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    Arquivo: Edição de 15-10-2006

    SECÇÃO: Destaque


    REUNIÃO DA JUNTA DE FREGUESIA DE ERMESINDE

    Questões de ordem ambiental em foco na última reunião da Junta

    Como habitualmente acontece nas primeiras quartas-feiras de cada mês, realizou-se no passado dia 4 de Outubro a reunião pública da Junta de Freguesia de Ermesinde. Uma sessão que não pôde contar com o presidente da entidade, Artur Pais, ausente dos trabalhos pelo facto de ter estado a representar o concelho de Valongo no XVI Congresso da Associação Nacional de Municípios, que no mesmo dia decorreu em Lisboa.

    Uma das matérias mais abordadas na última reunião foi o Ambiente, mais precisamente na denúncia da falta de limpeza das ruas, da existência de cada vez mais lixeiras a “céu aberto” espalhadas pela freguesia e na divulgação de uma proposta para a criação de uma campanha de sensibilização ambiental apresentada pela CDU.

    Fotos RUI LAIGINHA
    Fotos RUI LAIGINHA
    Uma vez mais foram as questões do foro ambiental a marcar o início de uma reunião pública da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE). Depois de um elemento do público (o paroquiano João Calado) dar a conhecer um novo caso de “poluição urbanística”, por assim dizer, foi a vez dos elementos do Executivo abordarem o assunto.

    E fosse, ou não, por coincidência a CDU, através da sua eleita Sónia Sousa, colocou em cima da mesa uma proposta para a elaboração de uma campanha de sensibilização ambiental a ser promovida pela JFE junto da população ermesindense. No documento apresentado pelos comunistas podia ler--se que actualmente em Ermesinde pouco ou nada se tem feito no que concerne a uma aposta na qualificação ambiental e na melhoria das condições de vida da sua população, «de facto, aquilo a que se tem assistido neste domínio é antes uma degradação do ambiente urbano em Ermesinde e a uma generalizada desqualificação dos seus (poucos) espaços verdes. (...) Os responsáveis políticos da freguesia e do Município acenarão, possivelmente, com o Programa Polis e com os seus objectivos de requalificação do ambiente urbano de Ermesinde. Mas, na verdade, o que ficou desse Programa, senão algumas ruas arranjadas e um punhado de declarações de intenção?», questionaram os comunistas.

    O referido documento indicava ainda que numa análise pormenorizada hoje em dia se verifica que grande parte dos ermesindenses continua a ter “atitudes antigas” no que toca a questões relacionadas com o ambiente, ou seja, continua a deitar lixo para o chão, coloca o lixo fora de casa antes da hora da recolha apropriada, deposita entulhos na via pública, entre outras situações. E no fundo, a razão de ser desta (proposta) campanha é precisamente mudar a mentalidade das pessoas, educa-las em termos ambientais, conforme sublinhou Sónia Sousa.

    Pese embora a população em geral seja o “alvo” da campanha proposta pela CDU, será no meio escolar que ela necessitará, por assim dizer, de ser implementada com mais força. «A campanha tem de assentar num lema e numa imagem forte e deverá ter uma duração correspondente a, pelo menos, um ano lectivo, de forma a poder percorrer as escolas e outros espaços públicos da cidade e a criar familiaridade com a população. O objectivo deverá ser o de promover – em estreita articulação com o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (instalado na Vila Beatriz), aproveitando o trabalho desenvolvido aquando do Programa Polis, e com as forças vivas da cidade, incluindo, naturalmente, A Voz de Ermesinde, importante veículo de divulgação dos objectivos da campanha – um programa de actividades diversificados que, entre outras iniciativas, contemple acções de sensibilização ambiental, visitas a locais a requalificar ou a preservar na cidade (...)», lia-se na proposta da CDU.

    Depois de explicar ao pormenor o plano de acções que deverão compor a campanha, Sónia Sousa questionaria a Junta para quando a marcação de uma reunião para uma discussão e análise mais profunda da proposta, para evitar «o risco deste assunto não ficar esquecido dentro de uma gaveta à semelhança do acontecido com a nossa proposta para a criação de um Conselho da Cidade», atirou a autarca. Ficou então decidido que iria ser agendada para breve uma reunião para abordar novamente o assunto.

