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    Arquivo: Edição de 15-04-2009

    SECÇÃO: Educação


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    O DESAFIO DA EDUCAÇÃO

    Educação Intercultural (2)

    O grande desafio que se coloca aos pais é a procura de melhores respostas para as diferentes situações ao longo do desenvolvimento dos seus filhos.

    Este espaço pretende informar e responder a questões generalizadas na área do desenvolvimento da linguagem e da aprendizagem e suas implicações no percurso escolar. Para um maior esclarecimento: [email protected] ou www.elisabetepinto.com

    Na continuidade do artigo anterior, também sobre a Educação Intercultural, relembro que se debateram questões relativas à necessidade de adequação das políticas educativas nas comunidades heterogéneas do ponto de vista cultural. Trata-se de um processo complexo, no qual se encontram implícitos os diversos agentes educativos.

    O papel dos pais é fundamental na interiorização de valores humanos como a partilha, a solidariedade, a amizade, entre outros. É certo que a qualidade da atenção que o adulto disponibiliza à criança, contribui para que se sinta mais segura e apoiada afectivamente, aprenda a interpretar o comportamento do outro para saber como há-de agir e desenvolva a auto-confiança para provocar empatia sobre os outros e construir relações de amizade com sucesso. A certeza de que é uma pessoa valiosa e passível de ser amada, leva-a a que se relacione melhor com o mundo, encare as dificuldades com eficácia e adquira competências para enfrentar a novidade, a incerteza e o stress.

    Na Convenção dos Direitos da Criança (1990), o artigo 29º dirige-se à Educação de seguinte forma:

    1. Os Estados Partes acordam em que a educação da criança deve destinar-se a:

    a) Promover o desenvolvimento da personalidade da criança, dos seus dons e aptidões mentais e físicos na medida das suas potencialidades;

    b) Inculcar na criança o respeito pelos direitos do homem e liberdades fundamentais e pelos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas;

    c) Inculcar na criança o respeito pelos pais, pela sua identidade cultural, língua e valores, pelos valores nacionais do país em que vive, do país de origem e pelas civilizações diferentes da sua;

    d) Preparar a criança para assumir as responsabilidades da vida numa sociedade livre, num espírito de compreensão, paz, tolerância, igualdade entre os sexos e de amizade entre todos os povos, grupos étnicos, nacionais e religiosos e com pessoas de origem indígena;

    Em complementaridade com a família, surgem os professores conscientes da responsabilidade que têm sobre o desenvolvimento da personalidade de cada um dos seus alunos e das adaptações pedagógicas à diversidade dos grupos. Adaptações estas que podem ser, por exemplo:

    • A integração de assuntos próprios de culturas minoritárias;

    • O uso de conceitos e representações promotoras de uma identidade tolerante; a cedência de um papel mais activo ao aluno na construção do conhecimento e das normas que definem a cultura escolar;

    • O desenvolvimento de competências sócio-emocionais que permitam a tolerância às divergências em contextos heterogéneos;

    • O uso da aprendizagem cooperativa de forma a adaptar o ensino à diversidade dos alunos e distribuir as oportunidades de protagonismo mesmo em contextos heterogéneos;

    • A atribuição aos alunos de um papel mais activo na sua própria aprendizagem. Esta é a forma mais coerente de se poder experimentar a heterogeneidade como algo construtivo, ensinar a resolver conflitos e desenvolver a tolerância e a capacidade de comunicação e cooperação.

    À semelhança da postura que os professores têm vindo a criar relativamente a outras problemáticas existentes na sala de aula (resultante da Educação Inclusiva – tema a ser debatido no próximo artigo), na educação intercultural, segundo Díaz – Aguado (2000) devem ser tidas em conta as seguintes orientações:

    • Não criar expectativas excessivas sobre o aluno ou o trabalho que se está a realizar;

    • Criar atitudes de reciprocidade entre professor e aluno na representação de tarefas e papéis, na motivação pela aprendizagem ou na capacidade de o sistema escolar se adaptar à diversidade dos alunos;

    • Programas de formação contínua dos professores, e a responsabilidade destes na aplicação do que aprendem;

    • Adaptação do funcionamento do sistema escolar às características dos objectivos actuais e das crianças a que se dirige;

    • As inovações devem ser executadas de forma contínua, o que permite esperar que os seus efeitos sejam muito significativos, vários anos depois;

    • Intervir sobre as principais condições ambientais que originam os problemas cujos efeitos se pretendem modificar.

    Como tal, o professor terá de ser capaz de:

    • Adaptar o estilo do ensino aprendizagem e o modelo de interacção educativa à diversidade dos alunos;

    • Adaptar o currículo (currículo oculto) à diversidade e favorecer a sua compreensão por todos os alunos, estimular a participação dos alunos na sua construção;

    • Ajudar a superar a tendência para a procura de certezas absolutas, superação essa necessária para a tolerância;

    • Ceder aos alunos parte do controlo que habitualmente exerce sobre a actividade académica, e que estes últimos estejam organizados em equipas heterogéneas de aprendizagem de forma a favorecer a máxima distribuição do protagonismo e das oportunidades académicas. (ibidem)

    Para terminar, sublinho que as dificuldades que se apresentam no dia-a-dia dos professores, representam importantes oportunidades para confrontarem as teorias e desenvolverem reflexões sobre as práticas. Aos pais cabe a responsabilidade de se manterem atentos ao percurso escolar e ao comportamento interpessoal dos seus filhos, com o intuito de actuarem atempadamente junto dos professores.

    Tendo em conta que este é um tema extremamente amplo, deixo aquiu referência a sites cujos conteúdos proporcionam materiais e orientações pertinentes:

    www.apedi.pt, • www.entreculturas.gov.pt, • www.acime.gov.pt, • www.cne.min_edu.pt, • www.gaeri.min-edu.pt, • www.cijdelors.pt, • www.apagina.pt, • www.unesco.org, • www.unicef.pt

    Por: Elisabete Pinto

     

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