XVIII FEIRA DO LIVRO DO CONCELHO DE VALONGO
Desagrado com “A Voz de Ermesinde”
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Foto URSULA ZANGGER |
Reagindo ao conteúdo do jornal “A Voz de Ermesinde” distribuído no decurso da Feira e ao balanço provisório que então fizemos, alguns livreiros, que constituíam a grande maioria dos presentes, discordando da análise feita pelo nosso jornal, recolheram e entregaram no pavilhão de “A Voz de Ermesinde” um abaixo-assinado, nos termos que a seguir publicamos:
«Proposta ao jornal
“A Voz de Ermesinde”
Assunto: Feira do Livro do Concelho de Valongo.
Vimos por este meio manifestar o nosso desagrado relativamente à notícia principal do jornal “A Voz de Ermesinde”, datado de 10 de Julho de 2011, e que foca a Feira do Livro do Concelho.
Para além da crise óbvia e que a todos afecta, esta feira como todas as outras que decorrem pelo país, reflecte essa realidade.
Enquanto livreiros presentes, naquele que é sem dúvida um dos principais eventos culturais do concelho, queremos contrapor à notícia apresentada:
– A localização é excelente, contrariamente ao referido pelo jornal;
– Os livreiros foram bem recebidos e não com a desolação de que se fala;
– A Organização do evento tem vindo a melhorar ano após ano;
– O programa de animação abrange todos os dias de feira e a horas variadas;
– Há, pela primeira vez, um stand dedicado a actividades constantes para crianças durante todo o horário da feira;
Não entendemos a notícia apresentada por um jornal da Terra que, para além de tudo, tem a obrigação de a defender e dignificar».
O documento recolheu a assinatura de responsáveis pelas seguintes editoras, cujos nome reproduzimos tal e qual como se encontram escritas no referido abaixo-assinado: Solumen/Lamegart, EDC SA Verbo, Alfarrabista João Soares, Papelaria “A Capa”, Livraria Index, Mania do Livro, Lema d’Origem, Mosaico de Palavras, Mercado dos Livros, 7 Dias e 7 Noites, Lusodidacta e Publicações Europa-América.
Sobre este abaixo-assinado tem “A Voz de Ermesinde” a dizer :
– As questões apontadas na sua redação parecem mais obviamente matéria de interesse da própria organização que matéria de interesse dos próprios livreiros;
– Os subscritores do abaixo-assinado fizeram uma leitura apressada ou menos atenta do nosso jornal ou cederam a uma pressão implícita para deixar clara a sua boa relação com a organização (o que não estava em causa);
No concreto, e respondendo às questões apontadas, parágrafo a parágrafo:
– O reconhecimento da crise e a sua importância no falhanço comercial desta feira está apontado logo no destaque da 1ª página de “A Voz de Ermesinde” que se está a comentar: «Que esta crise é muito séria e que os portugueses parece terem disso a consciência mais aguda, prova-o a desolação com que foram recebidos os livreiros...». Não dissemos que a crise só se fazia sentir na Feira do Livro do Concelho de Valongo – sabemos bem que não – , e não dissemos os “ermesindenses” ou “valonguenses”, mas os “portugueses”. Por algum motivo foi.
– Estamos totalmente de acordo que é um dos principais eventos culturais do concelho.
– Foram alguns livreiros que apontaram críticas à localização, não nós. Limitamo-nos a dar notícia do que nos disseram.
– Pelos motivos já apontados atrás e também pelo tempo impróprio que se fez sentir, os livreiros foram recebidos com evidente desolação, é isso que é dito em “A Voz de Ermesinde”. Não se disse nem se quis dizer que tinham sido mal recebidos pela organização.
– A organização do evento tem vindo a melhorar, sem dúvida, recebeu aliás da nossa parte rasgados elogios no ano anterior por isso mesmo. Este ano é que entendemos que não os mereceria.
– O programa de animação, embora mais fraco que no ano anterior, abrangeu, também este ano, todos os dias da feira e a horas variadas. Na leitura que fazemos do que esteve mal na Feira deste ano, este ponto tem pouca importância e aceita-se, aliás, que possa ter sofrido de alguma limitação financeira.
– Concordamos que foi uma boa iniciativa a do stand para atividades constantes com crianças.
– O jornal da terra tem obrigação de defender e dignificar a Feira, o que tem feito sempre, desde que nela participa. Mas não tem que fazer fretes e dizer sempre ámen, haja o que houver. E se alguém tem divulgado, com gosto e não por obrigação os livros e os autores que os livreiros trazem à feira somos nós (mesmo depois de conhecermos o abaixo-assinado). E quando apontamos erros e criticamos é sempre no sentido de corrigir e melhorar e não com o intuito de denegrir e abater.
A “desolação” foi o que sentimos este ano. E foi desolação o que sentimos em muitos livreiros, digam agora aquilo que disserem. Tal desolação não é apenas imputável à organização, longe disso – referimos o mau tempo e, sobretudo a crise económica. Mas também houve erros da organização e esses, já agora, merecem ser apontados, para melhor compreensão de todos, numa peça à parte (em cima), como fazemos neste número.
Por:
LC
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