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    Arquivo: Edição de 30-06-2010

    SECÇÃO: Destaque


    Deputada do BE Catarina Martins visita EB 2,3 de Valongo

    Na sequência dos contactos efectuados pela Associação de Pais dos alunos da Escola Básica 2,3 de Valongo com a Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, a deputada do Bloco de Esquerda Catarina Martins realizou, no passado dia 21 de Junho, uma visita àquela escola para se inteirar, in loco, da condições anómalas de funcionamento desta e ouvir de viva voz, pela boca de Artur Oliveira, director da escola, e Álvaro Azevedo, da Associação de Pais, a exposição das diligências até agora realizadas para tentar resolver os graves problemas que desde há muito têm vindo a afectar um adequado funcionamento deste estabelecimento de ensino. Anomalias que se traduzem em sobrelotação das salas de aula, atravancamento de espaços, e deficientes condições de segurança impostas à comunidade escolar.

    Artur Oliveira revelou que, na anterior liderança da DREN, por parte de Margarida Moreira, tudo parecia ir bem encaminhado para uma solução mas que, agora, tendo a DREN voltado atrás nas suas decisões, não vê qualquer saída para evitar um ainda maior estrangulamento da escola com consequências que afectam sobretudo os jovens alunos.

    Recorde-se que esta visita se sucede à do deputado socialista José Manuel Ribeiro, que por idênticos motivos se deslocou igualmente àquela escola, no passado dia 7 de Junho, e de cuja visita também “A Voz de Ermesinde” se fez eco, na edição anterior.

    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER
    O entusiasmo com que Álvaro Azevedo, da Associação de Pais dos alunos da EB 2,3 de Valongo (que se encontrava acompanhado por Arnaldo Rocha, da mesma Associação) se referiu ao trabalho pedagógico dos docentes daquela escola, quando relatava a Catarina Martins a precária situação desta, não podia ser mais evidente. Por isso mesmo fazia questão de reafirmar que os objectivos da escola eram também os da Associação de Pais. Desde há 10 anos em condições de insuficiência de espaços para dar resposta a uma crescente comunidade educativa resultante do crescimento populacional da cidade de Valongo, Álvaro Azevedo revelou que a escola lecciona hoje com 75% de alunos a mais do que deveria comportar a nível pedagógico e, mesmo nestas circunstâncias, com resultados pedagógicos inesperadamente superiores a tudo aquilo que se poderia esperar nestas circunstâncias. Por isso mesmo a grande confiança na Direcção da escola e a cooperação estreita que com ela vinham desenvolvendo.

    Quanto às condições: por exemplo, o edifício não está climatizado, com as inevitáveis condições penosas de funcionamento quer no Verão quer no Inverno.

    E a descrição das anomalias sucede-se: não existe qualquer laboratório, chegando aos alunos ao 9º Ano sem qualquer experiência de trabalho em ambiente de experimentação científica, o que claramente contradiz grandes princípios educativos que se querem universais. O que existe sim, e é positivo, é a oficina em que os alunos desenvolvem trabalhos em ardósia, uma particularidade preciosa desta escola.

    O piso à entrada (e saída) de muitas salas de aula está completamente degradado e não é de admirar sucederem-se as situações de ferimentos entre os alunos que ali tropeçam e caem.

    Mas voltando às dificuldades e à procura de soluções, tendo a DREN admitido, após visita à escola da então directora-geral Margarida Moreira, em Março//Abril do ano passado, que aquela necessitava de uma requalificação e ampliação urgente, e após reuniões posteriores com técnicos da DREN em que se assentaram planos de pormenor e calendarização das obras (que ficaram agendadas para o período das férias de Natal, chegou-se a Janeiro... e Fevereiro, e nada sucedeu!

    Pedida uma reunião com o novo director-geral em Fevereiro, por parte da Associação de Pais, veio esta a saber que não iria haver obras, embora estas tivessem sido já objecto de publicação em “Diário da República”.

