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    Arquivo: Edição de 30-08-2006

    SECÇÃO: Saúde


    Enfarte agudo do miocárdio

    O enfarte agudo do miocárdio (EAM) é a principal causa de mortalidade nos países desenvolvidos, incluindo Portugal.

    É uma das doenças mais comuns, potencialmente fatais, em que mais de metade das mortes ocorre antes de o doente chegar ao hospital. A mortalidade é mais alta durante as primeiras horas após o início do enfarte. Por isso, é necessário que o diagnóstico seja feito rapidamente – alguns minutos significam a diferença entre a vida e a morte.

    O coração é formado por duas aurículas e dois ventrículos, separados por válvulas (formadas por finos folhetos de tecido fibroso), que obrigam o fluxo sanguíneo a seguir apenas numa direcção e que se abrem e fecham passivamente em resposta às modificações tensionais e ao movimento do sangue. As válvulas aurículo-ventriculares são a válvula tricúspida, que separa a aurícula direita do ventrículo direito, e a válvula mitral ou bicúspida, entre a aurícula e o ventrículo esquerdos.

    O EAM é uma área de morte celular no músculo cardíaco resultante da isquémia normalmente ocasionada por oclusão completa e/ou espasmo de uma artéria coronária.

    São bem conhecidos os principais factores de risco de EAM:

    • Hipertensão arterial;

    • Tabagismo;

    • Hipercolestorolémia;

    • Stress;

    • Sedentarismo;

    • Diabetes;

    • Excesso de peso e obesidade;

    • Sexo masculino;

    • Menopausa;

    • Hereditariedade.

    A maioria dos doentes refere os seguintes sinais e sintomas aquando o enfarte agudo do miocárdio, dor torácica, cuja intensidade é variável, sendo mais frequente a de forte intensidade e com duração superior a 30 minutos, às vezes com horas de duração. No entanto, também existe o chamado “enfarte silencioso”, que significa ataque cardíaco indolor.

    A dor é caracterizada como constritiva, esmagadora ou opressiva ou pode ser incomodativa, em queimadura, em aperto, em peso ou do tipo facada. Localiza-se, geralmente, na região do esterno, na região pré-cordial ou no epigastro. O desconforto irradia, geralmente, para ambos os lados do tórax anterior, com predilecção pelo tórax esquerdo.

    Os objectivos principais do tratamento do EAM são a prevenção e o tratamento das arritmias cardíacas e a limitação da área necrosada. Algumas medidas são indicadas para todos os doentes; nas situações particulares é necessário um tratamento específico.

    Quando um indivíduo é acometido de dor súbita com características sugestivas de um EAM, necessita ser conduzido o mais rapidamente possível a um serviço de urgência hospitalar, pois as complicações que lhe podem surgir, como por exemplo uma fibrilação, dificilmente podem ser revertidas sem aparelhagem própria.

    De qualquer forma perante um paciente acometido de EAM num local público deveria:

    • Providenciar meio de transporte, de preferência uma ambulância, pois está melhor apetrechada;

    • Não efectuar esforços;

    • Manter-se o mais arejado possível, afastar os curiosos que se aproximem;

    • Vigiar o pulso e o estado de consciência, para despiste atempadamente de paragem cardíaca.

    Quem tiver sofrido um enfarte do miocário tem maiores possibilidades de vir a sofrer outro nos próximos anos. Essas pessoas devem fazer um controlo médico regular durante o resto da vida. As hipóteses de sobrevivência durante muitos anos podem ser melhoradas se forem tomadas as medidas adequadas para reduzir os factores de risco.

    Por: Sérgio Manuel Cardoso de Sousa*

    *Enf. pós-graduado em Enfermagem de Emergência

     

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