Encerramento da Lear lança mais 545 trabalhadores para o desemprego!
A administração da multinacional Lear anunciou o encerramento definitivo da sua unidade em Valongo, à semelhança do que já tinha ocorrido recentemente na Póvoa de Lanhoso. Desta feita, mais 545 trabalhadores duma das poucas unidades industriais que restam no concelho, vêem o fantasma real do desemprego - e do desemprego de longa duração - à sua frente, juntando-se aos largos milhares no já depauperado concelho de Valongo, com todas as consequências negativas para os trabalhadores e suas famílias e para a debilitada economia local.
Depois de todos os fundos comunitários atribuídos pela União Europeia, assiste-se mais uma vez à desfaçatez das grandes empresas multinacionais, para quem a única lei que impera é a do máximo lucro, desprezando por completo os direitos, interesses e aspirações dos trabalhadores. Não sendo um caso isolado, longe disso, é inadmissível a passividade do governo PS/Sócrates perante mais esta deslocalização, que denota não só a cumplicidade com os interesses do capital transnacional, como a ausência de uma política económica assente na valorização do aparelho produtivo, em elevadas qualificações profissionais e em salários condignos.
O caso da Lear é assim um exemplo de como o actual governo tem realizado uma política em nada distinta da direita assumida, mais uma prova inequívoca da complacência do governo PS com o grande capital português e internacional, apenas interessados em explorar mão-de-obra barata, considerando os trabalhadores como meras peças descartáveis.
A Câmara de Valongo desinteressou-se também e desde sempre por intervir de forma decidida junto do Governo, no sentido de impedir o encerramento da empresa, na base do incumprimento pela multinacional dos compromissos e obrigações que assumiu perante o Estado português, de quem recebeu apoios e benefícios fiscais e outros.
Os trabalhadores da Lear, que contam como sempre com o apoio inequívoco do PCP, decerto responderão com a luta em defesa dos seus interesses legítimos, no processo de desmantelamento da empresa e da destruição dos seus postos de trabalho.
Por: Secretariado da Comissão Concelhia de Valongo do PCP
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