SECÇÃO: Cultura

Jaime Isidoro no Fórum Cultural

Fotos MANUEL VALDREZ

Trata-se de um projecto de arte informal e algo totalmente novo na sua obra.

A exposição engloba 30 acrílicos sobre tela e foram criados na "Casa do Artista" em Vila Nova de Cerveira, onde Jaime Isidoro permaneceu durante algum tempo.

Além destas pinturas de pequeno formato, foram expostas duas outras telas, de grandes dimensões e de concepção recente.

As obras exibem uma de séries de pontos coloridos e mesclados.Uma mistura de tons verticais e horizontais dando a sensação que os fragmentos de tinta foram deixados cair na tela de forma não premeditada, espalhando--se suavemente ou concentrando-se em determinadas zonas.

No entanto, Jaime Isidoro afirma que «tudo tem regras, há sempre uma conjugação entre jogos horizontais e verticais».

Revelou que estas telas não têm uma temática específica mas, de uma forma geral, «procuram representar uma matéria que vive por si».

O pintor salientou também que, nesta fase, o que o preocupou foi, sem dúvida, encontrar cor e harmonia nas suas pinturas e principalmente «procurar descobrir o amanhã», isto porque entende, que acima de tudo, o verdadeiro artista «é um criador sempre diferente no dia de amanhã».

Ainda assim, argumenta considerar-se um pintor e não um artista, como é apelidado, justificando que trabalha, apenas, no sentido de criar.

Quase a completar 84 anos de idade, Jaime Isidoro está imparável e nada o inibe de fazer aquilo que mais gosta – pintar.

Confessa que se revê em todas as novas formas que encontra, desde a pintura intuitiva à mais pensada, mas sempre de acordo com a autenticidade. Esta é a palavra que o pintor mais assinala e realça, tentando ser o mais fiel e autêntico no trabalho que vai criando ao longo dos anos.

Isidoro confidencia que não pretende que as suas obras sejam admiradas, deseja apenas rever-se nelas, afirmando que «é aliciante estar no imaginário e sentir que a vida não foi em vão».

Natural do Porto, fez a sua primeira exposição aos 19 anos. Estudou na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis e foi editor da revista Artes Plásticas.

Teve igualmente um papel bastante importante na divulgação da arte, sendo o promotor dos Encontros Internacionais de Artes em Valadares e, mais tarde, em Vila Nova de Cerveira.

Jaime Isidoro foi também um dos fundadores da Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira.

Por: Teresa Afonso