PARLAMENTO DOS JOVENS
Conferência de imprensa com o presidente da Comissão de Educação e Ciência
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Sucedeu-se no segundo dia da Sessão Nacional, pelas 15h00, em paralelo à conclusão do debate da Recomendação Final, uma Conferência de Imprensa direccionada aos jovens jornalistas (JO), com o presidente da Comissão de Educação e Ciência, António Seguro (AS). Na sala de conferências e ao longo de uma hora, as dezenas de jornalistas puderam colocar as suas, preparadas ou não, questões. Perguntou-se, de início, se achava que os “políticos conseguiam transmitir o que realmente se passa”, ao que AS respondeu “há políticos e políticos (…) e na Comissão temos uma relação muito estreita com a realidade”, mencionando a ligação com os representantes das escolas, não sem focar que “as associações de estudantes do ensino secundário participam menos do que aquilo que gostaríamos que participassem”; a partir daqui os JO questionam o Presidente se há falta de contacto, se este não é aproveitado. Focaram ainda o estatuto do aluno relativo às suas faltas, estabelecendo uma ponte com a infeliz coincidência do PJ e um Teste Intermédio, ao que AS responde “os alunos faltam?”. Uma jornalista abordou ainda a “justiça” das Novas Oportunidades: “Há pessoas que tiram o 9º ano em 3 meses, o 12º em 6; nós andamos 9 e 12 anos a fazê-lo; acha isso justo?”. AS responde: “Colocada assim a questão, já possui a resposta” e foca a importância da qualificação, considerando que “não devemos generalizar, devemos ser exigentes connosco”. Foram ainda questionados os métodos de ensino e AS alerta que é fundamental “ler, escrever, contar, compreender, raciocinar, ter uma base para fazer o que quer”.
AS lembra que a escola deve ser um local onde os alunos estão por prazer e que o objectivo dos professores é aplicar uma “pedagogia e técnicas que suscite interesse”. Foram ainda questionados os verdadeiros objectivos do estabelecimento do ensino secundário como obrigatório, tendo em conta que “a maioria da população o acha para meros fins estatísticos”; AS foca a importância da autonomia das escolas e cita um filósofo português: «A escola deveria ser um local onde pudesse ir 24h/dia, 7 dias//semana, 365/ano e onde pudesse contar metade do que faz e encontrasse pessoas que fossem lá fazer o mesmo”, evocando o conceito de escola aberta ao enunciar que a aprendizagem deve processar-se também fora da sala de aula, inserida na comunidade; se ficara ou não respondida a questão, isso são outros termos.
Abordaram-se ainda questões relativas aos apoios educativos, factos que até mesmo o Presidente desconhecia e que provocam revolta nas escolas como a gratuitidade do ensino (ou falta dela), a atribuição de benefícios, etc..
“Há duas maneiras de estar na vida: uma, é sentado no sofá e dizer isto está mal, aquilo está mal; outra é fazermos por nós próprios, dar contributo.”
Estas foram as últimas palavras de Seguro, deixando aos jovens um conselho para a sua vida.
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