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    Arquivo: Edição de 20-12-2009

    SECÇÃO: Editorial


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    Em vésperas de Natal

    É nesta época natalícia que mais se fala de solidariedade, é real o entusiasmo com que diferentes grupos sociais organizam festas de confraternização entre amigos, colegas de trabalho, associações, clubes, mil e um pretexto para reunir pessoas à volta de uma refeição típica de cada região, de cada povo.

    Os cristãos celebram o nascimento de Jesus de Nazaré num tempo muito especial, nas chamadas “festas de Inverno”, não admira portanto que ao Natal se associem diferentes tradições, umas religiosas, outras não, mas até me parece bem esse diálogo cultural em torno dum bem comum em que a solidariedade é a massa que une todas estas manifestações.

    No entanto esta sociedade consumista em que em que vivemos soube transformar uma festa de amor, de paz entre os homens, de contemplação pelos astros e respeito pela natureza, em toneladas de detritos, que tanto mal fazem ao nosso planeta.

    Ilustração JOHN LEECH
    Ilustração JOHN LEECH
    Nem a proximidade do Natal serviu para inspirar os principais representantes dos governos dos diferentes países reunidos na Cimeira do Clima em Copenhaga. Mais uma vez o mundo dividido entre pobres e ricos. O mundo continua gerido pelos poderosos, o que não significa que sejam sempre os mesmos, e aí a Europa vai perdendo terreno.

    Criou-se uma grande expectativa em torno de Barack Obama, cuja posição foi entendida por muitos dos presentes como defensiva. Quanto aos resultados ficamos por uma lista de promessas. Resta-nos acreditar que a cimeira de Copenhaga foi apenas um começo a que se seguirá uma nova ronda em Bona e uma conferência climática na Cidade do México no final de 2010. Uma coisa é certa, quem perdeu foi o planeta Terra.

    Por cá, no nosso torrão, o mau tempo continua, os poderes não se entendem e, pelos vistos, não se prevê um brinde fraterno entre o Presidente da República e o Governo, muito menos entre patrões e trabalhadores, que país é este onde o aumento do salário mínimo ainda tem que ser apoiado pelo Governo?

    As festas também servem para esquecer, para nos embriagar nas luzes e nas palavras bonitas que enchem as nossas ruas e cidades, é bom ter uma ceia de Natal seja onde for, mas esta, por mais confortante que seja, não apaga as feridas e as marcas do dia a dia.

    O país vive um momento de grande preocupação social.

    Que vamos fazer com tanto desemprego, para alguns já de longa duração?

    Socialmente os problemas daí resultantes não se resolvem apenas com subsídios, que nestas situações são imprescindíveis para combater a fome, mas socialmente é muito pouco e nalguns casos prejudicial. O ócio nunca foi bom conselheiro e não se podem perder hábitos de trabalho, de responsabilidade, desejo de aprender, de mudar, de querer e acreditar na vida, para que a vida tenha um sentido.

    O Natal também pode ser um momento de reflexão em torno do mundo que nos envolve e se me perguntassem que desejo para o Natal eu diria: Que seja Natal, que cada um encontre a estrela que nos conduza a um bom caminho.

    Feliz Natal!

    Por: Fernanda Lage

     

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