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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-07-2007

    SECÇÃO: Arte Nona


    A praia!...,finalmente...

    O projecto só de muito longe se assemelha à saudosa e incontornável “À Suivre”, revista que foi uma referência da BD franco--belga, e até com um olhar mais abrangente. Mas vai chegando aos nossos escaparates regularmente e não deixa de ser uma publicação interessante, embora um pouco limitada, na nossa opinião. O nosso “BD Jornal” é bem mais interessante e sólido. Falamos da “BoDoï”, revista francesa de Banda Desenhada, com arraiais assentes em Paris, e dirigida por Jean-Pierre Bonell.

    O destaque desta “A Voz de Ermesinde” vai para o seu número especial (“hors série”) de humor dedicado às férias (datado de Julho/Agosto/Setembro 2007).

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    O formato desta “BoDoï” especial aproxima-a mais do formato comic book do que do formato habitual da revista.

    O humor é o principal leitmotiv, tendo como tema de fundo “as férias” – um número então precisamente para desopilar, mais adequado ao transporte numa mala e à fruição gota a gota. Todas as estórias são muito curtas, mesmo o mais generoso e compacto “Galères Balnéaires”, uma sequência de estórias curtas encadeadas, da autoria de Thierry Cailleteau e Olivier Vatine.

    Além destes, e de estórias curtas dos bem consagrados Claire Bretécher, F’Murr e Sempé/Goscinny, figuram ainda nesta revista várias estórias plenas de gags de Alizon//Cucuel (o temas das louras...), Aboli/Pont, Pica/Erroc, Maltaise/Swinnen//Dugommier, Bouzard, Bar2/Fane (os maluquinhos das motos) e, estes também já mais consagrados, Janry/Tome.

    Além das pranchas de BD, um dos motivos de interesse desta revista são as páginas de gaffes de alguns autores de BD que os leitores são convidados a descobrir. Há--as de todo o género, no desenho e no argumento, e estas parecem não poupar ninguém (vejam-se os nomes de Jovanovic e Giroud , Savard ou até Schuiten/Peeters).

    Graficamente, as estórias apresentadas são muito desiguais. Destaque evidente para o absurdo do “Génie des Alpages”, de F’Murr e para o minimalismo psicanalítico de Bretécher.

    Tirando isso, alguma mordacidade de Bar2 (sempre à volta das duas rodas), e aqui e ali uma pitadita de sal, sobra com evidência o prato forte desta revista, “Galères Balnéaires”, com argumento de Cailletou e desenho de Vatine.

    Um e outro merecem a nossa atenção. A estória tem a ver com com as aventuras de dois jovens amigos, Fred e Bob e as suas iniciativas de conquista junto do belo sexo, nem sempre (isto é, quase nunca, coroadas de sucesso, ou então, numa infeliz crise de abundância...). A ideia está bem explorada e o argumento é cómico e verosímil q.b., assim bem à maneira da comédia italiana.

    Já quanto ao desenho de Olivier Vatine, também ele nos surpreende, pela grande capacidade expressiva no desenho do corpo humano e dos seus gestos, poses e atitudes, no décor, no uso feliz do traço negro de contorno, mostrando-se o autor pleno de recursos e, quem sabe, talhado para outros voos e outras temáticas...

    Por: LC

     

     

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