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    Arquivo: Edição de 30-12-2006

    SECÇÃO: Destaque


    Preparar o 54º Dia Mundial dos Leprosos - 28 de Janeiro de 2007

    A APARF-Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau, Organização Não Governamental de Cooperação para o Desenvolvimento (ONGD), devidamente reconhecida pelo Estado Português (e que tem a sua sede na Rua de Matola, 2, Apartado 8395, 1800-270 Lisboa), é uma das organizações que em Portugal trava o combate contra a lepra, tendo como inspirador Raoul Follereau, "apóstolo dos leprosos" e "vagabundo da caridade", títulos que lhe são atribuídos por uma vida toda dedicada à causa dos irmãos que padecem de lepra.

    Na nossa cidade a APARF está presente através dos jovens que integram o grupo paroquial Sol Nascente e tem o seu espaço, gentilmente cedido pela directora do jornal "A Voz de Ermesinde", Fernanda Lage, a quem manifestamos a nossa gratidão,no Largo da Igreja, 66, Ermesinde.

    Sensibilizamos os nossos concidadãos e não só, para um problema de saúde, milenar, anterior ao tempo de Jesus Cristo – a lepra, e que muitos julgam já erradicada.

    É uma doença muito estranha, que deixa inúmeras sequelas, fisicamente visíveis – quedas dos dedos dos membros superiores e inferiores, queda dos próprios membros, rosto, olhos (perda de visão) e ouvidos, em muitos casos visivelmente muito danificados e por vezes irremediavelmente, sobretudo nos casos mais graves da doença – multibacilar. Úlceras e feridas, por vezes de contornos e aspecto muito violento e desagradável são também alguns dos danos que a lepra causa nos enfermos.

    A lepra é uma doença transmissível causada pelo bacilo da lepra (mycobacterium leprae). É provável que seja transmitida por gotículas salivares contagiosos. A lepra ou doença de Hanssen é prima direita da tuberculose.

    A lepra pode afectar pessoal de qualquer idade ou sexo, inclusive crianças. Ela começa normalmente com uma mancha na pele, mas pode também afectar e danificar os nervos. Se não for tratada estes danos nos nervos podem causar problemas no rosto, nas mãos e nos pés.

    Porém, cuidando das pessoas com lepra, é possível prevenir a maioria dos danos irreversíveis. O tratamento da lepra, na sua fase inicial, é perfeitamente curável, evitando--se assim muitos problemas sociais – incapacidade para o trabalho, marginalização, abandono, solidão...

    A lepra é de tratamento fácil, simples e gratuito. A OMS – Organização Mundial de Saúde fornece gratuitamente os medicamentos, só que eles, na maioria dos casos, não chegam aos destinatários de forma graciosa. Há interesses e comportamentos (corrupção, v.g.) que impedem muitas vezes que o medicamento chegue ao doente a custo zero.

    É necessário criar de raiz, em muitos países, centros de saúde, centros de acolhimento para doentes, criar condições para a sua higiene e alimentação.

    É ainda necessário fornecer a muitos doentes, já mutilados, todo o tipo de próteses e medicamentos para as diversas lesões e tratamento dos efeitos colaterais da doença.

    Nos casos mais benévolos – doentes pauci-bacilares –, a lepra trata-se com Dapsona e Rifampicina, e nos casos mais difíceis – doentes multi-bacilares, além destes dois com Clofazimina, sendo a duração do tratamento, em regra de 12 meses, sendo ainda necessário estar atento a sinais exteriores de reactivação da doença e ainda a controlos regulares para verificar a evolução da enfermidade, ou seja vigilância.

    O tratamento contra a lepra produz efeitos colaterais, sendo os mais frequentes uma reacção alérgica aguda a algum dos medicamentos e icterícia (pele amarelada).

    A lepra tem grande presença na Índia, no Brasil, um pouco por toda a Ásia, África e também a Europa. Também a América regista casos de lepra. Os próprios EUA têm uma excelente, senão a melhor leprosaria de todo o mundo.

    Em Portugal a lepra é uma doença residual, havendo contudo ainda doentes em regime ambulatório.

    Na Tocha, Cantanhede, existe um Centro Hospitalar – Rovisco Pais, que alberga, em alguns casos há cerca de 50 anos, cerca de 35 doentes. Podem e devem ser visitados por todos nós, sem qualquer perigo de contágio.

    De acordo com os números oficiais (OMS), surgem anualmente 600 mil novos casos da doença, cerca de 2 mil novos casos diários, afectando, sobretudo, as pessoas dos extractos sociais mais pobres, com menos condições de higiene e em países subdesenvolvidos (vulgo 3º mundo).

    A lepra afecta, como se disse, os mais pobres, e é muitas vezes uma doença que leva à marginalização dos pacientes.

    Então os enfermos pagam uma dupla factura – a pobreza e a doença.

    Importa denunciar, alimentar e tratar.

    É isto que o grupo de jovens Sol Nascente, em estreita colaboração com a APARF, vem fazendo em Ermesinde, e não só, há alguns anos.

    Divulgando a existência deste mal milenar e solicitando donativos para tratar os doentes, da mesma forma que o fez Raoul Follereau, dizendo a todos que a lepra existe e que a sua erradicação apenas depende de nós.

    Obrigado a todos os que nos têm ajudado nesta luta contra a lepra e todas as lepras!

    Por: Sol Nascente*

    * Grupo de Jovens Católicos da Paróquia de Ermesinde, Largo da Igreja, 66, 4445 Ermesinde.

    Telemóvel 91 643 5650.

    http://www.sol-nascente.com

     

     

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