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    Arquivo: Edição de 30-12-2010

    SECÇÃO: Música


    Solidariedade através da Música

    Agora que estamos numa altura do ano de muita azáfama, com a quadra natalícia que, espero, tenha sido passada da melhor forma possível, com toda a família, cheia de alegria, ainda temos um momento de reflexão, de balanço sobre aquilo que fizemos (e não fizemos) durante o ano de 2010, por forma a podermos, dentro das nossas possibilidades, prever e prepararmo-nos para o primeiro ano da segunda década do Século XXI.

    Enquanto as crianças estão fascinadas com os seus brinquedos novos (ou talvez obriguem os pais a trocarem as prendas, com grande azáfama renascida nas grandes superfícies comerciais) estes, os pais, deitam contas à vida, pois os tempos são de grandes dificuldades ainda por vir.

    Cada vez mais vemos a pobreza a crescer à nossa volta, com dados governamentais pouco abonatórios da nossa situação económico-financeira. As nossas esperanças numa vida em sociedade pacificada cada vez diminuem mais, pois com cada vez mais pessoas a caírem no desemprego, aumentam fenómenos alienantes como a criminalidade, o alcoolismo, o consumo de substâncias proibidas, por forma a que se esqueçam os problemas.

    Por estas e muitas mais razões é que devemos dar extrema importância a todas as actividades e iniciativas que promovam o bem-estar, a cultura, a aproximação de valores entre as pessoas. Exemplos de sucesso em todas as áreas existem e devem ser mostrados, que apelam à responsabilização social de todos nós por cada um que faz parte desta sociedade cada vez mais consumista.

    Neste campo, a Música, uma das áreas da Cultura mais acessível, no meu entender, ao comum dos mortais, tem papel fundamental para dar algum “pão espiritual”, alguma alegria, paz interior, àqueles que de todos os lados só recebem más notícias.

    A arte musical ajuda a criar zonas de comunhão, de aproximação à verdade interior, àquilo que realmente nos une a todos, a procura da felicidade.

    Exemplo bem recente foi um concerto na Sé Catedral do Porto, no dia 17 de Dezembro. Cheia que nem um ovo, toda a gente ficou maravilhada com o Coro, a Orquestra e os cantores líricos, as pessoas dando-se por contentes por terem ficado mais cheias “de alma”, valendo a pena terem saído de suas casas numa das noites mais frias deste Inverno.

    Outro exemplo partiu da Fundação Calouste Gulbenkian, que acolheu o evento “Música Por Uma Causa”, no dia 12 de Dezembro. Tratou-se de uma iniciativa integrada na programação Gulbenkian Música 2010//2011, que propôs recolher instrumentos musicais destinados sobretudo a escolas de música de Moçambique, mas também de outros países africanos e do Médio Oriente, com a ideia de que um instrumento já não utilizado, mesmo em mau estado, pode ser aproveitado e ajudar na formação musical de jovens em situações seriamente desfavoráveis.

    De acordo com Miguel Sobral Cid, responsável pela coordenação deste evento, era esperada «uma grande adesão por parte do público, uma enchente de crianças e de famílias para este dia cheio de música, com uma larga oferta de bons concertos e outras actividades. Ao mesmo tempo, estamos a contribuir, de uma forma diferente, para uma causa social, através da recolha de instrumentos».

    Música Por Uma Causa é fruto de um parceria com a Music Fund, uma instituição internacional fundada em 2005, que apoia a formação musical de jovens de países em desenvolvimento e em zonas de conflito.

    A prática destas acções de beneficência/solidariedade sempre foi apanágio do Povo Português, sendo um exemplo ainda fresco na nossa memória a música que Luís Represas criou, na sequência da luta pela causa timorense. Convidado pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, a deslocar-se a Timor, em visita oficial, levou na bagagem o tema que se tornou num hino à independência e paz do território.

    Serve isto para nos dar confiança e apreço por aqueles que dão o seu melhor para nos alegrar com cultura de qualidade, para lembrarmos também que a Cultura ajuda a chegar ao Belo, aos sentimentos mais verdadeiros e puros, que nos ajudam a sobreviver nesta torrente de tormentas em que parecemos (sobre)viver.

    Da minha parte desejo a todos os leitores do jornal "A Voz de Ermesinde" a entrada no ano de 2011 com o pé direito e que consigam realizar os vossos sinceros desejos e ambições.

    Por: Filipe Cerqueira

     

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