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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-12-2009

    SECÇÃO: Destaque


    PARLAMENTO DOS JOVENS

    Encontramos nos corredores...

    Vice-Presidente da AR, Deputado Manuel Alegre

    Quais julga serem os principais factores que contribuem para a diminuta participação cívica dos jovens?

    Há diversos elementos, o desemprego é maior, há dificuldades em conseguir o primeiro emprego, os jovens não se interessam. Há uma necessidade de resolver outros problemas: as condições da educação, o urbanismo, e é imperativa a ajuda da “gente grande”. Se há ou não responsabilidade por parte do Estado… sei que tudo o que faço é para promover a participação cívica.

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    Julieta Sampaio, mãe do Parlamento dos Jovens

    Promotora do PJ, a deputada Julieta Sampaio deixou-nos uma mensagem sincera e promissora.

    É importante decidir em consciência! Deixo-vos o meu triste testemunho: na anterior e nesta sessão do PJ está a haver demasiada partirização do projecto e não é isso que nós queremos! Queremos que os jovens tenham liberdade e este não é um fórum de disputas partidárias, fiquei muito entristecida.

    Perante o sucesso do projecto, como se sente agora?

    Sinto-me como um pai que vê o filho a terminar a formatura. Vocês, jovens, são a continuidade deste extremo, deste rectângulo da Península Ibérica. Sejam maduros, racionais e isentos (deixa cair uma lágrima ao lembrar-se do seu pai e dos conselhos que ele lhe dera). Só quem não fez nada, diz que é fácil!

    Gostei muito de ouvir o Dr. Manuel Alegre e lembro que vocês têm uma coisa que nós não tivemos: a liberdade!

    É verdade que o PJ é um projecto de vida, mas deixem-me contar-vos o que tenho feito em Ramalde, uma freguesia no Porto: criei uma espécie de Parlamento para o 1º ciclo e já participaram cerca de 1500 crianças que corresponderam plenamente, chegando a vir cá no passado dia 14 de Maio. É bom que comecem de novo!

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    Manuel Tiago, Deputado do PCP

    Quais julgam ser os factores determinantes da escassa participação cívica dos jovens? É uma questão de mentalidades, de condições propiciadas?

    Não há nada que nos diga que não há participação dos jovens; nota-se, de facto, um exercício saudável da cidadania. O que há é um afastamento generalizado das pessoas, não só dos jovens e cada vez mais são criadas condições que o impulsionam: há desemprego, sobretudo nos jovens, o tempo livre é cada vez menor, há descrédito, falta de confiança pois os partidos fazem sempre o contrário daquilo que prometem. As pessoas sentem de tal modo a necessidade objectiva de comer que não têm tempo de participar!

    “O que há é um afastamento generalizado das pessoas, não só dos jovens!”

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    Ana Drago, Deputada do BE

    O que acha do projecto Parlamento dos Jovens?

    Se vocês não viessem cá, nós não saberíamos grande parte dos problemas que se passam nas escolas. Há, efectivamente, uma aprendizagem no debate e isso é o mais importante: ultrapassar o espaço de coisa nenhuma.

    Quais julga serem os factores determinantes da escassa participação cívica dos jovens? É uma questão de mentalidades, de condições propiciadas?

    Os jovens são cada vez mais exigentes e como tal são mais rapidamente desiludidos. Por vezes situam-se num nível onde não conseguem intervir mas como jovem, tenho que responder de volta! Os jovens continuam a ser os gerentes mais dinamistas, que conseguem fazer mudança! E lembro-vos, política é um acto de prazer, de alegria, um acto de estar vivo, de manifestar.

    “Política é um acto de estar vivo!”

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    Manuela de Melo, Deputada do PS

    Por que razão julga serem os alunos do ensino secundário os jovens que mais podem participar?

    Logo a partir dos 16 anos, os jovens têm responsabilidade criminal e, como tal, sabem o que querem fazer. Os alunos do secundário deverão ter todas as possibilidades de saber, de conhecer no sentido de formar uma aprendizagem para fazer uma vida política. A participação é, de facto, uma aprendizagem cívica e o melhor é chegar a outros níveis de decisão com experiência.

    “Os alunos do secundário deverão ter todas as possibilidades de saber, de conhecer (…)”.

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    Fernando Antunes, Deputado do PSD

    Quais julga serem os factores de mais condicionam a participação dos jovens?

    Vivemos numa ditadura democrática da maioria e as políticas não têm sido no sentido de aplicar o 48º direito constitucional. As escolas e os docentes carecem de informação política, cívica pelo que a transversalidade pura é algo para que os professores não estão preparados; eles se os jovens são vítimas da falta de formação que lhes é ministrada. A Formação cívica é fundamental!

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    Pedro Pereira, porta-voz do Círculo Eleitoral do Porto

    Defina o Parlamento dos Jovens em conceitos - chave, considerando o seu impacto, expectativas, etc.

    Enquanto projecto, e para lá de todos os objectivos e características por muitos já anunciadas, creio que o Parlamento dos Jovens poderá ser facilmente sintetizado em sete conceitos/expressões distintas, mas, em tudo, complementares: necessário, promotor de atitudes, simulador, dinâmico, progressivo, fomentador e, sem dúvida, bem conseguido.

    Como jovem, de que modo avalia a participação cívica da população mais nova? Quais julga serem os principais condicionantes?

    Muito sinceramente, e tendo por base um pouco da minha própria experiência, creio que a população mais jovem, embora mais informada e até preocupada, se tem demonstrado, se assim o quisermos, um pouco “comodista” e “enterrada” numa atitude passiva; contra mim falo, obviamente, que de um ou outro modo desse grupo faço parte. Há uma descredibilização da “classe política”, consequente do cada vez maior afastamento em relação à “classe juvenil”, e, não sei até que ponto, mas o facto de estarmos numa sociedade tão estável a nível democrático (ou aparentemente estável) talvez não “motive” tanto, por não haver a necessidade da “luta” e mudança imediata – isto em relação à intervenção politica, porque na outra vertente, e sem números por base, acho mesmo, como já referi, que se verifica uma estabilização. Os apoios do Estado poderiam, sem sombra de dúvida, ser maiores, não só a nível de sensibilização como apoios financeiros.

    “As pessoas afastam-se devido àqueles que, pelos seus cargos e nome, deveriam garantir realidade inversa, deveriam cativar e motivar, deveriam lutar e dignificar, e não apenas prometer e receber. "É tudo a mesma cambada!"”

    Participa cívica e activamente?

    Em que organismos?

    Actualmente continuo a desenvolver um trabalho directo com ONG DH AI. Na vertente política, tenho colaborado, ainda, com uma campanha independente à Câmara Municipal de Valongo, concelho a que pertenço, e, inerentemente, às várias freguesias do mesmo.

    Como avalia a Recomendação Aprovada? Julga que surtirá algum efeito prático? É complementar, possui várias vertentes de abordagem; espero que surta efeito, afinal foram jovens que falaram e defenderam projectos para jovens, não nos ouvirmos é contribuir para o afastamento dos mesmos do meio político

     

     

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