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    Arquivo: Edição de 30-04-2007

    SECÇÃO: Destaque


    COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL EM ERMESINDE

    A luta contra a exclusão é uma obrigação moral indiscutível

    A Cerimónia Evocativa do 25 de Abril em Ermesinde, mais uma vez realizada no novo edifício-sede da Junta na presença de muitos dos membros dos dois órgãos autárquicos da freguesia, mas de intervenção não exclusiva destes – por exemplo a intervenção da CDU foi proferida pela jovem Maria João Antunes –, mostrou um presidente da Assembleia muito sensível à questão social. Na sua intervenção, a dado passo, Antonino Leite afirmou: «A luta contra a pobreza e a exclusão é uma questão de dignidade social e uma obrigação moral e indiscutível de todos nós». O presidente da Assembleia, sublinhou aliás o papel relevante do Centro Social de Ermesinde nesse domínio, no que constituiu uma referência única e prestigiante para esta instituição.

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    Artur Pais deu início às intervenções. Numa muito breve alocução, o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde avogou a preocupação com a situação social e criticou um modelo de sociedade em que cada um vive buscando apenas o seu próprio conforto.

    Seguiu-se-lhe Luís Santos, que em nome do Bloco de Esquerda, saudou a ditosa data em que se pôs termo a uma guerra colonial que se arrastava há já 13 anos, em que as liberdades foram restauradas, em que a comunicação social se viu livre da censura. Invocou o surgimento de uma nova Constituição em que se consagraram os direitos à educação, saúde, habitação, justiça, igualdade de oportunidades, liberdade de expressão e liberdade religiosa. Referiu o novo impulso dos sindicatos e a constituição de comissões de moradores. Lembrou o grande entusismo, em contraponto com o agravamento do custo de vida e o aumento do desemprego gerados por uma globalização neoliberal na mira de lucro fácil. Terminou saudando o 25 de Abril, mas avisando que há muita luta a travar.

    Pela CDU usou da palavra Maria João Antunes que, centrando-se sobretudo nos problemas da juventude, declarou que a educação dos povos tem estado sempre no centro das atenções das forças socialistas, «não de um socialismo de intenções apenas declaradas», precisou, mas do socialismo como sistema político «imbuído de respeito pelas pessoas e pelas coisas e apto a resolver as mais prementes necessidades da existência e do drama humanos».

    A jovem comunista referiu o investimento na Educação feito após a Revolução de Abril, contraponto do que vem acontecendo nos últimos anos: «num aparente paradoxo vem-se assistindo à desvalorização crescente do saber, da Escola e das profissões a ela ligadas, num processo dramático e gerador de profundo mal-estar (...)». E lembrou como «o fascismo português – que existiu, lembre-se a propósito – e o seu chefe máximo tinham pavor à Escola e que o povo nela pudesse alguma vez entrar pela porta larga». E terminou defendendo o investimento escolar como «a melhor garantia de protecção contra o desemprego de longa duração e a precariedade».

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    Pelo PS interveio Juliana Silva, para quem o 25 de Abril era «acontecimento quase épico da nossa portugalidade» e «marco imperativo da nossa consciência nacional».

    «Sem desvanecimentos e na liberdade sem medos, viemos aqui, motivados e determinados, lembrar aos mais pressurosos, que por mais que soprem, nunca hão-de ser capazes de apagar o sol».

    E lembrou igualmente a guerra colonial : «Queremos lembrar-lhes que o 25 de Abril libertou o povo português da guerra, fazendo por isso que os jovens da minha geração não conhecessem os seus horrores».

    E concluiu considerando que a Revolução não acabou, continua.

    Angelina Ramalho, em nome do PSD, considerou o 25 de Abril «um dos acontecimentos que mais marcou e contribuiu para a construção da nossa identidade, da nossa memória colectiva ».

    E lembrou que «o poder local, tal como o conhecemos actualmente, é, também ele, fruto» do 25 de Abril. Poder local esse que, contudo, continua a viver «um natural processo de evolução e de maturação». E mais à frente: «Não existe sociedade coesa nem inclusiva enquanto não existir igualdade de oportunidades para todos os cidadãos e cidadãs. Enquanto persistir a discriminação, seja em função do sexo, origem étnica ou racial, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual, num atentado aos direitos fundamentais. Enquanto persistirem fenómenos de pobreza e exclusão social, principais obstáculos à coesão e igualdade de oportunidades, ao negarem às pessoas os recursos mínimos para a participação na vida social e económica».

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    Antonino Leite rematou a cerimónia, saudando também ele o 25 de Abril e lembrando que «em democracia um país evolui na exacta medida das capacidades do seu povo; porque, em democracia, é o povo que escolhe livremente quem o deve governar, e é ainda esse mesmo povo que, através do exercício da liberdade, condiciona, para o bem e para o mal, o rumo da própria governação». E passou depois a referir os problemas que enfrentamos: falta de segurança, desemprego, endividamento das famílias. «A luta contra a pobreza e a exclusão é uma questão de dignidade social e uma obrigação moral indiscutível de todos nós». Referiu então o envelhecimento da população, que implica as necessárias respostas sociais. «Ermesinde já possui um excelente equipamento com excelente prestação de serviço – o Centro Social. Mas (...) dever-se-á começar a pensar que (...) o futuro será insustentável se não começarmos desde já a encarar este problema como uma prioridade».

    Por: LC

     

     

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