SECÇÃO: Destaque

Uma breve conversa sobre jornais

Foto URSULA ZANGGER

O ministro salientou como positivos, entre outros, a defesa do sigilo profissional, o novo regime de incompatibilidades, que é mais apertado, e uma maior responsabilização por parte da comunicação social.

Augusto Santos Silva considerou que não recebeu críticas quanto às questões de natureza deontológica, apenas tendo recebido do Sindicato dos Jornalistas pareceres no sentido de se ter em conta as condições de trabalho nas redacções.

Outro assunto polémico e que era pretensão dos jornalistas, a clarificação dos direitos de autor das peças produzidas, mereceu uma espécie de decisão salomónica pois, segundo o ministro, atenderam-se as pretensões dos jornalistas, sem deixar de se atender às sinergias aceitáveis a desenvolver nas empresas ligadas à comunicação social com mais do que um órgão de informação.

No que diz respeito a uma atenção especial a ter em conta pelo Poder Central relativamente àqueles jornais que, como “A Voz de Ermesinde” não prosseguem sobretudo objectivos de empresa, mas mais de serviço público, com grande responsabilidade social – ou não fosse “A Voz de Ermesinde” propriedade de um Centro Social –, já o ministro não se mostrou muito sensibilizado, referindo a existência de apoios como o porte pago e vários programas tendentes à modernização dos órgãos da imprensa local dirigidos a toda a comunicação social local e regional.

À nossa insistência de que jornais como “A Voz de Ermesinde” eram um caso particular entre a comunicação social local (do qual se aproximam órgãos de imprensa como o “Jornal Universitário do Porto” ou “A Página”, por os seus objectivos não se cingirem única ou exclusivamente à perspectiva de mercado), o ministro manteve a sua posição inflexível, queixando-se de estarmos em tempo de vacas magras.

Por: LC