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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-12-2010

    SECÇÃO: Destaque


    NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

    Um conto de Natal

    Eu tenho 50 anos e interiormente ficava sempre furiosa quando ouvia dizer que o Pai Natal não existe. Claro que existia, dentro do nosso coração, e mais importante ainda, fazia parte do Natal, que eu ligava a família, partilha, alegria e paz.

    Este ano estava com muita dificuldade em acreditar no Natal ou, diria mesmo, estava a sentir-me como o Sr. Scrooge, seco e de coração frio. Isto estava a reflectir-se no pinheiro de Natal que deveria ser montado no meu local de trabalho, tanto mais que é um espaço de atendimento ao público.

    Teimosamente e sem crença nenhuma fui buscar o pinheiro e coloquei-o no vaso apropriado. Confesso que estava contrariada a desdobrar as hastes do pinheiro quando de repente olhei para a sala de espera e estavam lá três crianças que acompanhavam os pais a atendimento.

    De sorriso doce eu acho que perceberam que eu não estava nada inspirada na minha tarefa. Olhei para a carinha da criança do meio e perguntei-lhe se me queria ajudar. Acorreu de imediato e com muita delicadeza foi desdobrando os raminhos.

    Logo de seguida juntaram--se-lhes os irmãos e, de uma forma natural, lá estavam eles a cuidar do pinheirinho, com uma doçura enternecedora e os olhinhos brilhavam tanto que pareciam as luzinhas que deveriam ser lá colocadas.

    Quando entenderam que estava pronto olhei e estava lindo, com os raminhos harmoniosamente distribuídos.

    Faltavam as “bolinhas” que só chegam amanhã. Estavam desapontados, pois via-se que queriam ver a sua obra finalizada.

    A directora técnica e a sua assessora, face a tanta dedicação, foram ao seu “ baú de surpresas” e mandaram entregar um brinquedo a cada um.

    A luz dos olhos deles fez-me voltar a acreditar que efectivamente há Natal, eu é que andava distraída.

    Expliquei-lhes que o brinquedo da menina mais nova (dois anos) precisava da ajuda deles para ser montado, pois era um puzzle com peças grandes adaptadas à sua idade. A resposta da mais velhinha: «Nós sabemos que temos que nos ajudar uns aos outros…».

    Tens razão menina, pois eu que sou grande, às vezes esqueço-me disso!

    Os meus colegas são fixes e no dia seguinte deixaram-me acabar de fazer a nossa árvore de Natal e cada bolinha lá colocada foi baptizada com nomes como: fé, esperança, futuro, oportunidades, solidariedade, etc..

    Afinal o Natal existe e o Pai Natal também, no coração de cada um, e eu tive sorte porque o meu chegou mais cedo.

    Por: GLÓRIA LEITÃO

     

     

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