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    Arquivo: Edição de 15-04-2008

    SECÇÃO: Cultura


    Desertificação e degradação da Terra foi a proposta do VIII Porto Cartoon

    Encerrou no passado dia 30 de Março a exposição referente à oitava edição do Porto Cartoon, dedicada ao tema da Desertificação e Degradação da Terra, e que esteve patente no Fórum Cultural de Ermesinde. Certame de reputação internacional, nele estiveram mais uma vez representados cartunistas de todo o mundo.

    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER
    A oitava edição do certame internacional Porto Cartoon pôde apreciar-se no Fórum Cultural de Ermesinde, onde muitos dos cartoons a concurso estiveram expostos, desde 15 de Dezembro de 2007 até 30 de Março do ano em curso.

    O júri internacional do Concurso, recorde-se, foi presidido pelo francês Georges Wolinski, figura de grande prestígio internacional na área da ilustração de humor.

    O tema escolhido para esta edição foi a Desertificação e degradação da Terra, embora permitindo-se a concurso cartoons de tema livre.

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    O público, nas várias mostras que o Porto Cartoon foi tendo, pôde apreciar mais de 450 propostas, vindas de todas as partes do mundo, além de Portugal, com autores, por exemplo, de países como Azerbeijão, Austrália, Argélia, Brasil, China, Colômbia, Indonésia, Irão, Japão, Macedónia, Roménia, Rússia, Turquia, Ucrânia e Uzbequistão entre outros, para além dos principais países europeus.

    O vencedor do Grande Prémio acabaria por ser Musa Gümüs, da Turquia, com o seu trabalho “Esquimó”, reproduzido em cima.

    O segundo e terceiro lugares foram para, respectivamente, Fero Kudlac, da Eslováquia, e Ludo Goderis, da Bélgica, mas a distinção caberia bem a muitos outros autores que apresentaram aqui algumas propostas muito belas, argutas, devastadoras, ou sarcásticas.

    A destruição da Natureza em favor da cobiça desmedida e da irresponsabilidade ecológica e social era o tema largamente dominante juntamente com a escassez de recursos, nomeadamente de água.

    Nesse domínio gostámos particularmente das propostas de Jan Zandstra, de que apresentamos aqui “Reconstrução Pós-Guerra”, um exercício crítico muito actual, que poderia ser aplicado, por exemplo, à ocupação do Iraque.

    Outras propostas que mereceram o nosso agrado em particular foram as apresentadas por Mihail Ignat, da Roménia, uma das quais aqui reproduzimos, vendo-se um bando de corvos a devorar o cadáver do Globo. Graficamente muito expressiva, bem poderia ter sido merecedora das boas graças do júri internacional.

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    Muito curiosa era a presença de uma temática aparentemente sem grande relação com a grande orientação traçada para esta edição do Porto Cartoon, a do poder dos média. De facto, estes, com a sua grande capacidade de manipulação em favor dos desígnios das grandes multinacionais, são contudo uma peça essencial para a preservação deste caminho suicida que ameaça a destruição de grandes áreas de cultivo pelo uso das sementes geneticamente modificadas, pelo desvio para a indústria de combustíveis dos cereais tornados escassos, fazendo crescer o preço dos alimentos a níveis incomportáveis para os mais carecidos, pelo esgotamento dos recursos hídricos, a favor de duvidosas indústrias de turismo de qualidade ou de massas, etc..

    Tudo isto pode ser apresentado como caminho de progresso e desenvolvimento. O poder da televisão e, em geral dos média controlados pelos poderes políticos era, por isso, muito justamente, um tema abordado, por exemplo, nas propostas assinadas por Mikhail Zlatovsy, da Rússia, e que retrata magistralmente essa ligação dos média feitos voz do dono e do poder do império (russo ou outro).

    Outras propostas nesse sentido, estas tendo como alvo, mais especificamente a manipulação jornalística e a televisão, eram as apresentadas pelo romeno Mihail Ignat, de que aqui apresentámos dois bons exemplos.

    O Porto Cartoon World Festival corre assim o risco de se tornar, cada vez mais, num dos grandes certames anuais de arte realizados eem Portugal.

    E há uma sala em Ermesinde, para o acolher.

    Por: LC

     

     

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