    Isto sem que tivesse havido antes qualquer comunicação ao director da Escola EB 2,3, que por esta via o veio a saber!

    A justificação apresentada era a de que não haveria concordância com a forma como a obra tinha sido planeada e a melhor solução seria afinal a implosão do actual edifício e a construção de uma escola nova, de raiz.

    Com as consequências de prolongamento da actual situação.

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    Onde seria localizada a nova escola não se sabe, mas dificilmente o seria na localização ideal desta, no centro da cidade de Valongo. E talvez esteja aqui – aventamos nós – uma explicação para o processo, dado serem extremamente valiosos, do ponto de vista imobiliário, estes terrenos actualmente ocupados pela EB 2,3!

    Álvaro Oliveira refere as condições difíceis de funcionamento, com por exemplo, a ausência de um auditório, a falta de um espaço para receber os pais, apoios educativos a funcionarem na cantina, ausência de desdobramentos por falta de condições, o gabinete médico e o gabinete de Psicologia instalados em espaços retirados ao corredor, mesmo com prejuízo da saída de emergência!...

    Para remediar alguma coisa existem instalados dois contentores, «mas nem com oito isto se resolvia!».

    Neste momento com 2 450 alunos no Agrupamento (o maior agrupamento da Direcção Regional do Norte) e com 1 000 alunos na EB 2,3 (quando não deveriam ser mais de 600), faltam também espaços para os 185 professores e, relativamente aos alunos, a “solução” de recurso é ir drenando alguns excedentes para a Escola Secundária, onde os meninos ficam vulneráveis e desconfortáveis em relação aos outros alunos, de muito maior idade.

    Com uma taxa zero de abandono escolar, com o esforço de funcionários e professores para manter tudo a funcionar, Álvaro Oliveira desabafa: «Se calhar devíamos era ter deixado cair isto tudo», se calhar assim já tudo se tinha resolvido.

    Por fim, Álvaro Oliveira (que se encontrava acompanhado pela sub-directora da escola, Maria João Teixeira) e Álvaro Azevedo, pediram a Catarina Martins que fizesse chegar ao deputado representante do Bloco de Esquerda na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República (AR) e a esta Comissão (já que não é Catarina Martins, mas sim José Soeiro que ali tem assento, mas por razões de agenda não foi possível a este deslocar-se à EB 2,3 de Valongo, vindo em seu lugar a citada deputada), tudo o que ali tinha ouvido e visto, no sentido de sensibilizar para a compreensão da necessidade de uma solução urgente.

    AS PALAVRAS

    DA DEPUTADA

    CATARINA MARTINS

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    A deputada do Bloco de Esquerda considerou estar-se em presença de um «caso paradigmático, sintoma da realidade absurda do Ministério da Educação, que penaliza quem trabalha bem, para disfarçar a tragédia educativa».

    A deputada corrigiu depois anteriores afirmações do deputado socialista José Manuel Ribeiro que deixava subentender que a EB 2,3 de Valongo teria sido ou poderia ser objecto de uma candidatura ao QREN por parte da Câmara quando, de facto, a Câmara não tinha assumido competências relativamente à EB 2,3 de Valongo, mas tão só às escolas primárias.

    Catarina Martins denunciou também a aposta em megacentros educativos e reafirmou a defesa, por parte do Bloco de Esquerda, dos serviços públicos, quer na Saúde ou na Justiça, quer na Educação.

    Sobre o caso presente, a deputada declarou ainda que se deveria aproveitar o Verão, até por causas económicas, para proceder às obras de ampliação e requalificação necessárias.

    Por fim, comprometeu-se a pedir o actual plano previsto (de nova escola) junto da DREN.

    A deputada da AR e os eleitos locais Eliseu Pinto Lopes e Fernando Monteiro deram ainda uma volta pela escola, acompanhados dos representantes da Associação de Pais e da Direcção, para melhor constatarem as situações alvo da exposição.

    Por: LC

     

     

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