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    Arquivo: Edição de 28-02-2007

    SECÇÃO: Destaque


    Renato Sampaio falou de Ambiente aos militantes do PS em Ermesinde

    Fotos URSULA ZANGGER
    Fotos URSULA ZANGGER
    O actual presidente da Federação Socialista do Porto do PS, Renato Sampaio, esteve no passado dia 23 de Fevereiro, na sede do PS de Ermesinde, a convite da Secção local, para conversar com os militantes acerca de políticas ambientais. Tomaram lugar a seu lado, na mesa, Orlando Rodrigues, actual presidente concelhio, Tavares Queijo, líder da Secção, Juliana Silva e Ilídio Lobão.

    Juliana Silva acabaria por despoletar o momento mais quente da noite ao alertar para suspeitas de grave perigo para a saúde pública com o chamado aterro da Lipor.

    «Não há política ambiental sem planeamento e ordenamento do território», defendeu o dirigente socialista na sua alocução aos militantes de Ermesinde.

    Só uma correcta política de cidade pode evitar a insegurança, a guetização e a exclusão social, considerou ainda Renato Sampaio.

    O dirigente federativo abordou nesta sua intervenção, vários aspectos da política ambiental, por exemplo na área do saneamento básico e resíduos, que considerou praticamente resolvida. Referindo-se à necessidade de desenvolver a política dos três R – Reduzir, Reutilizar e Reciclar –, o dirigente socialista considerou que, na política de tratamento de resíduos faltava apenas resolver o problema dos resíduos industriais banais, dos resíduos industriais perigosos e dos resíduos hospitalares, sendo que a melhor forma de resolver o problema dos rsíduos industriais perigosos seria a coincineração. «Os actuais filtros de manga – assegurou Renato Sampaio – permitem produzir muito menos dioxinas e furanos do que antigamente», podendo considerar-se uma solução segura.

    Renato Sampaio abordou depois o aspecto da reutilização, referindo-se, por exemplo, ao problema da reutilização de óleos, que seria uma boa solução na poupança de combustíveis, embora considerasse de certa forma compreensíveis algumas reservas dos utilizadores nesta matéria.

    Referindo-se depois à questão do abastecimento de água, o dirigente socialista considerou que foi o PS que resolveu os problemas da sua carência em várias zonas da Área Metropolitana, ao criar os sistemas intermunicipais.

    A questão da conservação da natureza foi o tema seguinte, com o líder distrital a apontar que Portugal tem mais de 22% do seu território classificado, mas que haveria até aqui um exagero, pois só se deveria apostar nas áreas que tivessem um valor patrimonial.

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    Passando depois a questões mais gerais, Renato Sampaio abordou a questão das alterações climáticas (com o aquecimento global), defendendo a imperiosa necessidade de melhorar as políticas energéticas e reduzir as emissões de CO2.

    Nesse sentido declarou--se a favor das auto-estradas com portagem, como forma de limitar o trânsito automóvel, referiu os gastos astronómicos com a iluminação das cidades e considerou, com o ritmo de desenvolvimento da Índia e da China ser necessário ir mais além do que as metas propostas no Tratado de Kyoto.

    Na protecção ambiental defendeu uma proposta de impedir a retirada de inertes do cordão litoral numa largura de um quilómetro e a necessidade de aprovação de planos de ordenamento da orla costeira.

    Referiu também os graves passivos ambientais deixados por uma agressiva exploração mineira, como no caso do volfrâmio ou do urânio, este último com resíduos de grande perigosidade.

    Aberta a discussão a todos os presentes, Diomar Santos abordou a recente assinatura do protocolo de despoluição do Leça, estranhando a presença única da Câmara de Valongo, receando que se vá mineralizar as margens do rio e terminando a sua intervenção com a defesa de uma regionalização cada vez mais premente.

    Esmeralda Carvalho, que considerou “show off” a proposta de despoluição do rio apresentada pela Câmara, defendeu uma maior sensibilização da comunidade para os problemas ambientais.

    Artur Costa denunciou os grandes focos de poluição da ribeira da Gandra, que descarrega uma enorme massa de águas residuais directamente no Leça, e em outras zonas, como junto da antiga “piscina do CPN”, junto ao moinho do Panelas, que é hoje «uma piscina de água choca».

    Mas, muito crítico e, a propósito da criação da Área Protegida da Serra de Santa Justa, também considerou: «O PS agora tem maioria absoluta no Parlamento. Agora estamos nós a fazer o “show off”», considerando que era a altura de se darem os passos definitivos.

    Renato Sampaio procurou responder às questões, sublinhando a sua concordância com uma perspectiva integrada de resolução dos problemas, mas lamentando que ela não se estivesse a impor. Referiu, por exemplo, que o único projecto metropolitano era o do metro e que falar-se da fusão das cidades de Porto e V. N. de Gaia era ilustrativo do falhanço da Área Metropolitana.

    Carlos Ricardo abordou também a questão do Leça. «Em Cabeda, o rio vem branquinho, mas em Sonhos já o sente o cheiro de poluição nas margens», precisou.

    E referiu o facto curioso de, no Verão, aumentar, por vezes o caudal do Leça, por transvase do Douro, através da rede de abastecimento de água.

    Juliana Silva questionou a saúde das populações à volta das lixeiras e, a propósito do monte da Lipor, criado por quatro décadas de entulho, exigiu estudos de saúde, acusando haver falta de coragem para isso. Revelou que conhecia inúmeros casos de cancro na zona circundante.

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    A esta questão, que se revelou quente, e perante a incredulidade de Renato Sampaio, que defendeu os cuidados na feitura dos aterros, vários socialistas locais questionaram esses cuidados, apontando que não se teriam tratado os lixiviados. Diomar Santos afirmou mesmo que se «tinham depositado milhões de toneladas de lixo coberto de terra, sem tratamento, telas ou selagem». As pedras do rio Tinto estão pretas, apontou alguém.

    Manuel Costa abordou ainda a questão da reflorestação e quis esclarecimentos sobre o projecto de pôr termo ao aluguer de contadores de energia, precisamente da autoria do dirigente e deputado socialista.

    Renato Sampaio defendeu o projecto, revelou que tinha outros na manga e que não tinha medo, tal como na altura em que tinha afrontado os interesses dos areeiros.

    Por: LC

     

     

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