Escola Secundária de Ermesinde prestou o seu contributo
Comemorações dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
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Fotos RUI LAIGINHA |
Passados 60 anos da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) não seria de esperar que actualmente a situação tivesse melhorado? Foi esta a questão central da palestra proferida por Almeida Santos, ex-presidente da Amnistia Internacional (AI), Secção Portuguesa.
A sessão decorreu no passado dia 10 de Dezembro, no auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde, e foi dinamizada pelo grupo 5 da turma H, do 12ºano, da Escola Secundária de Ermesinde (ESE), juntamente com o Grupo da Amnistia Internacional, da mesma escola.
Almeida Santos mostrou a sua indignação perante a indiferença relativamente à violação dos direitos humanos, prática que se verifica todos os dias, em diversas partes do mundo. Dá alguns exemplos relembrando o aumento do fosso entre pobres e ricos; a quantidade de refugiados no Congo; os milhares de mortos no Iraque e a prisão de Guantánamo que continua a manter pessoas em cativeiro sem qualquer tipo de acusação.
«Será que os nossos pais e avós pensariam que passado tanto tempo ainda estivessemos numa situação semelhante á de 60 anos atrás?», questionou o ex-presidente da AI Secção Portuguesa. «É uma herança muito valiosa, esta que nos foi deixada, e nós estamos a fazer muito pouco para alterar esta realidade e consequentemente não valorizamos o legado».
Almeida Santos criticou ainda a «cultura do medo entre os cidadãos: o medo de perder o emprego, medo do futuro, o medo de não receber a reforma... Andamos todos com muito medo de qualquer coisa!». «Mas porque é que isto acontece?», interrogou.
Prossseguiu referindo que é «inaceitável haver pessoas a viver com menos de dois euros por dia e que hajam cada vez mais meios repressivos». «O número de crianças institucionalizadas em Portugal é de 20 mil e há cerca de 26 mil que andam ao Deus dará!», declarou.
Almeida Santos desafiou a autarquia de Ermesinde a descobrir quantas pessoas vivem sem água e luz por falta de pagamento e deixou o repto: «Temos de dizer a quem nos governa: Direitos Humanos já! Basta de desculpas!».
Por fim, o ex-presidente da AI, Secção Portuguesa, felicitou a iniciativa dos estudantes e professores responsáveis por todas as sessões levadas a cabo, prestando assim um grande contributo, que «começa a ser raro em Portugal».
A abertura da sessão teve lugar a cerimónia: “Trinta Direitos, Trinta Velas” que consistiu na leitura dos 30 direitos humanos ao mesmo tempo que eram acesas velas representando cada um deles.
Esta palestra representou o culminar das comemorações dos 60 anos da DUDH que tiverem lugar durante todo o dia na ESE.
É de referir que esta iniciativa faz parte do projecto “Activismo & Participação Cívica dos Jovens” e que tem como objectivos primordiais concretizar duas acções: criar um núcleo da Amnistia Internacional na cidade de Ermesinde e participar no projecto “Parlamento dos Jovens, dinamizado pela Assembleia da República.
Por:
Teresa Afonso
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