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    Arquivo: Edição de 20-12-2010

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    Demência – o que é?!

    O nosso desafio é esclarecê-lo e ajuda-lo a superar os obstáculos da vida para ser feliz. Somos uma equipa transdiscipliar e é para isso que existimos. Tem o nosso apoio em www.felicity.com.pt ou [email protected]

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    Fala-se muitas vezes em demência… Para dar nome aos esquecimentos das pessoas idosas; para denominar um comportamento estranho ou fora do comum de uma pessoa (“parecia que estava demente”); enfim, é um termo que tem muitas conotações no nosso quotidiano. Mas o que é a demência? É uma doença? São várias? É um problema orgânico, de saúde mental? Afecta só os idosos?

    Considera-se que existe Demência quando, num indivíduo que previamente tinha um funcionamento cognitivo normal acontece o declínio de funções cognitivas acentuado, (incluindo memória, cálculo, capacidade de raciocínio e de julgamento), a ausência de delírio ou obnubilação de consciência e persistente por um período não inferior a 6 meses. Por sua vez o delírio caracteriza-se por ser um juízo patologicamente falso, que não corresponde à realidade e que não é susceptível de correcção por argumento; e a obnubilação de consciência pela diminuição da percepção, lentidão da compreensão, alteração no curso do pensamento, prejuízo da fixação e da evocação da memória, algum grau de desorientação e sonolência.

    Demência é então uma síndrome clínica caracterizada por déficits cognitivos múltiplos, adquiridos e persistentes, derivados de patologia orgânica, capazes de interferir de maneira substancial nas actividades de vida diária do paciente. As demências podem ainda apresentar-se como reversíveis e não reversíveis. As demências podem apresentar-se como reversíveis quando são causadas por situações como intoxicações, défices metabólicos ou vitamínicos, infecções graves, e ainda como resultado de doenças como tumores cerebrais. As demências irreversíveis são por exemplo, a Doença de Alzheimer, Demência Multi-enfarte, Demência Fronto-temporal, Demência dos Corpos de Lewy, Demência de Creutzfeld-Jakob, Demênicia de Pick, entre outras. Estas situações, depois de instaladas, já não existe possibilidade de as pessoas recuperarem o seu funcionamento anterior. São situações clínicas identificadas, paras as quais se deve consultar um médico Neurologista ou Psiquiatra, para avaliação e seguimento médico e terapêutico.

    Embora cada doença tenha uma apresentação clínica específica, as demências têm algumas características em comum. De uma forma geral, a sua prevalência aumenta com a idade, ou seja são mais comuns nas pessoas mais velhas, nomeadamente a partir dos 65 anos. No entanto, existem doenças, como a de Creutzfeld-Jakob, que têm maior incidência (número de casos novos) entre os 50 e os 70 anos; ainda, existem formas precoces de demência, existindo casos documentados (embora raros) de Doença de Alzheimer em pessoas com menos de 60 anos.

    Os dados estatísticos apontam para que 50 a 80% dos casos de Demências sejam de Doença de Alzheimer, seguida da Demência de corpos de Lewy (cerca de 20%) e a Demênica Multi-enfartes (5-10%). Muitas vezes estas situações podem coexistir. Também, há maior número de mulheres do que homens com demência.

    As demências, de uma forma geral, apresentam uma diminuição do volume do córtex cerebral (por atrofia), que vai sendo mais significativo com a progressão da doença. Entre os principais sintomas estão: Prejuízo da memória (que começam com esquecimentos mais ou menos graves até um prejuízo severo a ponto de não se recordar da própria identidade); problemas de comportamento (agitação, insónia, choro fácil, comportamentos inadequados, perda da inibição social normal, alterações de personalidade, etc.); e perda de competências (organizar os compromissos, conduzir, vestir a roupa, cuidar da vida financeira, cozinhar). Dependendo do tipo de Demência, estes sintomas podem aparecer em fases diferentes e com maior ou menor gravidade.

    Independentemente do tipo de Demência, o importante é lembrar que este diagnóstico só pode ser realizado por um médico especialista, um Neurologista ou um Psiquiatra. Isto porque um diagnóstico de demência não significa um “fim de linha”: existem tratamentos farmacológicos e não farmacológicos (como a intervenção da fisioterapia, terapia da fala, psicologia e terapia ocupacional) que podem atrasar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida da pessoa com demência e dos seus cuidadores.

    Por: Magda Lomba (*)

    (*) Terapeuta ocupacional

     

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