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    Arquivo: Edição de 30-04-2007

    SECÇÃO: Desporto


    Estádio dos Sonhos foi colocado em hasta pública

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    A notícia colocou em choque toda a família ermesindista: o Estádio dos Sonhos foi levado a hasta pública a 18 de Abril passado por intermédio de um dos principais credores do Ermesinde Sport Clube, Abílio de Sá.

    De imediato a Comissão Administrativa (CA) do clube convocou uma Assembleia Geral (AG) Extraordinária (na imagem), realizada a 21 de Abril último no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, com o intuito de não só dar conhecimento aos associados deste facto como também tentar arranjar uma solução para o contornar.

    Recorde-se que a penhora do Estádio dos Sonhos é uma situação que se arrasta já desde 1994, e remonta ao facto do então presidente da Direcção do Ermesinde, Luís Barbosa, ter feito um acordo com Abílio de Sá, para a venda dos terrenos anexos ao actual estádio, terrenos estes que, no entanto, não eram pertença do clube. Sabendo posteriormente que os ditos terrenos, pelos quais havia pago uma determinada verba, não eram do Ermesinde mas sim de uma outra entidade, Abílio de Sá resolve levar o caso aos tribunais. A decisão do magistrado ditou o Ermesinde como culpado, procedendo--se então à penhora do Estádio dos Sonhos, tornando Abílio de Sá num dos principais credores do clube.

    Depois deste breve resumo de como se deu origem a esta penhora, voltemos aos factos recentes, mais precisamente à AG de 21 de Abril, onde o presidente da CA ermesindista, José Araújo, deu então conta à massa associativa (que marcou presença nesta AG em grande número) de todos os detalhes da ida a leilão do Estádio dos Sonhos. Começaria por informar que não havia sido apresentada qualquer proposta de compra do recinto que cobrisse a base de licitação pedida por Abílio de Sá. No mesmo dia (18 de Abril) o Ermesinde interpôs junto do tribunal um requerimento no qual pedia para que esta decisão fosse repensada, sustentado com diversos documentos que mostravam que o clube é viável. O juiz assim não entendeu, discordando da tal viabilidade sustentada pelos dirigentes ermesindistas, dando ao Ermesinde um prazo de 10 dias úteis para chegar a um possível acordo com Abílio de Sá.

    Araújo sossegou, em parte, os associados ao garantir que o credor não está interessado em ficar com o Estádio dos Sonhos, «ele só quer é o dinheiro que o Ermesinde lhe deve, mais nada». Dívida essa que – refira-se – ronda os 250 mil euros.

    O líder ermesindista faria ainda algumas críticas, bem duras por sinal, à autarquia de Valongo, por esta nunca ter mostrado interesse em ajudar o clube a resolver esta penosa situação. Lançaria, aliás, um desafio aos sócios para que todos juntos rumassem até à Câmara Municipal de Valongo em forma de manifestação para chamar, uma vez mais, a atenção da autarquia para a situação que o clube está a viver. Uma proposta que, no entanto, morreria à nascença, já que os sócios do clube não mostraram grande interesse em concretizar o apelo do presidente. Outra proposta saída desta AG que também morreria à nascença partiu de um associado, a qual dava conta da criação de uma comissão composta por alguns nomes notáveis da nossa cidade para tentar dialogar com a CMV de modo a que esta pudesse, de uma vez por todas, ajudar o Ermesinde a ultrapassar o problema.

    José Araújo defendeu ainda que a CMV deveria assinar um protocolo com o clube para tornar loteável (para construção) o terreno onde se encontra implantado o Estádio dos Sonhos.

    Uma hipótese que, segundo o mesmo, seria a única possível, e capaz, de atrair investidores para comprar o estádio e permitir ao clube saldar as suas dívidas. Isto, com a contrapartida de a CMV ajudar o Ermesinde a arranjar um terreno para a construção de um novo campo de futebol, como aliás já havia sido formulado por José Araújo na AG de 23 de Fevereiro.

    Após algumas manifestações mais calorosas de alguns associados perante a actual situação do clube (sem que, no entanto, fossem apresentadas ideias, ou propostas concretas, para dar a volta à situação), os quais acusaram dirigentes de outros tempos, e outras direcções, de serem os únicos culpados pelo estado a que o clube chegou, a unanimidade dos associados deu plenos poderes a José Araújo para este tentar encontrar uma solução com vista a contornar o problema.

    Alguns dias depois da realização desta AG (na altura do fecho desta edição), “A Voz de Ermesinde” tentou saber junto de José Araújo o ponto da situação das negociações com Abílio de Sá, tendo o mesmo preferido não adiantar nada de novo, dizendo apenas que ambas as partes continuam em conversações.

    Contamos, por isso, nas próximas edições, trazer novos desenvolvimentos deste assunto.

    Por: Miguel Barros

     

     

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