    AS LIXEIRAS A "CÉU ABERTO"

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    E para não perder o “comboio” das questões ambientais, a CDU apresentaria ainda uma tomada de posição relativamente aos aterros na via pública que têm “desabrochado” em grande número nos últimos tempos pela cidade. Assim, Sónia Sousa começou por alertar para a existência de duas «autênticas lixeiras a céu aberto» , uma junto ao túnel de Sonhos e a outra localizada nos Montes da Costa. Com o intuito de solucionar estas situações a CDU pretende que a JFE exija à Câmara de Valongo a limpeza imediata das zonas; que seja ali colocada informação a sensibilizar a população, ou seja, dar informação sobre a morada e horário do Ecocentro e ao valor da multa a ser aplicada caso haja alguma infracção; e por fim que passe a haver uma fiscalização periódica das zonas. «Se temos fiscais a fiscalizar os parquímetros porque não haver fiscais a controlar se as pessoas depositam, ou não, lixo na via pública?», questionou a comunista.

    A intervenção seguinte pertenceu à socialista Alcina Meireles, que não deixou passar em branco a questão ambiental, apresentando também alguns problemas desta ordem que assolam algumas artérias ermesindenses. Entre outros, alertou para a existência de codessos no meio da Rua Alberto Ribeiro, os quais impedem, por vezes, a passagem de viaturas pelo local. Na mesma rua a autarca disse ainda ter conhecimento da existência de empresas da área da construção a depositar lixo nas bermas da mesma. Fazendo uma espécie de ponto da situação da limpeza – ou falta dela neste caso – das ruas da freguesia, Alcina Meireles frisou que Ermesinde carece de cada vez mais limpeza. «Mudou-se – recentemente – de empresa concessionária na área da limpeza, mas na realidade a cidade está mais suja do que nunca. A rua Fontes Pereira de Melo, por exemplo, está uma vergonha, existe lá todo o tipo de lixo, desde jornais, sacos plásticos, restos de comida, etc. A actual empresa responsável pela limpeza da cidade só limpa a área junto à Caixa Geral de Depósitos, pois nas restantes ruas não faz nada», alertou.

    A socialista trazia ainda “em carteira” mais algumas questões para serem colocados ao presidente da Junta, entre as quais saber se a reunião com a DREN (Direcção Regional de Educação do Norte) para debater a assunto da nova escola EB 2,3 já tinha sido agendada, mas como este não marcou presença na sessão a autarca resolveu colocá-las na próxima reunião, já que Artur Pais é a pessoa mais indicada para responder às tais questões.

    O também socialista Artur Costa voltou a trazer a uma reunião pública da Junta um vasto rol de problemas antigos que continuam sem ter uma solução à vista. Entre eles estão, por exemplo, a falta de iluminação na ponte do rio Leça, ou ainda a vandalização de que os projectores de água da zona norte do Parque Urbano têm sido alvo. «São questões que eu já ando aqui a colocar há três e quatro meses e até agora não obtive qualquer resposta. Eu começo a ter dúvidas que as questões aqui apresentadas sejam colocadas às pessoas certas, a quem de facto tem competência para as resolver. Enquanto os problemas que tenho apresentado não forem resolvidos, vou continuar a falar deles em todas as reuniões», frisou.

    Por sua vez, Almiro Guimarães começou por dar um “puxão de orelhas” à A Voz de Ermesinde, dizendo que o nosso jornal no relato feito sobre a sessão pública de Setembro tinha dado a entender que o Executivo da Junta apenas tinha discutido assuntos relacionados com “ervinhas”. «As pessoas ao lerem o jornal ficam com a ideia de que aqui só se abordam assuntos sobre “ervilhas”. Na verdade, nós falámos de muitas outras coisas, entre as quais a conclusão da terceira fase das obras no edifício da Junta, sobre os cemitérios (mais concretamente sobre a colocação de espaços de venda de cera e de flores), e sobre a atribuição da medalha da Cidade. Lamento que o jornal não relate tudo aquilo o que aqui se discute», desabafou o socialista. Pois bem, não querendo nós ocultar ao leitor nada do que se passa nestas reuniões – longe disso –, como parece ter-nos acusado o autarca do PS, aqui fica o relato de que este membro do Executivo voltou a questionar a Junta sobre o andamento dos assuntos relativos à conclusão das obras da terceira fase do edifício da Junta; da instalação de lojas nos cemitérios para a comercialização de cera e de flores no local, e sobre a medalha da Cidade.

