Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 20-09-2007

    SECÇÃO: Destaque


    NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE... Centro de Animação das Saibreiras...

    Um espaço a trabalhar para o bem-estar da comunidade

    Numa recente deslocação do nosso jornal ao Centro de Animação das Saibreiras (CAS), por ocasião da visita do boneco Rick (ver texto em anexo) ao local, aproveitámos a ocasião para conhecer um pouco mais ao pormenor o trabalho que vem sendo desenvolvido por esta valência do Centro Social de Ermesinde (CSE). Um trabalho que diga-se em abono da verdade se caracteriza como notável e louvável, e que assenta essencialmente no apoio à comunidade mais fragilizada a diversos níveis.

    A responsável por este centro comunitário, Manuela Martins, esteve à conversa com A Voz de Ermesinde, dando-nos a conhecer de uma forma detalhada o que é o CAS. E é precisamente isso que, de uma maneira não tão pormenorizada mas o mais fiel possível à realidade, iremos procurar transcrever nas próximas linhas.

    Foto ARQUIVO CLÁUDIA GRADE
    Foto ARQUIVO CLÁUDIA GRADE
    Inaugurado em 1994 na sequência de um projecto de luta contra a pobreza cuja área de implementação era o bairro social das Saibreiras, o CAS abrange hoje em dia um maior leque de serviços que não se confinam apenas a esta zona. É uma casa que ao longo destes anos de existência se tem aplicado a fundo para responder da melhor e mais qualificada maneira àqueles que mais necessitam. E pelo que vimos e ouvimos os resultados têm sido bem positivos, embora haja sempre a noção de que muito há ainda por fazer. Como dissemos no início o CAS começou por promover acções de apoio às crianças do bairro das Saibreiras, que como é sabido foi, e continua a ser, uma das zonas mais problemáticas, a diversos níveis, da nossa freguesia. Crianças que na visão da Segurança Social – parceiro do CAS em muitas das suas acções de intervenção social – se encontravam em situação de risco, entregues a si próprias, com graves carências alimentares, oriundas de famílias portadoras dos mais diversos problemas, desde a toxicodependência, passando pelo alcoolismo, violência doméstica, até ao desemprego.

    Entretanto com os apoios comunitários da Segurança Social o centro foi crescendo, criando novas instalações e o seu raio de acção alargou-se à restante comunidade de Ermesinde, embora o bairro continue a merecer sempre uma atenção mais redobrada por parte dos muitos técnicos que aqui trabalham. Do trabalho com as crianças passou-se ao trabalho com os adultos, e com agregados familiares. Neste momento o CAS tem um elevado número de famílias necessitadas com quem trabalha diariamente. Uma tarefa que nem sempre é fácil, «este trabalho de tentativa de mudança de comportamentos, mentalidades, são tarefas muito difíceis e que não se notam logo os efeitos imediatos. Há pais e crianças em que se nota o nosso trabalho, mas depois há momentos em que parece que volta tudo ao principio, têm uma recaída. O nosso trabalho tem a ver um pouco com a própria dinâmica da sociedade, com os problemas sociais que vão surgindo. A nossa filosofia foi e é sempre responder a essas necessidades, vamos aplicando as nossas intervenções à medida que vão surgindo os problemas. Procurar dar sempre uma resposta àqueles que mais necessitam», frisou Manuela Martins.

    AS CRIANÇAS

    Em termos de crianças o CAS alberga diariamente nas suas instalações das Saibreiras – uma vez que o Centro de Ocupação Juvenil na Rua Rodrigues de Freitas está também actualmente ligado a este pólo - jovens com idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos, repartidos por quatro salas. Jovens oriundos não só da zona das Saibreiras – da escola primária local inclusive – como também das escolas do Carvalhal e Gandra. E só não chegam de mais escolas porque o CAS não tem transportes suficientes para dar resposta às solicitações que lhe vão chegando cada vez com mais frequência.

    Neste momento o centro alberga nas suas instalações um refeitório onde, segundo estatísticas avançadas no ano passado, são servidas diariamente 180 refeições gratuitas a adultos e crianças.

    E os obstáculos, digamos assim, que esta valência do CSE encontra com os seus utentes, em especial os mais jovem oriundos da zona das Saibreiras, são muitos e deveras preocupantes. Abandono escolar, toxicodependência, são dois dos problemas mais frequentes em miúdos de 12, 13 ou 14 anos. «São filhos de famílias que acompanhamos ora por via da acção social ora por via do rendimento social de inserção, e depois inevitavelmente acabamos por chegar a eles, acabamos por ter conhecimentos desses casos. Tentamos então cativa-los mais para o centro, de forma a eles deixarem mais a rua, e os vícios, criando para isso diversas actividades do interesse deles (o Instituto Português da Juventude e a associação ermesindense SóJovem têm sido parceiros importantes nesta tarefa). E dai vamos conhecendo-os melhor e orienta-los para a escola, encaminha-los para o futuro. Nós não impomos nada, tentamos é mostrar caminhos para eles poderem perceber que existem outras coisas. Isto quer seja com crianças quer com adultos. Se as pessoas não sentirem aquilo como necessário para eles nunca vamos conseguir que eles mudem. É um trabalho onde é preciso muita persistência para colhermos resultados», sublinha.

    E uma das estratégias para contornar os problemas detectados na comunidade tem passado pela criação de grupos de acção orientados por técnicos especializados, que diariamente desenvolvem um trabalho de apoio com estas pessoas.

    O CLUBE

    DE EMPREGO

    Outro dos serviços prestados pelo CAS à comunidade é o Clube de Emprego. «Ao longo da nossa existência temos vindo a concorrer a diversos projectos de fundo comunitário, e num desses projectos direccionados para a formação profissional surgiu o Clube de Emprego, apoiado pelo Centro de Emprego. Neste espaço procuramos dar respostas a pessoas desempregadas, jovens e desempregados de longa duração. Ajudamos na procura de emprego, não garantimos nada, mas ajudamos, dá-mos apoio. As pessoas aqui são ensinadas a fazer um currículo, orientadas para uma entrevista, como se comportar numa situação dessas, coisa que se calhar no centro de emprego não acontece. Fazemos esse trabalho bastante importante e individual», diz Manuela Martins.

    Importante é referir também que através do CAS o Centro Social de Ermesinde está representado ao mais alto nível na Comissão de Protecção de Menores. Para além disto o CSE tem igualmente um papel muito importante na Rede Social do concelho de Valongo que visa delinear um planeamento estratégico para o concelho no sentido de melhorar a qualidade das intervenções sociais contra a pobreza e exclusão social. «O CSE tem sido um elemento sempre muito activo no que respeita ao trabalho social, no desenvolvimento da comunidade, através das suas várias valências».

    Uma grande verdade... sem dúvida alguma.

    Por: Miguel Barros

     

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].