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    Arquivo: Edição de 28-02-2005

    SECÇÃO: Editorial


    E agora, Zé?

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    Acabaram-se as dúvidas, realmente o povo não queria este Governo.

    A votação foi clara, não há mais equívocos, acabou o carnaval.

    A realidade é capaz de ser um pouco mais dura do que muitos esperavam, mas não vamos ficar parados a atirar pedras a quem fez ou não fez, o importante é fazer.

    Vender a esperança é bem mais fácil do que concretizar na prática uma outra postura, alterar este desânimo com que milhares de portugueses se confrontam: como arranjar trabalho, até quando se irá manter o meu emprego, vou ou não receber no fim do mês, vai o dinheiro chegar para pagar a casa, a alimentação a educação dos filhos, vale a pena continuar neste país...

    O novo governo tem de dar sinais muito sérios e urgentes da sua governabilidade, tem que mostrar coragem e sabedoria na condução das suas práticas.

    Não chega falar em mudança. Falar em solidariedade é bonito, mas é preciso implementar uma política coesa que não deixe dúvidas a ninguém de que o sonho mau passou. Acabar com toda uma política de manipulações e favorecimentos.

    Esta maioria de esquerda foi, acima de tudo, um voto contra a falta de ética do Governo anterior.

    Não se iludam demasiado os partidos com os apoios que tiveram, porque o mesmo povo que lhes deu o seu voto não o fez em muitos, muitos casos, por convicção, mas deu-o para castigar os que lá estavam e não souberam conduzir este país.

    Não valem a pena lamúrias, o país exige acção. E como diz Vasco Pulido Valente: «Foi a vontade de voltar à normalidade e à decência que tirou as pessoas de casa».

    O PS herda uma grande responsabilidade e não se pode desculpar, porque o povo deu-lhe a maioria, e com ela, todos os problemas que se foram acumulando nestes últimos anos.

    Vai ser um ano complicado, arranca com algum atraso, há situações muito cujo funcionamento está completamente parado.

    Um dos pontos fracos destes últimos governos é a Educação e, neste momento, está tudo em banho-maria (colocação de professores, reforma no ensino, tratado de Bolonha ...).

    O desemprego continua a aumentar e não há fórmulas milagrosas de o resolver num curto espaço de tempo, as fábricas continuam a fechar, as empresas a falir, continuamos com uma imensa mão-de-obra desqualificada, um abandono precoce da escola, uma função pública pesada, uma burocracia exagerada, um desnível salarial escandaloso.

    E a segurança social?

    Espero que este Governo nos explique muito bem a nossa situação, que arranje soluções sérias e não fique apenas na fase das lamentações.

    Por: Fernanda Lage

     

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