frisar, querem continuar a fazer jus ao nome de batismo do clube – Zupper –, que advém da palavra “super”: «Queremos ser zuppers (supers) em muita coisa ainda.

    Por: Miguel Barros

     

     

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