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    Arquivo: Edição de 10-10-2010

    SECÇÃO: Tecnologias


    E o velho computador para que serve? (1)

    Ao contrário do que lhe diz a publicidade enganosa, muito provavelmente, o seu computador velho de há alguns anos, salvo tenha necessidades de computação gráfica particulares, continua a servir muito bem para a generalidade dos programas de escritório que usa, e para a net. Não será por acso que, muito recentemente na página web Distrowatch, especializada na divulgação de distribuições de software livre, se apresentavam mais duas distribuições de Linux cujo propósito era precisamente fazer reviver computadores antigos, com mais de 10 anos: a GALPon MiniNo e a Quelitu.

    O que propõem, uma e outra? Hoje debruçamo-nos sobre o projecto GALPon MiniNo.

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    Com origem espanhola, a GALPon MiniNo é uma distribuição leve de GNU Linux, designada para computadores com mais de 10 anos, embora perfeitamente utilizável em computadores modernos ou netbooks.

    A distribuição contém uma cuidada selecção de software cujo propósito é alcançar um compromisso entre funcionalidade, velocidade e facilidade de uso.

    Como desktop usa o leve IceWM, tendo ROX-Filer e PCManFM como filemanagers. Baseada em Debian, a GALPon MiniNo vem com os "magic icons" – um conjunto de ferramentas que automatiza tarefas repetitivas, como rodar ou redimensionar centenas de imagens, converter ficheiros de audio e video ou queimar CD’s com um simples drag & drop.

    Do ponto de vista dos seus princípios, a distribuição põe também a tónica, ao alargar a vida dos computadores, na conservação dos recursos naturais, na redução da poluição, e na restrição de gastos económicos e meio-ambientais desnecessários.

    São especificamente apontados os benefícios sociais da reutilização dos computadores, permitindo que pessoas ou organizações que não tenham capacidade económica para comprar novos equipamentos possam continuar a usar os velhos.

    «(...) GNU/Linux permite adaptar o software às máquinas antigas usando aplicações adequadas sem perder funcionalidades.

    O site da distribuição chama a atenção para o estudo da ONU “Computers and the Environment: Understanding and Managing their impacts studio”, no qual se chama a atenção aos governos dos diferentes países do mundo para que comecem a reciclar os seus computadores em vez de desfazer-se deles. Segundo esse estudo, «a produção de um computador e do seu ecrã necessita pelo menos de 240 kilos de combustível, 22 kilos de produtos químicos e 1,5 toneladas de água».

    Mais do que reciclar, defendem os responsáveis pela distribuição, «o que pretendemos é reutilizar esses equipamentos (...)».

    Processar texto, com suporte a folhas de cálculo e inserção de gráficos é perfeitamente possível para estes equipamentos. Outras utilidades podem ser: tratar de contas numa folha de cálculo, executar um gráfico, ver e editar fotografías (recortar, clarear, reduzir os olhos vermelhos, por exemplo), gerir as fotos de uma câmara, escutar música, comunicar através do chat, ripar e gravar cds de música o de dados, jogar una partida de xadrez…

    Além disso, como consomem menos que os equipamentos modernos, podem-se usar para compartilhar ficheiros P2P. E se se tiver outro computador mais poderoso, abre-se o leque de possibilidades, podendo aproveitar-se directamente os seus recursos ou deixar o velho computador para servidor/armazém de ficheiros de música ou filmes, centralizar as descargas P2P, como sistema multimédia, etc…

    E se a máquina for realmente antiga podemos aproveitá-la como terminal “tonto” de outra máquina mais potente. Com um único servidor Pentium 4 e 1Gb de RAM, podem-se usar até 10 terminais “tontos” a trabalhar todos ao mesmo tempo, aproveitando do servidor os programas e suites ofimáticas actuais. A relação vê-se claramente: um único equipamento potente em vez de 10.

    Os únicos sistemas da Micro$oft que continuariam mais ou menos decentes quanto a velocidade em computadores antigos são window$95ou 98, mas com estes não se pode hoje em dia navegar com IE nem em metade das páginas de Internet e nem sequer se pode actualizar por razões de segurança. Têm uma infinidade de bugs conhecidos e ignorados pela Micro$oft e estão expostos a milhares de vírus de todas as espécies, tamanhos e feitios.

    Estes sistemas estão obsoletos, não se podem usar com eles impressoras novas, nem scanners, nem webcams compradas recentemente (por recentemente refiro-me a 5 anos), porque já não se fabricam drivers para eles; também estariam limitados na hora de usar algo tão comum hoje em dia como é uma memória flash USB. Para não falar de que não têm suporte algum e que há muitíssimo tempo que se deixaram de vender. E deixamos de lado o tema dos bloqueios e dos ecrãs azuis.

    Mais próximo dos tempos actuais, está o Window$ XP que ainda sobrevive porque logo a seguir está o Vi$ta, que desde a sua chegada, muitos utilizadores procuram, como alternativa mais leve para instalar nos seus equipamentos. Ora cá está um bom momento para lhes sugerirmos a instalação de GNU//Linux , porque costuma ser mais leve, actualizado, configurável até limites extremos, mais eficiente com os recursos do computador e mais ecológico. Sem dúvida, uma grande actualização: depois do XP, o que recomendamos é GNU/Linux…

    Com o Software Livre podemos brindar com uma segunda juventude a máquina que, com outros sistemas funcionava penosamente.

    E se falamos de máquinas que tens a ponto de reformar, experimenta GALPon MiniNo e o teu velho equipamento terá uma larga vida em liberdade, sem software privativo que o estrangule (...)».

    Como surgiu?

    «O projecto nasceu em Abril de 2008 da confluência de dois projectos coincidentes no seu propósito: Galpon Mini + Minino.

    O projecto GALPon Mini surge da necessidade de dispor de una distribuição actualizada, em galego e castelhano, para computadores reciclados provenientes da Universidade de Vigo (Grupo de Reciclagem Informática da Universidade de Vigo GRUVI). A área de software de GRUVI está coordenada por membros de GALPon (Grupo de Amigos de Linux de Pontevedra).

    O projecto Minino começou como uma tentativa de construir uma distro medianamente actualizada para computadores bien feitos, quer dizer, máquinas que aguentem o peso dos anos, o pó, as temperaturas extremas, os golpes, as subidas de tensão e as numerosas ameaças que atacam os seus teclados e mexem com as suas tripas.

    Também é necessário apontar que na alma de todos está presente una “menina dos nossos olhos”: Guadalinex Mini 2004 [uma outra distribuição de Gnu/Linux com origem em Espanha], que foi durante quase três anos a “distro oficial” do GRUVI e um magnífico ponto de aprendizagem para muitos».

    Por: AVE (*)

    (*) Tradução e adaptação de “A Voz de Ermesinde”.

     

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