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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 30-11-2009

    SECÇÃO: Arte Nona


    Número de visitantes ao FIBDA foi bom sim – e os livros?

    Encerrado ao fim da primeira sema de Novembro, o o 20º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA) continuou a concitar a reflexão de cíticos e bedéfilos, que procuraram encontrar no acolhimento prestado pelo público ao maior certame de Banda Desenha nacional, as respostas às questões sobre o próprio estado da BD entre nós.

    O editor da pedra no charco, cumulativamente responsável pelo blog Kuentro lançou nesse blog, precisamente a partir do balanço oficial da organização, alguns desafios e pistas para reflexão.

    Foto J. MACHADO-DIAS
    Foto J. MACHADO-DIAS
    Jorge Machado-Dias comentava, no seu blog Kuentro, o comunicado oficial da organização do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, neste ano de 2009: «Recebi esta semana (penso que muita gente deve ter recebido) o comunicado – do FIBDA, via Pedro Simões, Marketing e Comunicações, Patrocínios e Logística - que se segue:

    A Câmara Municipal da Amadora organizou, entre os dias 23 de Outubro e 8 de Novembro de 2009, a 20ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada - Amadora BD, o maior evento do género em Portugal e um dos mais reconhecidos a nível mundial, em termos de organização, qualidade artística das exposições, presença de autores nacionais e estrangeiros, sessões de autógrafos, debates, espaço comercial, apresentação de livros, além de muita animação.

    As 31 100 pessoas que este ano visitaram o nosso Festival, representam um aumento de cerca de 8% no número de visitantes em relação ao ano de 2008 e de 27% desde 2005. Números estes que mostram a capacidade de atrair cada vez mais visitantes e a fidelização de públicos culturalmente qualificados.

    Caminhando a passos largos para a 21ª edição do Amadora BD, continuaremos a dedicar todo o nosso empenho na qualificação do nosso Festival, contando desde já com a sua colaboração para 2010.

    Em nome da Câmara Municipal da Amadora, e da Organização do Amadora BD, venho agora agradecer formalmente a sua contribuição e encontrá-lo para o ano em mais uma edição».

    E respondia o editor e crítico:

    «Excelente número de visitantes! E aplaudo vivamente, como é lógico. E tal como senti, no 3º fim-de-semana do Festival, que os visitantes tinham aumentado este ano – não porque os tivesse contado, mas pela percepção que 18 anos de FIBDA me puderam fazer intuir – o meu feeling confirma-se. Contudo, na minha opinião, e conforme vou demonstrar no texto final sobre o FIBDA 2009, um qualquer relatório desta natureza, não apenas relativo ao FIBDA mas extensível a todos os Festivais de BD, não deveria apenas relatar o número de visitantes. Deveria também incluir a quantidade de livros vendidos.

    Aí sim, poderíamos aquilatar da importância absoluta de qualquer Festival na “industria” da BD neste país: X visitantes – X livros vendidos.

    E atenção, isto não é uma crítica ao Festival em si, porque também sei perfeitamente que os livreiros e editores, em Portugal são absolutamente avessos a divulgar números, embora considere isso uma cretinice de mercearia de bairro (o segredo é a alma do negócio… dizem, ou subentendem) e por esta razão não temos nunca – e se calhar nunca conseguiremos vir a ter – qualquer estatística fiável sobre o estado do mercado da BD em Portugal.

    E já agora, a propósito, chamo a atenção para os relatórios da ACBD (Associação de críticos de Banda Desenhada em França), onde podemos perceber a evolução do mercado francês, ou mesmo o franco-belga, divulgados ali publicamente número a número.

    Mas enfim, quantidades de livros não são quantidades de euros – não é propriamente acerca de ganhos ou perdas financeiras que se pedem números, mas apenas de exemplares vendidos!

    Só assim se poderia perceber se o aumento do número de visitantes do FIBDA se traduz num aumento de interessados – de facto – na Banda Desenhada, ou se foram apenas “curiosos” – para não usar uma palavra que escandalizou algumas pessoas – que não encontraram outra distracção mais barata.

    E adianto desde já que o stand Pedranocharco (não contando com a Asa Negra Comics) vendeu uns 298 miseráveis exemplares – entre livros e fanzines de 4 editores –, contrastando com os 539 vendidos em 2008. Gostaria de saber os números de exemplares que se venderam no Festival deste ano, por isso desafio os editores e livreiros que participaram na zona comercial – tanto os do lado da “quinta da Marinha”, como os do lado do “morro da Falagueira”, a deixarem aqui, como comentário, esses números. Mas penso que não haverá coragem para isso…».

    Numa das respostas ao desafio de J. Machado-Dias, meio a gozar meio a sério escreveu Eduardo d’Orey, editor de “A Peste”:

    «Sociologicamente falando, existe um discurso unânime negativo sobre a acção/inacção da organização do festival AmadoraBD.

    Este discurso, reproduzido por inúmeras personalidades ligadas à Bd ( críticos, livreiros, bloguistas, artistas, jornalistas e etc.) e externas à AmadoraBd, aponta geralmente estes temas: escolha de tema de festival, escolha de artista estrangeiros, espaço comercial, animação, etc etc.

    Já estão falando no tema - a intervenção da CMAmadora na Bd nacional!!!

    Ora se virarmos o bico ao prego - o que teria a organização da AmadoraBd a criticar ao mundo de Bd nacional??? ou seja os mesmos "críticos, livreiros, bloguistas, artistas, jornalistas e etc ".......... (espaço de reflexão).

    Presumo que a critica que a organização do festival fará a ao mundo da Bd nacional, (em que a Peste se inclui à beira do caixote de lixo) será de igual modo firme assertiva e rigorosa...

    É minha modesta opinião que o festival da BD nacional reflecte a qualidade e profissionalismo desse mundo da BD nacional...

    Eis uma das coisas que falta ao mundo da BD nacional - o profissionalismo, que se nota de caras nos erros e gralhas no português, como insistentemente aponta o Geraldes Lino... A Peste é de caras para exemplo pouco profissional - nisso das gralhas por exemplo, somos bastantes, e no que toca aos desenhos, também metemos os nossos pregos ( está claro que os jornais nacionais ditos profissionais e as TVs também produzem erros flagrantes a todos os níveis)...

    Pede-se discussão desta nova abordagem alternativa.

    Qual é a percentagem de profissionalismo da BD nacional???».

    Por: AVE

     

     

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