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    Arquivo: Edição de 10-12-2006

    SECÇÃO: Opinião


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    O nó do Lombelho em Alfena

    É assim todos os anos. Aquando da discussão das Grandes Opções do Plano e do Orçamento Geral do Estado a polémica instala-se à volta dos investimentos previstos no PIDDAC (Plano de Investimentos e de Desenvolvimento da Administração Central). Os deputados da maioria entendem que o investimento previsto para as suas terras é aceitável e os deputados da oposição reclamam sempre mais para além das verbas inscritas no Orçamento. É a diferença entre ser Poder e ser Oposição. E quase sempre com demagogia à mistura …

    Seria fastidioso analisar aqui a substância dos investimentos previstos para o distrito em 2007 e, nomeadamente, para o concelho de Valongo. Debrucemo-nos, apenas, sobre a questão do Nó de Lombelho, no IC24.

    Como se sabe, o troço Norte do IC24 (Aeroporto//Ermida) está concluído. Trata-se de uma via que integra a Via de Cintura Externa do Porto (CREP) e que ficará completa logo que esteja executado o traçado a Sul, até Vila Nova de Gaia.

    A visita dos senhores deputados do PSD ao concelho de Valongo e as referências ao atraso da construção do Nó de Lombelho merecem-nos alguns comentários.

    O assunto foi abordado na conferência de imprensa que se seguiu à visita onde o Senhor Deputado Jorge Costa foi o porta-voz das críticas. Ora, acontece que o mesmo parlamentar se esqueceu que foi membro do anterior Governo e da equipa do Ministério das Obras Públicas responsável por alguns dos investimentos no concelho, cuja execução foi, entretanto, adiada.

    Demo-nos ao cuidado de recolher informação respeitante ao Nó de Lombelho, em Alfena e verificámos, surpresa das surpresas, que o mesmo não foi incluído no programa levado a concurso público nos Governos de Durão Barroso/Santana Lopes. A propósito Santo Tirso soube, entretanto, garantir uma ligação rápida do IC24 ao interior do Município. Aí está o Nó de Água Longa a atestá-lo.

    Como é do conhecimento geral e após a realização do mesmo concurso público, o Governo presidido pelo então Primeiro Ministro Durão Barroso aprovou, em Agosto de 2002, as bases da "Concessão, Projecto, Construção, Financiamento, Exploração e Conservação dos Lanços da Auto-Estrada e Conjuntos Viários Associados do IC-24".

    Tal concessão – Decreto-Lei n.º 189/2002, de 28 de Agosto – veio a ser atribuída ao consórcio Lusoscut – Auto-Estradas do Grande Porto, S.A., sendo a outorga do contrato da responsabilidade do Prof. Valente de Oliveira, então ministro das Obras Públicas.

    Foi assim e através desta decisão governamental que se construiu o lanço do IC24, que atravessa a vila de Alfena e que, pasme-se (!), não previa a construção do Nó de Lombelho que, sabemos, facilitaria o acesso àquela vila e à cidade de Valongo.

    Dizem-nos que tal acesso é importante para o concelho e, em particular, para as freguesias de Alfena e de Valongo, tanto mais que facilitaria as ligações no interior do município e, porque não dizê-lo, permitirá, mesmo, o reordenamento do território de Valongo.

    A ser construída tal via estruturante que ligará o IC24 ao IP4, melhorará, consideravelmente, as acessibilidades a estas duas vias rápidas. Será assim? Eis um bom tema para a Assembleia Municipal analisar e debater.

    O que, de momento, não parece acertado é vir criticar o actual Governo atribuindo-lhe culpas numa matéria que, para já, não é da sua responsabilidade.

    Só o Sr. Deputado Jorge Costa, a EP – Estradas de Portugal, a Câmara Municipal e o consórcio concessionário saberão responder qual a razão porque o Nó de Lombelho, em Alfena, não foi contemplado no traçado do IC24. De resto compreendemos o lamento do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Valongo ao reconhecer que o concelho «foi sempre penalizado, inclusive nos governos do PSD».

    E nesta matéria o Governo do PSD parece ter penalizado mesmo!

    Por: Afonso Lobão

     

     

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