    Na ausência de Artur Pais coube ao tesoureiro da JFE, Américo Silva, assumir as funções de presidente em exercício, tendo o mesmo dado algumas respostas às questões colocadas pelos elementos da Oposição. Assim, e no que toca à limpeza das ruas, Américo Silva opinou que as mesmas já estiveram mais limpas, e que ultimamente a nova empresa contratada para efectuar os serviços de limpeza se tem desleixado um pouco nas suas tarefas.

    Quanto à falta de iluminação na ponte sobre o rio Leça referiu que, segundo a Câmara Municipal de Valongo, para já não existem verbas para solucionar o problema. Relativamente às lixeiras a “céu aberto” que têm aparecido na freguesia, Américo fez questão de sublinhar que a autarquia tem vindo a notificar os proprietários dos terrenos onde se verifique este tipo de problemas para a limpeza desses locais, sob pena de lhes ser aplicada uma multa.

    Em relação à conclusão das obras da terceira fase do edifício da JFE e da colocação de espaços próprios dentro dos cemitérios para a venda de cera e flores o tesoureiro informou que os projectos para ambos os assuntos já estão feitos, e que só não foram apresentados nesta reunião pelo facto de o arquitecto responsável pelos mesmos não os ter entregue a tempo da realização da mesma. O processo sobre a medalha da Cidade também já está em marcha.

    PERÍODO DA ORDEM DO DIA

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    Após as respostas do presidente em exercício passou-se ao período da Ordem do Dia. Um período que se iniciou, como sempre acontece, com a leitura e aprovação da acta da reunião anterior. Uma acta que segundo alguns elementos da Oposição, continha uma série de imprecisões, e alguns dos relatos lá escritos não corresponderiam à realidade.

    Assim sendo, voltou-se a assistir a uma das já normais discussões acaloradas entre alguns membros da Oposição e da equipa que gere os destinos da Junta, neste caso entre Artur Costa e Luís Ramalho. Discussões estas que, uma vez mais repetimos, em nada contribuem para a resolução dos problemas reais da cidade, mas que alguns elementos do Executivo da Junta teimam em manter.

    Passada a “tempestade” Américo Silva passou ao período de informações, começando por dar conta de um convite feito pela Lipor aos membros do Executivo da Junta para uma visita a uma nova unidade da empresa, situada na Maia.

    Américo leu ainda uma carta de despedida da agora ex-funcionária da JFE Fátima Castro, que após 36 anos de serviço, e dedicação, à entidade resolveu aposentar-se. Fez ainda saber de um pedido de apoio (monetário) de uma empresa circense que em meados de Novembro irá levar a cabo na freguesia dois espectáculos, um destinado à Associação de Veteranos de Guerra e outro para as crianças de todas as escolas primárias ermesindenses. Uma proposta que seria aprovada com a abstenção da eleita da CDU, que justificou o seu voto dizendo que a maior parte destes circos não oferece as mínimas condições de segurança, essencialmente, a quem assiste aos espectáculos, uma vez que são circos com poucos recursos financeiros e não passam de imitações de outros grandes circos nacionais e mundiais.

    No final da reunião o público voltou a usar da palavra, nomeadamente Carlos Correia, que pegando no tema “circo”, começou por dizer que havia assistido a um autêntico espectáculo circense, numa alusão clara à discussão acesa mantida durante longos minutos entre Costa e Ramalho. Aparte disso, o paroquiano deu conta do estado de degradação das juntas de dilatação do viaduto de Ermesinde, sublinhando que para ser evitada uma situação semelhante à ocorrida na ponte de Entre-os-Rios se deve urgentemente fazer alguma coisa na estrutura.

    Por: Miguel Barros

     

     

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