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    Arquivo: Edição de 15-10-2011

    SECÇÃO: Gestão


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    A crise é uma janela de oportunidades

    Vivemos em plena crise, facto que não é novo, e já sobejamente explorado por todos quantos assistem e convivem diariamente com dias de cada vez maior aperto que se reflete num empobrecimento nacional. Portugal é uma comunidade dotada de recursos naturais, humanos e culturais e também tecnológicos que lhe permite assegurar a sua viabilidade e o seu crescimento. Está claro que parte desta crise é importada do exterior e tem uma natureza eminentemente financeira, e é o reflexo de uma estrutura económica desagregada e desarticulada, aberta às ameaças dos mercados emergentes – China, Rússia, Índia, etc..

    Tal como dizia um imperador romano, «nós somos um povo que não se governa nem se deixa governar». A circunstância de termos como atores da nossa governação elementos externos que condicionam a condução dos destinos do nosso País: a troika, poderá ser um pretexto para identificar os aspetos mais negativos e que conduzem à recessão em que praticamente vivemos há cerca de 10 anos.

    Existem medidas de natureza politica que por vezes não têm a popularidade que o poder eleito não tem coragem para por em prática, dada a natureza da nossa democracia, que vive em função da vontade e dos interesses do eleitorado. Há portanto aqui um antagonismo de processos que, por um lado, vão contra a fonte do poder, isto é, a austeridade, e por outro lado, são essenciais para que a médio e longo prazo a qualidade de vida seja evidente, bem como o crescimento e o desenvolvimento económico. Este é o paradoxo da democracia, que muitas vezes é colmatado nas relações externas, através de captação e políticas de interesses, os quais os eleitores acabam por beneficiar; veja-se o caso do aumento do preço do petróleo, que vem beneficiar inevitavelmente as economias produtoras, proporcionando com isso mais bem-estar aos seus eleitores ou classes dominantes.

    Portugal neste momento já não tem qualquer recurso externo, apesar de na história ter tido momentos de abundância, com o ouro do Brasil, os recursos das ex-colónias, mais tarde com as remessas dos emigrantes, ou até com as fontes de turismo, ou os fundos europeus da CEE. Agora não temos mais estas fontes de rendimento mas, ao contrário, temos passivos que nos obrigam a olhar para a nossa máquina produtiva e apenas podemos contar connosco próprios. Estamos numa situação limite que poderá ser a tal janela de oportunidades para operar em muitos setores de atividade as reformas políticas necessárias, aquelas que não dão votos mas que, a pretexto da troika, podemos implementar e assim redimensionar e reequilibrar toda a nossa estrutura nacional, repondo o nosso produto ao nível do rendimento. Desta forma, será possível infletir a tendência em que nos encontramos e começar novamente a crescer.

    Políticas sociais, reformas laborais e alguma moralização das estruturas e organizações do sistema poderão ser a chave para a tão deseja retoma, para além de uma estratégia clara e um rumo definido por todas as forças nacionais, tendentes a que um uníssono de vontades de uma força coletiva permitam reconhecer e compreender os verdadeiros desígnios nacionais.

    Por: José Quintanilha

     

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