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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 15-09-2010

    SECÇÃO: Destaque


    O CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

    A fundação do Ermesinde Foot Ball Club

    Numa terra como Ermesinde, em franco crescimento, grande dinamismo republicano e cheia de vida não podia faltar também o associativismo. Neste capítulo referirei algumas associações que ainda hoje existem, apesar de terem mudado de nome, como é o caso do Ermesinde Sport Club.

    A primeira colectividade de futebol que houve em Ermesinde foi fundada em 1923, e, mais tarde, daria origem ao Ermesinde Sport Clube de hoje.

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    Foram fundadores do primeiro clube de futebol de Ermesinde, entre outros, os Srs. Manuel José Moreira Júnior (Presidente), César Augusto dos Santos Quelhas (Vice-Presidente), Francisco Barros Freire (1º Secretário), Carlos Caetano de Oliveira (2º Secretário), Aurélio Brites (Tesoureiro), Manuel Moutinho (Vogal), José Correia (Vogal) e ainda Aurélio Coelho, Manuel Paiva Oliveira, José Ferreira dos Santos, Francisco Guerreiro Chaves, Eduardo Correia Bacelo, António Mendonça, Giovani Trevisanni, Américo Ramos Norte e António Matos. O 1º jogo, frente ao Sport Clube Paredense, resultou numa grande goleada para os jogadores de Ermesinde, que foram os seguintes: Aurélio Coelho; Carlos Caetano, Pinto Ferreira, Saraiva e Eurico Barreto; Neca Paiva, Humberto Lima e Júlio Freitas; Guerreiro Chaves, Américo Ramos Norte e Giovani Trevisanni.

    Na época desportiva 1924-1925, inscreveu-se na Associação de Futebol do Porto e disputou o Campeonato de Iniciação. Na época seguinte competiu no Campeonato da Promoção. Eram então seus jogadores habituais os seguintes: Gaspar, Ramiro, Mário Figueiredo, Mário Aguiar, Américo Ramos Norte, Esquina, Leónidas Norte, Trevisanni, Leal, David Dória, Lemos e Avelino.

    O Ermesinde Sport Clube, propriamente dito só seria fundado no dia 10 de Agosto de 1936 (faz daqui a um ano 75 anos), por um conjunto de entusiastas do “desporto-rei”, e, durante muitos anos, foi a única colectividade desportiva a dedicar-se ao futebol em Ermesinde. Actualmente, não é a única a praticar futebol, mas o Ermesinde Sport Clube é o mais representativo.

    Segundo as nossas investigações, a primeira sede social do Ermesinde foi na Travagem, no edifício onde estava instalada a Padaria e Mercearia Neta. Encontrava--se ainda nesse espaço, quando, em 1942, se filiou na Associação de Futebol do Porto. E, logo no 2º ano de filiação, época de 1943-1944, o Ermesinde foi Campeão de Promoção. Nessa altura, a sua sede passou para a Rua 5 de Outubro, ocupando provisoriamente um espaço cedido pelos Bombeiros Voluntários de Ermesinde. Na época 1944-1945, o Ermesinde foi Campeão da 3ª divisão e Campeão de Série da Prova Extraordinária que a Associação de Futebol do Porto organizou. Em 1946-1947, o Ermesinde sagrou-se Campeão da 2ª Divisão, passando depois por momentos menos bons, altura em que foi criada uma equipa de “Juniores”.

    Na década de 1940, os dirigentes mais destacados do Ermesinde foram: Elmano Augusto, Armando dos Santos Semana, Arlindo Bruno Pastor e António de Sousa Ferreira. Entre as personalidades que se mostraram mais dedicadas ao Ermesinde Sport Clube, neste período, devem destacar--se os seguintes nomes: Capitão Aires Martins, Dr. Manuel Moutinho Alves, Dr. Armindo Lage, Luciano de Carvalho, Domingos Ferreira dos Santos, Joaquim Lagoa, António Ferreira do Vale, Avelino Fernandes Barbosa, Ramiro Ribeiro, Antero Moura e António da Mota Pedroso.

    A AQUISIÇÃO

    DO CAMPO

    DE SONHOS

    Um aspecto do Campo de Sonhos, já relvado
    Um aspecto do Campo de Sonhos, já relvado
    No dia 14 de Agosto de 1957, o Ermesinde deixava a sede, nas instalações dos Bombeiros, e passava para o piso de cima de um antigo edifício, que existia frente à actual dependência do Montepio Geral, do outro lado da Rua Cinco de Outubro. Só passados alguns anos, a sede social do Ermesinde passou para a Rua Rodrigues de Freitas.

