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    Arquivo: Edição de 15-05-2005

    SECÇÃO: Editorial


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    Só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja...

    "Dizem que a seca está aí, mas ainda corre água na minha torneira!

    Deve ser mais uma treta para entreter o pessoal que anda triste porque o seu clube de futebol anda a perder.

    Então não temos o Alqueva, o maior espelho de água da Europa?

    Tantos rios, tantas barragens?!"

    Continuamos a tratar água para regar cimento, asfalto, campos de golfe...

    Da água tratada 50% perde-se nas canalizações…

    Quando chove a água corre a grande velocidade para o mar.

    Os solos estão cada vez mais impermeabilizados, são construções, são quilómetros e quilómetros de asfalto, são rios e riachos canalizados que atravessam o subsolo das nossas cidades. Diminuíram as zonas verdes, os campos de cultivo, os lameiros.

    A vegetação junto aos rios desapareceu, as juntas de freguesia fornecem manilhas de cimento para as levadas dos rios, e quando chove a velocidade da água e os caudais dos rios aumentam e estes sobem rapidamente arrastando tudo que encontram à sua frente: casas construídas nos sítios errados, culturas, animais e tantas vezes seres humanos.

    As cheias deixaram de ser uma bênção de Deus para as terras e transformaram--se em verdadeiras tragédias.

    As desgraçadas das árvores são plantadas nuns pequenos buracos onde permanecem raquíticas, encarceradas, coitadas …

    Os rios estão poluídos e as barragens também.

    As águas paradas estão contaminadas e nem para regar os campos servem.

    "Quem vier atrás que feche a porta, há sempre alguém que vai inventar uma solução, se calhar vão inventar uma forma de fazer água do nada!

    Pois claro, para que servem a ciência e as novas tecnologias?"

    Mas a realidade é bem diferente, os recursos não são infinitos na natureza e a água potável também não. O tratamento das águas custa dinheiro e não é assim tão fácil como parece. Além demais o tratamento das águas levanta questões como quem o deve fazer, quem vai ganhar dinheiro com um elemento imprescindível à vida humana, a quem pertence a água?

    Todos sabemos que a água não é um recurso inesgotável e a sua escassez cria graves problemas à vida no nosso planeta.

    A gestão da água é um dos problemas fundamentais no mundo, e também no nosso país, é preciso saber quanta temos, quem a polui, como se protege.

    Mas em Portugal o crime compensa e a poluição das águas não é excepção.

    Acho bem que se façam campanhas de poupança da água, mas atenção!, o problema não está só do lado do consumidor, está muito mais do lado do poluidor.

    No entanto a forma como é consumida também é muito diferenciada.

    Tenho que pagar o tratamento da água da minha vizinha, que tem a mania das limpezas, não gosta de vassouras, e rega, rega, pátios, varandas, entradas das garagens, passeios, a rua, com a água que é tratada para o consumo humano?

    Como pode a minha amiga Guidinha convencer os empregados do café que quando pede meio copo de água, é na verdade meio copo que ela bebe, embora os empregados insistam em trazer-lhe um copo cheio?

    Por: Fernanda Lage

     

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