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    Arquivo: Edição de 30-04-2007

    SECÇÃO: Desporto


    Direcção cessante vai dirigir os destinos do CPN na qualidade de Comissão de Gestão

    Foto ARQUIVO MANUEL VALDREZ
    Foto ARQUIVO MANUEL VALDREZ
    O Clube de Propaganda da Natação (CPN) vai ser gerido – pelo menos até à próxima Assembleia Geral - por uma Comissão de Gestão. Este foi o principal destaque retirado da Assembleia Geral (AG) que o clube levou a cabo, na sua sede, no passado dia 20 de Abril. Tal situação fica a dever-se ao facto de, à entrada para esta assembleia, não ter sido apresentada qualquer lista de candidatura para suceder à Direcção cessante liderada por Raul Santos (na imagem). Recorde-se que em Dezembro último Raul Santos confidenciou à “A Voz de Ermesinde” a sua intenção de não se recandidatar à presidência do CPN, justificando, na altura, a sua decisão não só com a vontade de que o clube fosse comandado por gente capaz de implementar novas ideias, bem como dizendo-se portador de algum cansaço provocado por 15 anos consecutivos em que desempenhou funções de dirigente (seis dos quais na qualidade de presidente). Quatro meses depois Raul Santos manteve a sua decisão de deixar os comandos do clube, frisando nesta última AG que não sai da presidência do CPN zangado com ninguém, antes pelo contrário, «mas acho que está na hora de aliviar a carga, de descansar. Foram seis anos (na qualidade de presidente da Direcção) de muito desgaste. O CPN é hoje uma grande empresa, um clube que movimenta já muito dinheiro, e como tal quero que saibam que não vos deixo nenhum “presente”, mas sim um clube que necessita de ser gerido com grande responsabilidade, profissionalismo e um permanente acompanhamento. O CPN não vai acabar pelo facto de o Raul Santos sair agora. Aliás, deixo desde já aqui uma sugestão para que os membros das diversas secções do clube tomem iniciativas no sentido de não deixar o CPN entrar numa crise directiva. Apelo, por isso, a que forme uma lista de candidatura para dirigir o clube nos próximos anos. Gostaria que esta fosse uma passagem de testemunho pacífica», lançou o desafio o presidente cessante.

    Face à já referida ausência de uma lista de candidatura, os Estatutos do clube dizem que a Direcção cessante mantém-se em funções como Comissão de Gestão até ser encontrada uma nova equipa directiva. Assim, no próximo dia 18 de Maio o CPN vai levar a cabo uma Assembleia Geral Extraordinária (ver convocatória na página ao lado) cujo objectivo principal será encontrar os corpos gerentes para o triénio 2007/09. «Está situação já era calculável, mas nem eu nem os meus colegas da Direcção que hoje cessa funções vamos bater com a porta. Não queremos ser responsáveis pela existência de uma crise directiva no clube. Vamos ficar à frente do CPN até aparecer alguém que assuma os seus destinos. Mas, mais uma vez, pedimos a ajuda de todos os sócios para resolver esta situação», apelou Raul Santos.

    CONTAS

    DE 2006

    APROVADAS

    POR UNANIMIDADE

    Para além do ponto da eleição dos corpos gerentes para o triénio 2007//09, a Ordem de Trabalhos da AG de 20 de Abril passado continha ainda os pontos alusivos à leitura, discussão e aprovação da acta da reunião anterior; discussão de assuntos de interesse da colectividade; e a discussão e votação do Relatório de Actividades e Contas do exercício de 2006. O primeiro seria rapidamente cumprido, tendo sido aprovado por maioria, com a abstenção de dois associados, que justificariam o seu voto pelo facto de não terem estado presentes na última AG.

    Um pouco mais moroso, e envolto em alguma tensão, seria o ponto 2. E assim o foi devido a uma divergência entre elementos da Secção de Natação do clube. Tudo porque alguns atletas da equipa sénior de natação do clube mostraram, na voz de André Dias (que é igualmente atleta da equipa sénior de polo aquático do CPN), o seu descontentamento pelo facto de a secção desta modalidade não lhes ter concedido as condições de trabalho por si pretendidas – e aparentemente acordadas entre ambas as partes no início da temporada. O descontentamento dos atletas em questão vai ainda mais longe pela razão, segundo palavras do próprio André Dias, de que a secção os impediu de representar o clube no Campeonato Nacional de Clubes da 4ª Divisão, em detrimento de atletas mais jovens e com menos experiência. Uma decisão que, nas palavras de André Dias, saiu caro ao clube, uma vez que o inicialmente traçado objectivo da subida à 3ª Divisão Nacional ficou pelo caminho, já que a equipa que representou os propagandistas nessa competição se classificou em último lugar.

    Em defesa da Secção de Natação do CPN saiu o seu dirigente Jacinto Mota, que acusou André Dias de querer mandar na secção pelo facto de ser um dos atletas mais antigos do clube, e de estar a querer construir uma equipa dentro da equipa de natação. Mota contradiria ainda o atleta ao dizer que a ele e aos restantes atletas queixosos foi dada autorização para desenvolver o seu trabalho.

    Quanto à não inclusão dos atletas na equipa que defendeu as cores do clube no Nacional da 4ª Divisão, Jacinto Mota referiu que tal se ficou a dever a uma simples opção dos treinadores, que decidiram premiar os atletas mais assíduos e que mais trabalharam.

    Depois de mais algumas palavras trocadas entre os dois intervenientes, Raul Santos colocaria um pouco de água na fervura, dizendo que o assunto não deveria ser resolvido numa AG, mas sim no seio da Secção de Natação, uma vez que todas as secções do CPN são autónomas e, como tal, devem saber resolver no seu seio este tipo de questões.

    O ponto 3 seria, à semelhança do primeiro, foi cumprido com alguma brevidade, tendo o Relatório de Actividades e Contas do exercício de 2006 sido aprovado por unanimidade.

    Os associados presentes aprovariam também por unanimidade um voto de louvor à Direcção cessante, proposto pelo Conselho Fiscal, pelo excelente trabalho desenvolvido por esta.

    Por: Miguel Barros

     

     

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