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    Arquivo: Edição de 15-11-2008

    SECÇÃO: Cultura


    Novo romance de Helena Guimarães

    Caminhos de Jasmim e Rosa-Chá

    Sábado, dia 8 de Novembro, à tardinha, com a Sala da FNAC do NorteShopping a rebentar pelas costuras, Helena Guimarães, bem conhecida dos leitores de “A Voz de Ermesinde” e dos ermesindenses em geral, lançou o seu último romance, “Caminhos de Jasmim e Rosa-Chá”.

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    A mesa que orientou a sessão de lançamento era constituída pela autora, Maria Helena Guimarães, pela coordenadora editorial da “Papiro”, Avelina Ferraz, e pelo apresentador, Manuel Augusto Dias, a que, um pouco mais tarde, se juntaria Júlio Couto.

    Avelina Ferraz teve palavras de elogio para com a autora que conseguiu escrever uma bela história por que ela se apaixonaria também, pois dizia-lhe muito, já que viveu numa aldeia dos arredores do Porto, e algumas das vivências transcritas neste romance, dão-lhe a sensação do “déjà vu”. Recomendava, pois, vivamente a sua leitura.

    Manuel Dias, apresentou a autora, referiu a sua obra já editada, designadamente, os seus livros de poesia “Intimidades” (1994) e “Manhãs de Setembro” (1998). Mencionou também o seu primeiro romance “Dar a vida pela vida”, da editorial Minerva (2001), e os vários poemas publicados neste jornal, quando ambos fizeram parte do seu corpo redactorial. Citou igualmente os contos publicados no “Café Literário”, Jornal de S. Paulo, Brasil, e os grupos de poesia que a escritora integra, sendo, igualmente, sócia da Sociedade Portuguesa de Autores.

    Sobre “Caminhos de Jasmim e Rosa-Chá”, Manuel Dias leu um interessantíssimo excerto, como que a justificar a sua apreciação a este belo romance de Helena Guimarães: «a autora pinta com palavras, muito bem escolhidas, belos quadros, de costumes, mentalidades, atitudes, o quotidiano campestre dos habitantes de uma qualquer aldeia de Entre-Douro e Minho, de há quatro ou cinco décadas atrás. Pelo meio, uma história de amor verdadeiro, cheia de obstáculos ditados pelos escrúpulos, normas sociais, obstáculos familiares herdados, e não só.

    A história decorre quase sempre num ambiente familiar de uma burguesia rural, em que as teias da acção envolvem, como na vida real, o povo propriamente dito, como serviçal e jornaleiro, mas as empregadas domésticas são confidentes de um amor impossível, que marcou eternamente dois seres: Alexandra e Ricardo. Nunca casaram um com o outro, mas o amor manteve-os apaixonados para além da vida terrena.

    As paisagens da aldeia são captadas pela sensibilidade e extraordinária memória visual e sentimental da autora em todos os meses do ano; as rotinas do quotidiano da aldeia, da casa, das terras, a moagem do cereal, a caça, as vindimas, as desfolhadas, a matança do porco, a construção do presépio e o Natal, o padre e o seu controlo pidesco e hipócrita da vida das pessoa, o esconjuro e o retalhar das doenças, o espiritismo e o ensinamento das várias religiões, tudo passa por estas páginas, que se lêem com muito interesse do princípio ao fim, tal é o “suspense” criado pela arte literária da autora (…).

    Sem dúvida que Maria Helena mostra perceber desta “poda” de saber pincelar com as palavras, excelentes cenários envolventes, pela sua beleza, intensidade e emoção. Com ela, vemos, ouvimos, sentimos e quase cheiramos os odores do tempo e do espaço!

    Parabéns à autora por esta excelente obra literária que retrata muito bem paisagens doutros tempos e, nelas, personagens de todos os tempos, e nos aguça o apetite para esperarmos, da sua pena, novos “caminhos…” para uma nostalgia saudável e pedagógica!».

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    Júlio Couto elogiou a faceta da autora como poetisa que tem divulgado bastante na rádio, aliás o programa que tem na “Rádio Lidador”, dedicou-o esta semana a Helena Guimarães, com a leitura diária de poemas seus e, sobre a obra em apreciação, de que leu, quase declamou, uma passagem, disse que gostou muito do livro. E, sublinhou, que se sente como o granito de que são feitas as casas da sua cidade, ou gosta ou não gosta, não há lugar em si para meias-tintas!

    Por fim, interveio Helena Guimarães para a agradecer a todos (editora e apresentadores) o contributo dado para que se concretizasse o lançamento de “Caminhos de Jasmim e Rosa-Chá”. Da protagonista do romance disse que era uma menina que sentiu a submissão a que as mulheres estavam obrigadas pelos valores sociais daquele tempo, mas que ela, de alguma forma, fazendo aquilo que achava bem, soube romper com eles, afrontando muitos dos preconceitos tidos como irrevogáveis.

    Trata-se, efectivamente, de uma história de amor, com todos os condimentos para agradar ao leitor, por mais exigente que ele seja. Em conversa com a autora, ficou no ar a possibilidade de este romance também ser lançado em Ermesinde.

    Por: Luís Dias

     

     

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