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    Arquivo: Edição de 10-07-2007

    SECÇÃO: Especial


    XIV FEIRA DO LIVRO DO CONCELHO DE VALONGO

    Ana Zanatti: Desliguem a televisão um bocadinho...

    Foi com o apelo para que os presentes desligassem um pouquinho mais a televisão... e lessem, que Ana Zanatti rematou a conversa que estabeleceu com o público na noite do passado dia 8, na Feira do Livro, em Ermesinde.

    Figura reconhecida da rádio, televisão, teatro, publicidade, cinema..., Ana Zanatti atraiu muita gente ao Parque Urbano, mas o que aí encontraram foi mais a Ana Zanatti escritora.

    Autora de “Os Sinais do Medo” (2003) e “Agradece o Beijo” (2005), Ana Zanatti abordou também a literatura para a infância, com “O Povo-Luz e os Homens-Sombra”, série da qual irá publicar em breve um segundo volume.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    Prudente e consciente da sua visibilidade muito mais ligada ao espectáculo do que propriamente à Literatura, Ana Zanatti começou por perguntar à sua audiência se havia ali leitores dos seus livros, e foi a esses então, muito escassos entre os presentes, que começou por dirigir a palavra.

    Revelou que a escrita a acompanhava desde a adolescência e, modestamente, recusou autointitular-se como escritora, tinha ainda muito caminho para andar («sou muito pequenina no meio da escrita».

    E falou da escrita como uma actividade verdadeiramente gratificante, em que se pode ser muito mais fiel a si próprio, muito mais do que a representação, por exemplo, cujo processo implica um maior “ter que agradar” («o trabalho do actor, por vezes, presta-se a grandes equívocos»).

    Abordando depois um pouco mais algumas questões ligadas a si enquanto pessoa, Ana Zanatti denunciou um meio estreito e incapaz de lidar com a diferença, tentando mesmo limitar as liberdades individuais.

    Abriu depois o seu diálogo a toda a plateia, que manteve vivo e curioso. Fernando Melo foi um dos seus interlocutores.

    E esclareceu ainda sobre algumas exigências do processo criativo: «O trabalho da escrita exige um grande recolhimento», o que não é o caso, evidentemente, das artes da representação.

    «Aquilo que os livros me têm dado é a coisa mais fantástica que alguma vez me aconteceu», concluiu.

    Seguiu-se a sessão de autógrafos, que decorreu ali, no lugar das palestras (em frente aos stands da Ágorarte e de “A Voz de Ermesinde”, donde mais tarde se transferiu para o stand da Dom Quixote, na parte nascente do Parque Urbano.

    Foi já aí que conservámos um poucochinho com Ana Zanatti.

    Falou-nos da especificidade do trabalho de actor e do trabalho de autor, e – avivando ainda mais o que já antes tinha afirmado sobre a necessidade de recolhimento do escritor – revelou que, enquanto envolvida nos processos da escrita, teve já, por diversas vezes, que recusar papéis em diversos trabalhos de representação que lhe foram propostos. Sempre sem melindres...

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    Falou também da forma como encara a escrita, comprometida com os valores que quer defender, e de forma apaixonada.

    A forma aberta e interessada como dialogou com um adolescente durante a sua palestra, abriu caminho para a curiosidade sobre a forma como tinha encetado a aventura da escrita para a infância e adolescência.

    A necessidade de abraçar a escrita para a infância veio-lhe natural e óbvia.

    A actriz/escritora revelou-nos que, enquanto criança, viveu num mundo rodeado de livros.

    Mas Ana Zanatti sublinhou também que mesmo os seus livros para a infância se dirigiam igualmente a um público adulto, criando outros planos paralelos de leitura e de referências.

    Por: LC

     

     

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