Políticos e tecnocratas
Antes de mais convém reservar alguns momentos para tentar alinhar devidamente estes dois conceitos:
O Tecnocrata é aquele que tem o poder da técnica, ou seja, domina as teorias e as praticas de determinada tecnologia ou ciência. È portanto um conhecedor em profundidade de determinadas matérias.
Já o Politico deveria ser aquele que faz opções com vista a determinados objetivos e define inclusivamente os mesmos com base em fundamentos ideológicos. Também se diz que a politica é a arte da governação dos povos. Estamos noutra dimensão que não a da tecnologia; estão envolvidos valores morais básicos e relações sociais e económicas complexas. O mais alto nível que um politico pode ambicionar é o de estadista, alguém que consegue marcar a história de um povo, naturalmente pelos melhores motivos.
Tudo isto para chegarmos à realidade em que vivemos, onde os nossos políticos já não têm alternativas nem opções, estão presos a decisões supranacionais numa situação de grande fragilidade que por vezes faz lembrar os tempos da Dinastia Filipina do Séc. XVII.
Neste contexto estamos reduzidos a um estado de tecnocratas peritos em técnicas economicistas de controlo de bens públicos; veja-se o caso do tão elogiado sistema de contribuições e impostos do Ministério das Finanças, onde tantas vezes se colocam na posição de juízes em causa própria; ou então as parcerias público-privadas em que os políticos se colocam declaradamente ao lado destes grupos económicos e lhes criam as condições ideais para promoverem os seus monopólios, veja-se o caso do InIR.IP, mais um Instituto Público: Instituto de Infraestruturas Rodoviárias IP, com poder executivo e a tutela legislativa dos nossos tecnocratas, onde se revelam também juízes em causa própria.
Os valores morais e a justiça estão completamente arredados da nossa “classe política” de tecnocratas que mantêm uma máquina de burocratas. Aqui vale a pena fazer jus a uma máxima: «O burocrata administra o presente e explica o passado ao passo que o estadista administra o futuro».
Por:
José Quintanilha
|