EXPOVAL 2011
Expoval: uma mostra empresarial ... cada vez mais cultural
Decorreu entre os passados dias 15 e 18 de setembro mais uma edição da Expoval – Mostra de Atividades Económicas do Concelho de Valongo. Um evento cuja novidade mais sonante foi mesmo o local da sua realização, cabendo ao Parque Urbano de Ermesinde a “tarefa” de sediar uma mostra que tem habitualmente decorrido nas instalações da Escola Secundária da nossa freguesia. Já no que concerne à verdadeira essência do certame, isto é, a mostra daquilo o que se vai fazendo em termos de atividades empresariais no concelho os índices de novidade foram – quanto a nós – um pouco menores, uma vez que o leque de empresas e/ou setores de atividade presentes foi, salvo raras exceções, muito semelhante ao de passadas edições.
Facto visivelmente notório foi igualmente o de que a Expoval é hoje muito mais do que uma mera mostra de atividades económicas, ao transportar a fronteira do mundo empresarial para as vertentes lúdicas e culturais, tendo nestes últimos aspetos apresentado um amplo e rico cartaz de espetáculos que atraiu ao local um elevado números de visitantes.
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Fotos MANUEL VALDREZ |
Na ausência de Fernando Melo coube ao vicepresidente da Câmara Municipal de Valongo (CMV), João Paulo Baltazar, as honras de inaugurar a edição de 2011 da Expoval. Fazendo-se acompanhar por um grupo de personalidades políticas locais, vislumbrando-se – entre outros – as presenças dos vereadores camarários Arnaldo Soares, Maria Trindade Vale, Pedro Panzina e Afonso Lobão, bem como do presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, Luís Ramalho, o autarca começaria por deixar palavras de incentivo e de elogio aos empresários do concelho que, por esta altura, vão “lutando” contra a palavra crise. «A Expoval tem sido ao longo das últimas edições, e continua a ser, um espaço onde os empresários mostram os que fazem e produzem no concelho. A Mostra das Atividades Económicas tem especial importância nesta fase em que quase toda a gente fala de crise. Temos de realçar e dar muita força a quem nestas alturas tem a capacidade e toma a decisão de empreender. Portanto este evento é também uma homenagem aos empreendedores do nosso concelho. Obrigado pelo vosso trabalho. Conto que continuem neste caminho de contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes de Valongo. É um caminho que temos todos de apoiar», sublinharia Baltazar antes de realçar algumas novidades da Expoval 2011, desde logo a nova localização do evento, e deixar uma palavra de agradecimento aos patrocinadores, expositores, e à população em geral.
Seguidamente a comitiva dirigiu-se aos dois pavilhões que albergavam os stands dos expositores para, de uma forma pessoal, cumprimentá-los e dar-lhes as boas vindas. Nesta cerimónia foi então possível visionar que ao nível do setor empresarial do concelho a mostra trouxe poucas novidades, isto é, a maioria dos expositores presentes repete-se – salvo raras exceções – em relação a edições passadas. Uma constatação que não deixa de ter o seu quê de ambiguidade, por um lado deixa perceber a fidelização dos empresários ao evento, mas por outro deixa no ar a sensação de que o Concelho de Valongo possui um curto tecido empresarial. Apesar de curto foram vários os setores que se fizeram representar na mostra, desde o mobiliário passando pela contabilidade, multimédia, construção, imobiliário, saúde, vestuário, decoração, até à gastronomia. Uma nota também para a presença dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, que num stand exterior aos dois principais pavilhões expuseram um pouco do seu trabalho em prol das populações.
OFERTA CULTURAL EM ALTA
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Paralelamente a esta mostra de atividades económicas a Expoval ofereceu aos muitos visitantes que passaram pelo Parque Urbano ao longo dos quatro dias um extenso e variado programa de animação cultural. Um ponto que veio comprovar que a Expoval é hoje em dia muito mais do que uma mostra de atividades económicas, tendo a parte mais cultural da mostra, digamos assim, sido, talvez, a grande responsável pela forte adesão de público ao recinto. Nem o tempo mais fresco em algumas noites impediu que o anfiteatro do Parque Urbano – local onde decorreu a maior parte dos espetáculos – estivesse a arrebentar pelas costuras (tendo muitos espetadores tido a necessidade de se sentar no relvado que circunda o lago ali existente para poder visionar o que acontecia no palco), especialmente durante os concertos musicais dos grandes cabeças de cartaz do evento, casos dos Mind da Gap (dia 16), e dos portuenses Azeitonas (dias 17), embora os grupos menos conhecidos fossem igualmente brindados com enormes molduras humanas. Neste último aspeto damos o exemplo do espetáculo de abertura da Expoval 2011, responsabilidade essa que ficou a cargo da banda local Dreamz ' Up, um grupo de jovens apaixonados pelo estilo pop-rock que teve a sua primeira prova de fogo ao nível de atuações ao vivo em cenários desta dimensão e que na verdade não se saiu nada mal, muito pelo contrário. Espetáculos de ilusionismo, teatro, folclore e dança fizeram igualmente parte do leque de ofertas culturais colocadas ao dispor do público que acorreu em massa ao certame.
Mas nem só de cultura se fez esta Expoval. Muitos e variados workshops de interesse foram levados a cabo pela organização e, neste ponto, podemos salientar os que ocorreram no dia 16, “Conciliação entre a vida profissional e familiar versus igualdade do género”, e “Regime de parentalidade: Uma mudança de paradigma”, nos quais o nosso jornal marcou presença e sobre eles na próxima edição traçará linhas com maior desenvolvimento. Os mais novos também tiveram direito ao seu “espaço privado”, com uma série de equipamentos insufláveis e um conjunto de atividades (desde jogos tradicionais, pinturas faciais, ou esculturas em balões) que lhes proporcionaram quatro dias de muito divertimento.
Por tudo isto poderemos dizer que a vertente lúdico-cultural da Expoval 2011 ficou uns degraus acima da vertente económica. Um aspeto a refletir em próximas edições do certame...
Por:
Miguel Barros
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