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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-05-2009

    SECÇÃO: Desporto


    ASSEMBLEIA GERAL DO CPN

    Secção de polo aquático corre risco de extinção caso as medidas da piscina sejam alteradas

    Foto ARQUIVO MANUEL VALDREZ
    Foto ARQUIVO MANUEL VALDREZ
    Foi o assunto mais saliente da Assembleia Geral (AG) do CPN da noite de 22 de Maio último. A continuidade da secção de polo aquático do clube está em risco depois da Direcção liderada por Augusto Mouta (na imagem) ter colocado a hipótese de alterar as medidas da piscina de 1.90m para 1.30m, com vista a uma redução de custos de manutenção/sustentabilidade daquela infraestrutura.

    O assunto foi amplamente discutido no ponto 3 da Ordem de Trabalhos, tendo o associado e ex-dirigente da secção de polo aquático cepeenista Carlos Mourão sido o primeiro a pedir à Direcção explicações sobre o tema. Na resposta, Mouta começou antes do mais por informar que irá pedir a realização de uma AG Extraordinária para se falar única e exclusivamente deste assunto, e então aí chegar--se a uma decisão final. No entanto, explicaria que a hipótese da alteração da piscina surge na sequência das dificuldades económicas que têm sido vivenciadas pelo CPN, sendo que uma eventual elevação da infraestrutura traria uma maior rentabilidade à mesma – permitiria, por exemplo, haver um espaço maior para as aulas de hidroginástica –, além de que seriam reduzidos os custos da factura do gás, uma das contas que, segundo Mouta, tem trazido grandes dores de cabeça ao clube no final de cada mês. «Quando foi construída esta piscina, eu fui um dos que defendi que ela deveria ter 1.90m, uma opinião que na altura teve alguma oposição por parte dos meus colegas de Direcção, os quais não concordavam com essas medidas. Hoje, e face às dificuldades que o clube está a passar, reconheço que isso não é possível, que eu estava enganado. Só para se ter uma ideia, antigamente pagávamos de gás – por mês – 400 contos na moeda antiga, hoje pagamos 5 000 euros, e isto para não falar do facto de os produtos para a manutenção da piscina estarem mais caros. Agora, se os associados tiverem alternativas a esta proposta façam o favor de as apresentar», desafiou o presidente da Direcção.

    ASSOCIADOS INSATISFEITOS

    COM ESTA ARGUMENTAÇÃO

    Argumentos que não satisfizeram a grande maioria dos associados presentes, em particular antigos dirigentes da secção de polo. Carlos Mourão, por exemplo, em resposta ao “desafio” lançado por Mouta, sugeriu que fossem colocados painéis solares na piscina, ao passo que outro ex-dirigente da citada secção, Rui Machado, informaria que o Estado comparticipa com uma verba até aos 75% na aquisição deste tipo de equipamentos, propondo ainda que para gerar receitas o clube deveria procurar outras fontes alternativas como a angariação de publicidade e de novos associados, ou aumentar a quota mensal de associado e da mensalidade que os utilizadores da piscina (hidroginástica e banhos livres) pagam.

    Pegando nesta última deixa, Augusto Mouta diria que se fossem aumentadas as mensalidades e as quotas as pessoas acabariam por fugir para outros locais mais económicos, informando ainda que no que toca à procura de publicidade a sua Direcção, tinha tido recentemente em mão alguns projectos de parceria que não foram, no entanto, bem sucedidos, acabando por não ser celebrados. Relativamente à colocação de painéis solares informaria que uma eventual aquisição dos mesmos custaria ao clube cerca de 160 000 euros, e que a comparticipação do Estado não era assim tão grande como Rui Machado havia dito, ficando por isso esta sugestão desde logo posta de parte.

    Adiantaria que irá ter uma reunião com a secção de polo aquático com o intuito de ouvir a sua opinião em relação a este assunto, recordando que aquando da criação da modalidade dentro do clube os treinos eram realizados na Piscina Municipal de Ermesinde, a qual tem de profundidade precisamente 1.30m, e os jogos eram disputados fora de casa, uma vez que na altura o CPN ainda não tinha piscina.

    A argumentação de Mouta não sossegou, muito longe disso, os “defensores” do polo aquático, os quais continuavam cépticos em relação à sobrevivência da modalidade dentro do clube caso a piscina venha a ser elevada. Raul Santos, anterior presidente da Direcção, e um dos associados mais participativos nesta AG, opinaria que Mouta irá ficar na história do CPN como o presidente que acabou com diversas modalidades/equipas, casos do ténis de mesa, do andebol feminino, do escalão de seniores femininos de basquetebol, e agora o – eventual fim – polo aquático.

    Outro associado, Joaquim Paulo, lembraria que o CPN existe enquanto clube devido às modalidades... e não pela hidroginática.

    Perante toda esta disparidade de argumentos ficou claro que existe ainda muito a discutir em torno desta solução apresentada pela Direcção até que se chegue a um consenso.

    A parte inicial desta Assembleia Geral ficou marcada pelas aprovações, por maioria, da acta da sessão anterior e do Relatório de Contas de 2008 – várias vezes classificado nesta reunião como um ano muito difícil para o clube em termos económicos –, bem como do respectivo parecer do Conselho Fiscal.

    Por: Miguel Barros

     

     

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