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    Arquivo: Edição de 10-07-2007

    SECÇÃO: Editorial


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    Ao encontro dos livros

    Ao fim da tarde, de stand em stand, percorremos as feiras de livros na esperança de encontrar um livro que não comprámos na altura certa, uma novidade para cada um de nós, na maioria obras antigas, livros com os quais nunca nos tínhamos cruzado e ficamos felizes por mais uma descoberta. É este encanto que as feiras do livro têm para mim.

    Nunca se produziram e venderam tantos livros como hoje. Livros dos mais variados figurinos e cujos objectivos enveredam, por vezes, por caminhos tortuosos e mesquinhos.

    Continua a produzir-se boa literatura, quer de autores já consagrados, quer de gente nova que começa a dar os primeiros passos com muita firmeza, qualidade, sensibilidade, reflexão, e que tem efectivamente uma mensagem a transmitir, que nos envolve, que nos ensina e ajuda a crescer, a ver o mundo de forma tão diversa e tão bela, ou nos mostra a outra face, a da crueldade, da injustiça, com verdade e coragem. Outros enriquecem-nos com os mais variados saberes técnicos e científicos.

    Mas à mistura com tudo isto, muita gente descobriu uma forma de fazer livros a metro, livros que não acrescentam nada às nossas vidas, para não falar desta nova forma de trazer para a luz da ribalta pessoas cujas vidas são um verdadeiro vazio. Negócios escandalosos que se limitam a maltratar e ofender pessoas, instituições, relatar e expor a vida privada das pessoas, eu diria: hoje vale tudo!…

    Foto CLÁUDIA GRADE
    Foto CLÁUDIA GRADE
    Mas se é assim, porque se queixam tanto os educadores e professores da falta de leitura?

    Na verdade poucas pessoas têm hábitos de leitura, cada vez se lê menos e pior, ou seja, mesmo os que lêem fazem-no muito em diagonal, não há tempo para reflectir, aprofundar, interiorizar.

    Todos os anos se repetem feiras de livros por todo o lado, penso que nunca houve tantas feiras do livro, mas não descobrimos quase nada de novo, hoje um livro tem uma vida muito efémera em termos comerciais, também aqui a sociedade de consumo já entrou, também aqui os fazedores do gosto já actuam e com eles as modas, como não podia deixar de ser…

    Há imensos livros para crianças e jovens que são uma verdadeira tristeza, que nem para aprender a ler servem, vivem do embrulho, normalmente vistoso, mas de gosto duvidoso.

    Escolher livros apropriados para as diferentes idades e formações é cada vez mais difícil, e o prazer de encontrar uma novidade, um livro pouco conhecido e interessante numa destas feiras é quase impossível.

    Mas ainda bem que há muitas feiras de livros, estas nunca são demais e é sempre um motivo de animação, diria mesmo de festa, é mais um motivo para sairmos de casa, para encontros e desencontros, para ver e tocar nos livros de uma forma descontraída e adquirir mais um livrinho, conhecer mais um autor.

    O Poder Local tem vindo a apostar nas feiras do livro para, em paralelo, desenvolver uma série de actividades culturais que são sempre muito bem vindas e de louvar.

    “A Voz de Ermesinde” quis participar de uma forma muito especial nesta Feira do Livro de 2007, antecipando a sua edição e dedicando-lhe este número especial.

    Por: Fernanda Lage

     

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