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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 28-02-2007

    SECÇÃO: Desporto


    ASSEMBLEIA GERAL DO ERMESINDE SC

    Crise continua bem evidente

    Continua bem patente a profunda crise financeira que o Ermesinde SC tem vivido de há uns anos para cá. Um diagnóstico que ficou bem expresso na última Assembleia Geral (AG) do clube, realizada no passado dia 23 de Fevereiro, no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde.

    Uma AG cujos pontos de maior relevo da Ordem de Trabalhos se prendiam com a discussão e aprovação das contas do exercício de 2005 e a eleição dos Corpos Sociais do clube para o biénio de 2007/09. Em relação ao primeiro ponto há que, antes de tudo, dizer que o clube terminou o exercício do referido ano com um resultado líquido positivo de 4 649,75 euros. Numa descrição um pouco mais pormenorizada há a referir que o clube teve um total de 138 215,39 euros em termos de proveitos (receitas de bilheteira, quotas, publicidade, entre outros), enquanto que no que se refere a custos (honorários, custos com pessoal, inscrições, impostos, entre outras rubricas) o Ermesinde acabou 2005 com um saldo negativo de 129 390,79 euros. A primeira voz crítica da noite seria a do associado Joaquim Rodrigues, que começou por dizer que tinha sérias dúvidas quanto à veracidade dos números apresentados, e que se o relatório de 2005, que apresenta um saldo positivo, traduzisse a actual situação do clube, esta seria uma das associações desportivas mais felizes do país, o que na realidade não corresponde à verdade. «Se estes números correspondessem à verdade a Comissão Administrativa (CA) não andaria a pedir ajuda aos sócios para pagar diversas situações que surgem no dia--a-dia do clube», acusou.

    Profundo conhecedor do universo do Ermesinde, uma vez que para além de ter integrado anteriores direcções desempenhou nos últimos anos funções de treinador em equipas das camadas jovens, Joaquim Rodrigues apresentaria em seguida documentos que demonstraram que a actual situação financeira do Ermesinde está muito longe de ser considerada positiva. Muito pelo contrário, já que perante os números divulgados por este associado, o presente cenário do Ermesinde é muito preocupante. «Falando ainda em escudos, a dívida global do clube neste momento é de 223 300 contos, um número que não está neste relatório. Um passivo que, com a acumulação dos juros, está a aumentar de ano para ano», referiu Rodrigues. Duma forma mais pormenorizada referiu, por exemplo, que só à Segurança Social o clube deve desde 1990 até hoje cerca de 76 000 contos, enquanto que a dívida a antigos jogadores ascende aos 6 000 contos.

    VENDER

    OS “SONHOS”

    PODERÁ

    SER SOLUÇÃO

    A esta detalhada descrição do passivo do Ermesinde relatada por Joaquim Rodrigues, a CA ermesindista responderia que o resultado líquido positivo que constava no relatório distribuído aos associados era só referente ao ano de 2005, e que no mesmo não estava referido o passivo do clube. Números apresentados por Joaquim Rodrigues que, segundo Joaquim Ventura (membro da CA) não andam muito longe da realidade.

    Esta abordagem às dividas do clube provocou algum burburinho na sala, sendo que alguns associados mostraram a sua revolta e preocupação pelo actual e grave estado da agremiação. Foram então desenterrados alguns “fantasmas do passado” para justificar o actual momento do Ermesinde, tendo quer a CA quer alguns associados recordado a gestão de antigas direcções como as causadoras desta situação. Antigas direcções, e mais especificamente os presidentes de então, que foram apelidados de vigaristas por muitos dos presentes. José Araújo, o actual presidente da CA, desabafaria que o que mais lhe custa é estar a pagar dívidas contraídas por antigos presidentes, acrescentando ainda que quase todos os dias chegam ao Ermesinde novas notas de dívida, e que tem sido, nos últimos tempos, constituído arguido em vários casos contra o Ermesinde precisamente por erros do passado. Relembraria igualmente que se não fosse ele e mais três ou quatro directores a disponibilizar cerca de 33 000 euros, o clube não tinha podido inscrever jogadores para a presente temporada. «Se assim não fosse, se calhar o Ermesinde hoje já tinha acabado. Aliás, tem havido muitos sócios que têm ajudado o clube, uns com dinheiro outros com produtos de higiene, etc., para o dia-a--dia». Araújo, que após apelar à união e ajuda de todos os sócios de modo a desafogar um pouco o panorama do clube, diria que a solução imediata para atenuar a elevada dívida passa pela venda do Estádio dos Sonhos e por arranjar um terreno para construir um novo campo de jogos. «Estamos actualmente a dialogar com a Câmara de Valongo, para que esta entidade nos possa ajudar a adquirir esse terreno. Só desta forma podemos saldar as dívidas, pois caso contrário o Ermesinde morrerá».

    Intervenção bastante apreciada por todos os presentes seria a do associado Albino Rodrigues, que diria num tom apaziguador que o importante de momento não é discutir os erros do passado mas sim o presente. «Se a venda do actual campo for a solução, que assim seja!, desde que consigamos arranjar um campo de jogos, por mais modesto que seja. O que interessa é termos um Ermesinde digno, um clube gerido por gente séria, algo que não aconteceu num passado recente», frisaria Albino Rodrigues que se colocaria à disposição da CA para ajudar o clube.

    Ficaria ainda assente neste ponto que as contas referentes ao ano de 2006 serão apresentadas numa AG a ser realizada em meados de Junho próximo. O ponto relativo às contas do Exercício de 2005 seria aprovado por maioria, com 30 votos a favor e com 10 abstenções.

    ACTUAL CA

    CONTINUA ATÉ

    AO FIM DA ÉPOCA

    O segundo ponto de maior relevo nesta AG prendia-se com a eleição dos Corpos Sociais para o biénio 2007/2009, tendo ficado definido que a actual CA continuará à frente do clube até ao final da época (Junho). Um ponto rapidamente cumprido, não só pela falta de listas de candidaturas como também pelo facto de as contas do Exercício de 2006 ainda não terem sido apresentadas, sendo que, sem a apresentação e aprovação desse documento, nenhuma Direcção ou CA pode ser empossada. Como tal, em Junho próximo este ponto voltará a fazer parte da AG a ser realizada nesse mês. Este ponto seria aprovado por maioria.

    Por unanimidade foi aprovado o ponto referente ao bilhete suplementar para a presente época, o qual diz que os sócios reformados pagam um euro e os restantes dois euros. José Araújo não terminaria esta AG sem antes agradecer aos associados Luís Macedo e Vítor Bruno pela importante ajuda destes dada às equipas de iniciados.

    E por falar em escalões jovens, o presidente da CA lembraria a todos os associados presentes que o futebol do Ermesinde não se resume à equipa sénior, lembrando os excelentes desempenhos que vários conjuntos das camadas jovens estão a alcançar na presente temporada, informando ainda que nunca o clube teve tantos jovens a praticar futebol como neste ano.

    Por: Miguel Barros

     

     

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