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    Arquivo: Edição de 20-09-2008

    SECÇÃO: Destaque


    DOSSIER SAÚDE EM ERMESINDE

    Início de funções do Centro de Saúde a meio gás

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    A paragem de autocarro mais próxima da estação ferroviária poderá vir a ser o principal ponto de partida para muitos utentes do novo centro de saúde, residentes no centro de Ermesinde e que viajam nos transportes públicos.

    O centro de saúde, antes situado mesmo no núcleo da cidade, mudou-se oficialmente, no passado dia 15, para a Rua da Bela, sendo que a antiga estrutura foi temporáriamente encerrada para reestruturação.

    No dia da abertura, o 704 (autocarro que dá acesso à nova unidade de saúde) muito antes de chegar ao centro de saúde já estava repleto. A viagem era curta (cerca de 10 minutos) e as conversas não variavam muito. A entrada em funcionamento do centro de saúde era o tema principal. «Eu nem sei onde fica, vou lá hoje ver», refere uma idosa. «Eu tenho uma consulta, vamos lá ver como é...», declara outra, sentada ao seu lado.

    À conversa com o motorista do autocarro verificámos que não há conhecimento, por parte deste, sobre a alteração da rota do autocarro que dá acesso à nova unidade de saúde, ou um possível aumento da frequência de passagem. O próprio refere que tem sido muitas vezes interrogado pelos passageiros sobre a localização do centro de saúde mas não pode ajudar muito porque não sabe exactamente onde fica.

    Constatámos também que uma das queixas dos utentes diz respeito à falta de sinalização nas imediações da nova estrutra, o que dificulta o acesso a estes serviços.

    Para quem se dirige ao centro de saúde, o ponto de saída é a Rua de Macau, uma rua íngreme que dá acesso a outra ainda em fase de acabamento. Ao fundo desta situa-se a nova unidade de saúde. Os utentes que para lá se dirigem não poupam críticas ao piso em mau estado da via e à distância que têm de percorrer. «Poderá ser que depois de terminadas as obras o autocarro passe mais perto do centro», refere Carolina Rosa, acompanhada do seu marido e sempre a queixar-se das «costas que já não aguentam...».

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    À entrada do centro de saúde há um constante entra e sai. O ambiente é agradável e nota-se alguma agitação inerente à entrada em funções de uma estrutura desta dimensão.

    Há sorrisos, encolher de ombros e principalmente muitas perguntas.

    É um espaço agradável e bem organizado, e embora decorram ainda algumas obras, já se realizam consultas médicas.

    A par disso teve lugar uma visita guiada à unidade feita pelo director do centro de saúde, Carlos Valente. Marcaram presença os autarcas Fernando Melo, presidente da Câmara de Valongo, Sofia de Freitas, presidente da Assembleia Municipal e Artur Pais, presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde. Fernando Melo elogiou a nova estrutura de saúde e desejou um óptimo início de funções aos profissionais presentes.

    A inauguração oficial da nova unidade de saúde será concretizada mais tarde.

    PROBLEMA DA FALTA

    DE MÉDICOS DE FAMÍLIA

    POR RESOLVER

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    Estivemos à conversa com utentes que se deslocaram à nova unidade de saúde no dia de entrada em funções e pudemos constatar que a falta de médico de família é um problema comum a muitos deles. Andreia Pinto é um dos vários exemplos.

    Não tem médico de família, nem teve direito a um, mesmo quando esteve grávida. «Não tenho médico de família, nem eu nem o meu marido, fizemos o pedido há quatro anos mas até agora ainda nada disseram. Mesmo durante a gravidez tive de andar de médico em médico. Só a minha filha é que tem. Não é nada positivo porque sem médico de família o atendimento não é tão bom», declarou.

    A falta de médicos de família é um problema a nível nacional Carolina Rosa já teve médico de família mas afirma: «[O médico de família] reformou-se há uns anos e nunca mais tive. Eu e meu marido vamos ao consultório particular de um médico amigo, apesar de ficar caro, mas pelo menos somos bem atendidos».

    Mas a falta de acompanhamento por um profissional de saúde não é um problema para Gabriel Pereira. «Tenho médico de família há muito tempo, não tive dificuldade em arranjar um e estou satisfeito, não tenho nada a dizer».

    Actualmente há cerca de 13 mil utentes em Ermesinde sem médico de família. Carlos Valente, director do centro de saúde, afirmou na recente entrevista concedida ao nosso jornal que esse problema seria resolvido gradualmente.

    AJUSTES A REALIZAR

    NO CENTRO DE SAÚDE

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    Mas as queixas dos utilizadores do centro de saúde não se ficam por aqui. Do ponto de vista dos utentes há ainda alguns ajustes a fazer na nova unidade de saúde. Ouvimos reparos sobre o mau estado em que se encontra o piso na entrada do parque de estacionamento obriga os veículos que lá entram a roçar no piso, provocando danos nos mesmos.

    O interior da estrutura também foi alvo de algumas críticas. Nomeadamente a ausência de indicações sobre telefones, e o atraso na colocação das placas de informação no devido lugar.

    A estrutura do corrimão das escadas apresenta uma base em tubo terminando com um bico muito aguçado, representando, por isso, um perigoso para os utentes. Sendo que do lado esquerdo há apenas uma ranhura a servir de apoio, claramente insuficiente, na visão dos utentes.

    A grande vidraça existente na parte frontal do edifício, mesmo em frente às salas de espera, foi também criticada uma vez que no Verão poderá ser uma fonte de calor, e logo tornár-se-á um inconveniente para quem lá está.

    Não há dúvida que a nova unidade de saúde é um empreendimento de grande valor para a cidade de Ermesinde, com uma excelente estrutura.

    No entanto, esperamos que a curto prazo estes pequenos detalhes sejam corrigidos, de forma a aumentar a qualidade no atendimento aos utentes.

    Por: Teresa Afonso

     

     

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