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Teresa Calçada visitou a Biblioteca da Escola Secundária de Ermesinde

Foto ESE

Foi recebida na BE por um grupo restrito de representantes da Comunidade Escolar: o senhor director da Escola, Álvaro Pereira, o presidente do Conselho Geral, Fernando Benjamim Martins, Angelina Ramalho (Câmara Municipal de Valongo), João Arcângelo (Associação de Pais), e equipa coordenadora da BE.

A professora bibliotecária endereçou a Teresa Calçada uma mensagem de boas-vindas, expressando a tranquilidade própria de uma Biblioteca/Escola que cumpre as orientações do GRBE, que desafia o trabalho e pode afirmar, sem reservas, que rentabiliza com eficácia os seus recursos, tendo consciência das suas limitações, mas também do seu mérito, já reconhecido por aquele organismo através da atribuição de um Certificado de Mérito que ostenta com orgulho.

Sem desvirtuar o espírito da visita e mantendo o normal funcionamento dos serviços, a equipa coordenadora da BE entendeu apresentar uma pequena mostra das acções concretizadas no ano lectivo 2009/10. Para o efeito, seleccionou um dos poemas vencedores do Concurso Literário, “Aquele Piano”, da autoria da professora Fernanda Cármen, declamado pelo professor Paulo Aleluia, e um dos trabalhos produzidos pelos alunos, no âmbito da colaboração da Escola com o Plano Nacional de Leitura. O aluno Paulo Sousa, da turma do 8º C, apresentou o seu trabalho, que suscitou curiosidade não só pelo título, “Caixa de Escritores”, mas também pelo conteúdo que se espraia pela biografia, bibliografia, prémios e críticas literárias de autores como Alice Vieira, Sophia de Mello Breyner Andresen, Álvaro Magalhães, António Torrado e Michel Tournier. Entre as afirmações de Alice Vieira transcritas leu o seguinte extracto:

«Foram maus livros que me criaram o gosto pela leitura. Vivi toda a minha infância rodeada de livros. Eram livros maus, eram livros bons – era o que havia. E felizmente que havia livros, porque não havia mais nada… Eram os livros que as minhas tias liam, romances de amor, grandes dramas que faziam chorar muito mas acabavam sempre em casamento. Não seriam, evidentemente, para a minha idade, mas fizeram-me muito bem».

A Teresa Calçada dedicou a este trabalho uma atenção especial: problematizou a questão dos bons e maus livros, indagou se o Paulo havia lido alguma das obras dos autores pesquisados e se na “tribo” de amigos costumavam trocar impressões sobre leituras. A primeira questão teve resposta positiva e a segunda negativa. Assim, realçou a importância de promover as conversas sobre leituras entre os jovens, de forma espontânea, tão natural como as outras que fazem parte do seu quotidiano, precisando que a motivação para a leitura é maior quando a sugestão nasce no grupo. A este propósito, a professora Helena Fonseca referiu que na Semana da Leitura, os alunos apresentaram aos seus pares de outras turmas, em contexto de aula, obras que os haviam sensibilizado e as razões pelas quais recomendavam a sua leitura.

Num contexto social fortemente marcado pelos ambientes digitais e sendo a promoção das literacias da informação uma das linhas de acção da RBE, ao olhar atento de Teresa Calçada não escapou a desactualização dos equipamentos informáticos da BE, “tolerável”, no entanto, atendendo a que a Escola Secundária de Ermesinde já se encontra em processo de requalificação e, uma vez concluídas as obras, será devidamente equipada. Deste processo ressurgirá uma nova BE à qual está afecta, em projecto, uma área de 500 m2 a ser distribuída pelo gabinete da professora bibliotecária, sala polivalente, arquivo e espaço para instalação das diferentes zonas funcionais: acolhimento, leitura informal, consulta de documentação, consulta e produção multimédia e exposições.

Num concelho que avança a passos largos para a constituição da sua Rede Concelhia de Bibliotecas, parceria a constituir entre o Munícipio, escolas e instituições locais dotadas de biblioteca, Teresa Calçada despediu-se da Escola Secundária de Ermesinde, rumando a outros pontos do país onde a RBE marca a diferença na qualidade do ensino em Portugal.

Por: Maria Gracinda Marques