    No que respeita a equipamentos e campos para jogar, os primeiros atletas Ermesinde tiveram, muitas vezes, que improvisar antes de terem equipamentos a preceito e, já com algumas condições, o campo de Sonhos. Chegaram a jogar com “sapatilhas e cuecas” como equipamento e a usarem como campo as matas da Bela. Mais tarde, tiveram o campo de S. Paio e daí passaram para o de Sonhos.

    O Campo de Sonhos entrou na posse do Ermesinde Sport Clube no dia 6 de Abril de 1968. Cerca de 12 mil metros quadrados de terreno foram adquiridos à Fábrica de Cerâmica pelo preço quase simbólico de 275 contos. Para comemorar o importantíssimo evento, para a história do Ermesinde, houve festa no Clube. Compareceram as entidades oficiais (Presidente e Vice-Presidente da Câmara, Presidente da Junta da Freguesia, Delegado no Porto da Direcção-Geral dos Desportos, Directores da Associação de Futebol do Porto e representantes da Comissão Distrital de Árbitros), assim como os Corpos Gerentes, os jogadores e associados. A Fanfarra dos Bombeiros deu mais um toque festivo ao acontecimento, ao mesmo tempo que o sócio n.º 1, Mário Lino, içava no novo campo a bandeira do Ermesinde.

    Para evitar que este legado alguma vez deixasse de ser para o desporto, fez-se uma hipoteca a favor da Associação de Futebol do Porto, pelo que a venda deste recinto desportivo carece sempre da autorização prévia da Associação de Futebol do Porto.

    Comprado o Campo de Sonhos, pensar-se-ia, mais tarde, na sua vedação e iluminação, para permitir que os atletas do Ermesinde pudessem treinar à noite. Era Presidente, naquele tempo, o Sr. Luciano Carvalho. Entre os seus fervorosos adeptos e amigos do Ermesinde, contava-se o Eng.º Braga Lino, ao tempo, aluno da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Graças aos seus conhecimentos na Faculdade, pediu ajuda a um Engenheiro Electrotécnico e ambos fizeram um anteprojecto da iluminação que entregaram ao Presidente da Colectividade. Só que, por causa das dificuldades financeiras, os responsáveis da altura, pensando em poupar, andaram pelos sucateiros a arranjar faróis velhos, pensando que dessa forma resolveriam o problema da iluminação. Claro que não o resolveram minimamente e, mais tarde, tiveram que voltar ao projecto e executá-lo, acabando por gastar mais dinheiro. A pensar em fazer uma fachada digna para o Campo - que a actual de alguma forma retoma, ficando, no entanto, aquém daquela que naquele tempo foi gizada, que era um pouco mais grandiosa – o Eng.º Braga Lino pediu colaboração ao arquitecto (nesse tempo ainda estudante) António Rodrigues (o Toninho da Farmácia, como era conhecido pelos amigos, por ser filho dos donos da Farmácia Confiança) e apresentaram o respectivo anteprojecto ao Presidente.

    OUTROS

    MELHORAMENTOS

    NO CAMPO

    DE SONHOS

    A pouco e pouco, o Campo de jogos do Ermesinde, aproximava-se da estrutura que hoje apresenta, se bem que, depois disso, muito mais obras se fizeram.

    Em 1987, por exemplo, quando o seu Presidente era o ermesindense Manuel António Castro, e o Ermesinde militava na 2. Divisão Nacional – Zona Norte (na altura não havia ainda Divisão de Honra, nem 2.ª Liga), foram feitas grandes obras no Campo de Sonhos, de que se destacam, sobretudo, os Novos Balneários por baixo da bancada coberta e um Novo Posto Médico, que foram inaugurados, no âmbito do 51.º aniversário do Clube, no dia 17 de Dezembro de 1987. Os Balneários ficaram baptizados com o nome de “Balneários Paulo José” em memória do infeliz jovem, atleta do Ermesinde, que foi vítima mortal de um acidente no campo, quando decorriam estas obras. Todos os anos, desde então, os seus colegas e dirigentes se reúnem para lembrar o Paulo José.

    Depois de várias vicissitudes, o Ermesinde e a cidade esperam pela prometida construção do novo Estádio que há-de situar-se nos Montes da Costa.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

     

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