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    Arquivo: Edição de 15-11-2008

    SECÇÃO: Destaque


    SEMINÁRIO “IMPRENSA REGIONAL - QUE FUTURO?”

    As intervenções

    José Alves da Silva, presidente do Conselho Fiscal da APImprensa
    José Alves da Silva, presidente do Conselho Fiscal da APImprensa
    (do 2º painel)

    Painel riquíssimo, teve início com a intervenção de Fernando Paulouro Neves, que relatou alguns dos aspectos mais relevantes da história do “Jornal do Fundão” (JF) , 101 anos de vida, nascido numa pequena vila, mas projectado no panorama nacional e regional.

    Romper o cerco local, fê-lo o JF através da sua presença de incansável animador cultural. Só a título de exemplo refiram-se o caderno cultural & etc, de Vítor Silva Tavares, a presença de Saramago, cujas crónicas foram depois reunidas em livro, António José Saraiva, António Rebordão Navarro, José Cardoso Pires.

    Do Brasil, passaram nas suas páginas nomes tão importantes como Erico Veríssimo, João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade.

    E recordou ainda o caso da suspensão de seis meses do JF, em 1965, por ter feito o anúncio da atribuição do Prémio da Sociedade Portuguesa de Escritores – no caderno Argumentos, dirigido por Alexandre Pinheiro Torres – a Luandino Vieira (militante do MPLA e então à data preso no Tarrafal) pelo seu livro “Luuanda”.

    Fernando Paulouro Neves defendeu a a perspectiva de um jornal de contra-poder, visto por muitos daqueles que não se sentem em nada representados, como uma espécie de tribunal de última instância.

    E referiu o papel do jornal, que foi, na sua região, o porta-voz dos mineiros, dos trabalhadores têxteis, da reivindicação de melhores estradas e caminhos-de-ferro. «A minha aldeia é todo o mundo», resumiu.

    Apresentou depois a sua comunicação o presidente do Conselho Fiscal da Associação Portuguesa de Imprensa (APImprensa), entidade que representará 98% de todos os órgãos de imprensa. José Alves da Silva defendeu a “unidade na diversidade”, salientando o papel da Imprensa Regional nos contextos locais. Colocou depois a APImprensa e o CENJOR – centro de recursos dos jornalistas – à disposição de todos.

    Bernardo da Silva Barbosa, director de "A Aurora do Lima"
    Bernardo da Silva Barbosa, director de "A Aurora do Lima"
    José Alves da Silva salientou, sobretudo, a vertente de desenvolvimento tecnológico e as possibilidades do retorno comercial das páginas web.

    Sublinhou a importância da Língua Portuguesa como veículo de comunicação global (a sexta mais utilizada no mundo) e a necessidade de produzir inovação.

    Abordou depois, brevemente, questões como a regulação e a auto-regulação.

    João Vasconcelos, do “Imediato”, em breve período de debate que se seguiu, chamou a atenção para a situação de jornais em guerra de anúncios.

    Seguiu-se a comunicação de Bernardo Silva Barbosa, director de “A Aurora do Lima”, que com auxílio de uma apresentação multimédia, traçou a história deste jornal, que é hoje o decano dos jornais do Continente, com 153 anos de existência. Foi uma espécie de visita ao museu oferecida aos presentes, até chegarmos aos dias de hoje e aos problemas que colocam.

    O director do Aurora, depois de saudar os 50 anos de “A Voz de Ermesinde”, referiu as dificuldades sentidas na edição deste bissemanário independente, de raiz conservadora, que contou com Camilo Castelo Branco entre os seus colaboradores, à data do início da publicação, em 1855.

    E firmemente referiu ainda : «Temos que estar libertados de todos os poderes». Finalmente traçou um quadro das dificuldades da gestão, quanto à carteira dos anunciantes e dos assinantes.

    Luís Miguel Ferraz, ausente no Seminário, apresentou uma comunicação, lida por um aluno da Escola Secundária de Ermesinde, em que reflectia sobre as questões da independência jornalística, do seu apetrechamento técnico e profissional e se debruçava depois, sobre a situação particular da imprensa de inspiração cristã no contexto da imprensa regional hoje.

    Vítor Pinto, em representação do jornal
    Vítor Pinto, em representação do jornal
    Seguiu-se-lhe Vítor Pinto, mais conhecido como jornalista da TVI, mas aqui em representação do jornal “Solidariedade”, do qual é colaborador.

    O jornalista referiu-se à mudança tecnológica como uma mudança de paradigma na comunicação social, referindo, como exemplo, a grande disparidade existente entrea tiragem em papel do “Solidariedade”, uns escassos milhares e o acesso web, a ultrapassar a centena de milhares de visitas. Contou depois a história do projecto de rádio regional em que esteve envolvido.

    No final, Fernando Paulouro Neves, além de traçar um resumo das intervenções, salientou algumas dificuldades: a distribuição postal mais cara da Europa, e o país da Europa onde menos se lê, por exemplo.

    Por: LC

     

     

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