Eleições para a concelhia social-democrata não deverão ter lista de concórdia
Depois do imbróglio ocorrido com a suspensão do acto eleitoral do passado dia 17 de Novembro, para a Comissão Política de Secção do PSD, o presidente da Distrital do partido, Agostinho Branquinho, avisou os militantes, por carta, sobre a realização do novo acto eleitoral, em Janeiro, não havendo contudo ainda data marcada.
Recorde-se que o acto eleitoral foi suspenso nas vésperas da sua realização por uma decisão do Conselho de Jurisdição Distrital do partido, a qual não teve aceitação unânime dos militantes.
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Foto URSULA ZANGGER |
Foi o caso da lista de João Paulo Baltazar, que viu, após recurso para o Conselho de Jurisdição Nacional, este órgão vir dar-lhe razão, responsabilizando a Comissão Política de Secção de Valongo pelo que aconteceu.
As “irregularidades” nos cadernos eleitorais que terão motivado a suspensão do acto eleitoral, devem-se à inclusão nestes de militantes que não constavam da relação enviada à Comissão Política de Secção (CPS) pelo secretário-geral do partido. Mas o presidente do Conselho de Jurisdição Nacional (Guilherme Silva) acusa o órgão político concelhio por um «inexplicável atraso» por parte desta, no envio das fichas de militantes entregues pela Comissão Política do Núcleo de Alfena.
Aliás, o parecer do Conselho de Jurisdição Nacional que validava a realização das eleições para a CPS chegou mesmo a Ermesinde antes da hora marcada para o início do acto eleitoral suspenso, cerca das 18h50, referiu Mário Duarte a “A Voz de Ermesinde”, estando o início do acto suspenso marcado para as 19h00. Era impossível avisar os militantes, justifica Mário Duarte.
O líder da lista adversária, João Paulo Baltazar, por sua vez, considera mesmo «ter havido alguma confusão entre o actual presidente da Comissão Política de Secção e o cabeça de lista ao mesmo órgão», como se sabe, a mesma pessoa, o também vereador Mário Duarte.
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Foto MANUEL VALDREZ |
Mário Duarte não se livra de algumas acusações, sobretudo por parte de elementos da Jota, de não querer resolver a situação criada em Alfena, e de estar a fazer tudo para se manter artificialmente à frente da concelhia social-democrata.
Aliás, a reacção da JSD, de indignação pela não realização do acto eleitoral foi clara: «Face ao sucedido, que deve envergonhar todos os militantes do PSD de Valongo, não podemos deixar de censurar a atitude de diversos órgãos do partido, e lamentar a não realização das eleições (...)».
A posição já apresentada por Agostinho Branquinho é a de vir a desenvolver todos os esforços para conseguir a chegar-se a uma lista única. Posição esta que não desagradará a Mário Duarte que, contudo, reafiirma o seu interesse em voltar a liderar, num último mandato, a CPS de Valongo do partido.
O actual líder concelhio entende que este deve ser um período dedicado ao trabalho interno e ao reforço da unidade do partido, estando criadas todas as condições para que sejam sanadas algumas das feridas recentemente abertas.
Para João Paulo Baltazar, todavia, à partida, não parece ter muito sentido qualquer tentativa de Agostinho Branquinho já que, considera, a sua lista já era uma lista de largo consenso, agrupando social-democratas de quatro gerações (dos 20 aos 60 anos), e incluindo militantes de todas as freguesias na sua lista (que como se saberá, é de nove elementos).
João Paulo Baltazar entende que o PSD é um partido maduro e habituado à luta democrática, pelo que não é, de forma alguma, trágico que se apresente mais de uma lista a sufrágio.
Na sua lista de prioridades figura, entre outras coisas, a reintegração plena dos militantes do Núcleo de Alfena na vida do partido.
Tendo em conta as expectativas mútuas, parece pois poder concluir-se que dificilmente poderá haver uma lista de concórdia saída de entre as duas concorrentes.
Por:
LC
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